quinta-feira, 4 de agosto de 2011

EGRÉGORA


Há poucos anos, não se conhecia a EGRÉGORA nem tampouco eram feitas as referências. Surgiu dentro das Lojas Maçônicas, por ocasiões através da compreensão e da existência do misticismo.

A Maçonaria Brasileira, difere em muito da Européia e Norte Americana. O brasileiro adaptou o ritual iniciático para as sessões administrativas e econômicas. O ritual iniciático é desenvolvido para as iniciações exclusivamente, nas Sessões Magnas de Iniciação que são previstas e programadas para os novos candidatos.

Ordinariamente, uma vez por semana, os irmãos se reúnem, o Venerável Mestre abre ritualisticamente os trabalhos, e é apresentada a Ordem do Dia, e os assuntos são tratados de um modo geral.

Uma pausa é feita no Átrio, desarmados os espíritos conclamados por admoestação fraternal do irmão Mestre de Cerimônia e em marcha adequada os irmãos adentram ao Templo. Após as primeiras providencias para considerar a Loja coberta é transmitida a Palavra Sagrada, os Irmão Mestre de Cerimônias  e Diáconos chegam ao altar e é procedida a cerimônia de abertura do Livro da Lei da forma conhecida e convencional.

 As Lojas mais espiritualizadas emprestam à cerimônia um fundo musical adequado e a luminosidade passa a ser mais amena e todos de pé, o Oficial encarregado faz a leitura do Livro Sagrado. Esse é um momento de expectativa.
Os Irmãos videntes notam a formação de um Ser Espiritual, com semelhança ao ser humano, com características angelicais, envolto em nuvens diáfanas, cresce e cobre a todos os presentes permanecendo, em flutuação  tenuamente  visível , sem perturbar, em face dos seus mistérios.

È um corpo espiritual que se forma e seus componentes são tirados da Aura de cada um dos irmãos presentes. “É A EGRÉGORA”, é o mistério que faz de cada um, um só ser, todos os Maçons passam a uma individualização única, é a harmonização dos pensamentos, das idéias dos propósitos, é a Aura geral, o esplendor único, é a transformação de um corpo físico em um corpo místico, é a fusão de todos numa corrente divina.

A EGRÉGORA é um ser real que permanece, enquanto o Livro Sagrado estiver aberto. E este corpo divino, místico esotérico e diáfano, faz parte da cobertura celestial, é a proteção real. Não há mais do porque de um Irmão manter com outro Irmão  qualquer dissonância, pois todos passaram a formar um só corpo, fundidos e imersos na EGRÉGORA.

 A Egrégora não constitui um momento de simplicidade, mais ao contrário é um momento mais difícil que pode surgir. Contudo, adiantamos, que nem sempre ao ser aberto o Livro Sagrado é formada a Egrégora, é preciso em primeiro lugar que todos os presentes sejam realmente Maçons.

O Irmão Vigilante, desce do seu trono por ordem do Venerável Mestre, para cumprir o seu segundo dever, percorre as colunas, fixa o seu olhar nos olhos dos Irmãos, e ele sabe que todos pertencem à Ordem, conhece um a um, todos revestidos com o seu Avental, todos mantém a postura adequada e todos se mostram compenetrados.

Mas porque é preciso, então o Irmão Vigilante os observar para afirmar que se tratam de Irmãos Maçons? É que ser Maçom não significa ser membro da Loja, ele precisa estar capacitado a unir-se aos demais para formar a Egrégora. Se o Irmão Vigilante vislumbrar no olho do Irmão qualquer sinal de malquerença, de resíduo de má vontade, para qualquer Irmão presente, ele de imediato dirá em voz alta e bom som: “ Nem todos os presentes são Maçons”.

O que poderá acontecer? Não temos a resposta, porque ainda achamos prematuro, dizer que os Vigilantes não sabem cumprir o seu segundo dever, e por este motivo nem sempre a Egrégora se forma. Então teremos uma sessão tumultuada, muito semelhante às reuniões profanas.

Irmão que dirige os seus passos para freqüentar a Loja, já deve proceder a um exame de consciência, se ele contiver em si, qualquer malquerença ou desamor, é preferível que não vá à Loja.

Se porém conseguir vencer estes defeitos, então nos momentos de estada no Átrio, retornando a sí, reveste-se de uma atitude corajosa, passando a dedicar amor fraternal a quem julgava desamar.

È difícil mas não é impossível. Para participar da Egrégora, vale a pena o desprendimento, a tolerância e a sufocação dos impulsos profanos que residem ainda dentro de si.

É preciso vencer a oposição. “A Egrégora é uma dádiva que a Maçonaria propicia aos seus adeptos e em lugar algum o homem comum isso o conseguirá”.

ELMO FABIANO MONTEIRO PEREIRA
M.:M.:

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