quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O Venerável Mestre


O primeiro dever de qualquer Venerável é criar futuros bons Veneráveis.

Instalação e posse

Na na abertura solene da Cerimônia de Instalação e Posse do Venerável Mestre, o dirigente roga o auxílio do Grande Arquiteto do Universo para que aquele ilustre Irmão, Mestre Maçom que foi legalmente eleito para exercer o cargo, seja dotado de sabedoria para compreender, de discernimento para julgar e de meios para executar a Sagrada Lei, para que possa guiar e governar com Retidão, Verdade e Justiça sua Augusta e Respeitável Loja Simbólica.

O papel do Venerável é parecido com o do maestro de uma orquestra. Pode ensinar a teoria da música e tirar sons de um instrumento musical. Mas precisa ter a habilidade para juntar tantos músicos diferentes e fazê-los tocar a música em harmonia. Levá-los a executar a música em uníssono (no mesmo tom, ao mesmo tempo). Ele deve ser capaz de proporcionar essa habilidade ao grupo.

Preparação do eleito

O que acontece com aquele que acaba de ser eleito para dirigir sua Loja? Acreditamos como base imutável do trabalho de preparação do mesmo a valorização e apoio ao Irmão, independente do Rito praticado, uma vez que os Ritos são respeitáveis e contêm, em suas essências, a necessidade da Construção Social dos Maçons. É uma providência muito usual, às vésperas da “passagem do malhete”, o Respeitabilíssimo Irmão Delegado Regional promover uma reunião dos Mestres Instaladores e dos Veneráveis Eleitos com o objetivo de eliminar dúvidas sobre a realização do ato.

O treinamento breve e superficial, onde nem sequer os interessados se apercebem da grandiosidade que significa a Cerimônia, pode ter um impacto negativo no desempenho do futuro Venerável, se esses Irmãos não tiveram apoio e acompanhamento necessário para que sejam bem sucedidos nessa tarefa de tanta responsabilidade. A Potência espera muito dos novos Veneráveis e lhes cobrará conhecimento, desembaraço, responsabilidade, eficiência e acertos. Mas os Veneráveis por seu lado sabem das dificuldades pelas quais irão passar e tem a expectativa, a curiosidade, a vontade do acesso a uma orientação oficial preparatória, segura, através da Potência. Um tem a expectativa do outro.

Sabemos que nada mais lógico e razoável seria a existência de um compêndio elementar destinado ao Venerável eleito, onde pudesse buscar a técnica de dirigir e orientar os seus liderados nos rudimentos da arte, da filosofia, da ciência e da doutrina, antes de iniciar seu Veneralato.

Missão do Venerável

Inspirar seus liderados a viver uma vida melhor, cada um dando o melhor de si, lembrando-lhes da sua missão e dos valores que regem a vida maçônica: amor, honestidade, humildade, paciência, educação, bondade, compromisso, respeito, abnegação, perdão.

O Venerável é o instrumento de ligação entre todos os elementos que constituem a sua Loja e os delegados do Grão-Mestre. Não gerencia os Irmãos, influencia e os lidera para darem o melhor de si.

Conceitos de liderança

A maioria dos candidatos ao cargo de Venerável Mestre tem o desejo sincero de exercer liderança da melhor forma possível. No fundo, as pessoas anseiam por uma vida significativa e satisfatória e, por isso, procuram por alguma coisa especial que faça aflorar o que eles têm de melhor. De preferência, buscam uma harmonia entre seus valores pessoais e os valores da Instituição. Uma coisa é certa: os Irmãos querem fazer parte de algo especial; de uma Loja da qual possam se orgulhar, e ao termino dos trabalhos que todos fiquem felizes porque se sentem fazendo a coisa certa.

Defendemos a tese de que a liderança não é poder e sim autoridade, conquistada com amor, dedicação e respeito pelos liderados.

Liderar significa conquistar os Irmãos, envolvê-los de forma que coloquem o coração, mente, espírito, criatividade e excelência à disposição da Loja e da Ordem. É preciso fazer com que haja o máximo empenho na missão, dando tudo pelo conjunto.

Lembremos, outrossim, de que não é preciso ser Venerável da Loja para ser um líder e influenciar os Irmãos a terem mais entusiasmo, mais empenho e mais disposição – enfim, para se tornarem o melhor que podem ser.

O que define a palavra liderança é a capacidade de influenciar os Irmãos para o bem. Na verdade, na Loja todos são líderes, assumindo cada um a responsabilidade pessoal pelo sucesso da Oficina.

Limitações

Os humildes consideram sua liderança uma enorme responsabilidade e levam muito a sério a posição de confiança e os Irmãos a ele confiados. O Venerável sabe que os Irmãos vão cometer erros. Os Vigilantes, o Orador, o Mestre de Cerimônias, o Secretário e outros – muitas vezes, vão decepcioná-lo, vão magoá-lo, não se esforçarão como ele acha que deveriam e alguns não reagirão aos seus esforços. Por isso, aceitam as limitações nos outros e tem uma enorme capacidade de tolerar a imperfeição.

Autêntico, ele não posa de sábio, está sempre disponível e, de certa forma, vulnerável, porque tem sempre seu ego sob controle e não se baseia em ilusões de conhecimento por iluminismo do Alto, de grandeza, acreditando que é indispensável para a Instituição. Sabe muito bem que os cemitérios estão repletos de pessoas indispensáveis.

Seguro de suas forças e limitações, o Venerável humilde está consciente de que só com a ajuda de todos será capaz de manter as coisas em sua devida perspectiva.

Os menos humildes não devem ficar ressentidos com as coisas que machucam e desapontam. Devem lembrar-se de que qualquer um pode liderar pessoas perfeitas – se elas existem - o que não devem esquecer jamais os que optam por liderar é que devem servir: “quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo” (Jesus o Cristo).

Muitos dos que assumem a liderança de sua Loja, enganam-se achando que é sua vez de serem servidos, agora que se tornaram líderes. A todo verdadeiro Maçom cabe tal responsabilidade: deve servir nunca se servir”.

Responsabilidade

O Mestre Instalado vai se apropriando de idéias dentro de si, interpenetrando a fusão de culturas, tradições, sentimentos, em estilo cultural comum, cabedal de conhecimentos adquiridos ao longo do tempo e burilados durante a sua presença à frente dos cargos que desempenhou na Loja, conhecimentos esses que deverá necessariamente ser posto de forma total “em pé e à ordem da Sublime Instituição.

Conflitos

Obviamente, uma Loja Maçônica não é um lugar sem conflitos. Afinal, quando duas ou mais pessoas se reúnem para um propósito, uma coisa é certa, haverá conflito (especialmente se a Loja for saudável). O interessante é usar a inteligência para encontrar o caminho da comunicação entre os Irmãos e transformar a Loja num local onde os conflitos são solucionados e os participantes aprendam a não evitar divergências – mas a ter respeito, a escutar, a serem assertivos uns com os outros, a ser aberto a novos desafios, a valorizar a diversidade que existe em qualquer equipe saudável.

NÃO àquelas alianças destrutivas entre dois ou mais Irmãos que preferem falar dos outros (panelinhas), em vez de levantarem o problema para toda a Loja, a fim de que se encontre uma solução. NÃO aos integrantes dessas “panelinhas que não têm a coragem moral de fazer a coisa certa em momentos de desafio e controvérsia.

Os Irmãos Jubelos existem sempre, são justamente os veículos necessários, como Pedro e Judas o foram para Jesus. Um o traiu antes da morte; o outro, O negou em vida por três vezes.

Simbolizam os três assassinos as expressões da nossa natureza material, os que fazem oposição aos nossos bons sentimentos; os assassinos podem ter outros nomes: Ignorância, Fanatismo e Ambição.

Essas fases negativas poderão ser, com o auxílio de nossos Mestres, transformadas em Sabedoria, Tolerância e Amor.

Disciplina

é uma palavra cuja raiz vem de discípulo, que é aquele que recebe ensinamento ou treinamento.

Lembrem-se de que disciplinar não é punir e humilhar os Irmãos. O objetivo é levá-los para o caminho certo, ajudando-os a se tornarem melhores, a vencer e ser bem-sucedidos e que respeito não é algo que se ganha quando se torna Venerável. O respeito assim como o reconhecimento é conquistado pouco a pouco e exige que as partes renunciem interesses pessoais pelo bem maior, para que o todo se torne maior do que a soma de suas partes. Isso nos ensinou o Mestre dos Mestres: “quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva”; “e quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo” Qualquer um que queira ser um líder deve primeiro ser o servidor. Servir uns aos outros, conforme o dom que recebeu.

Venerável Mestre, Deus em sua infinita sabedoria, o colocou como dirigente de sua Loja, lugar onde pode aprender com eficiência e servir melhor. Hoje o imaginei recitando a magnífica Oração de Amor de São Francisco de Assis, adaptada para nossos dias:

“Ó Senhor, fazei de mim instrumento de tua paz;
Onde há ódio, faze que eu leve Amor e uma palavra de união;
onde há ofensa que eu leve o Perdão;
onde há discórdia e onde tantos procuram ser servidos, que eu leve a alegria de servir;
onde há dúvida, que eu leve a Fé;
onde há erro, que eu leve a Verdade;
onde tantos fecham a mão para bater, que eu abra meu coração para acolher;
onde há desespero porque a vida perdeu o sentido, que eu leve o sentido de viver, que eu leve a Esperança;
onde tantos sofrem a solidão que faz morrer, que eu seja o amigo que faz viver;
onde há tristeza, que eu leve a Alegria;
onde há trevas, que eu leve a Luz.
Ó Mestre faze que eu procure menos ser consolado do que consolar;
ser compreendido do que compreender;
ser amado do que amar;
onde tantos adoram a máquina, que eu saiba venerar o homem;
onde tantos endeusam a técnica, que eu saiba humanizar a pessoa;
onde tantos pedem o pão, que eu saiba ensinar a plantar o trigo;
onde tantos estão distantes, que eu seja sempre presente.
Porquanto – é dando que se recebe;
é perdoando que se é perdoado;
e onde tantos morrem na matéria que passa que eu viva no espírito que fica;
pois, é morrendo que se ressuscita para a vida eterna.
Onde tantos olham para a Terra, que eu saiba olhar para o Céu”.

Ao passar o cargo

Finalmente, se na Palavra sobre o ato realizado, algum Irmão pedir a palavra e quiser falar sobre a mais elevada distinção de reconhecimento que um obreiro pode almejar de sua Loja, que não fale por muito tempo.

Digam para não mencionar carreira da vida profana ou maçônica – isso não é importante. Falem que um dia foi plantado uma semente, minúscula, e que nasceu a plantinha que ajudamos a adubar, a regar, a podar esta pequena árvore cresceu, floriu, deu frutos e hoje nossa Loja com nome, número, Carta Constitutiva Definitiva, Estandarte e Hino no qual se enaltece a glória de Deus, do Patrono e da história da Loja.
Digam para não mencionarem Iniciações, Elevações, Exaltações ou Filiações realizadas, pois essas fazem parte das atividades normais de uma Oficina.

Façam sim, referência ao nosso denodo para ajudar os outros. Que tentamos amar qualquer um e a todos os Obreiros. Que procuramos ser justos.

Digam que não mencionem o sucesso que a Loja teve no equilíbrio das finanças, no trabalho sem igual da Secretaria, nas atividades da Chancelaria, isso não é importante.

Falem do esforço em arrecadar o possível para que nossa Hospitalaria pudesse apoiar as Associações que alimentam os moradores de rua, os que têm fome, que vestem os nus. Lembrem que acompanhamos os Irmãozinhos e familiares em suas enfermidades.

Concluindo

Ensinando, pesquisando, conversando, trazendo novas idéias à baila, mas principalmente revelando, em todos os momentos e ocasiões, o extremo dinamismo e amor à Ordem, que devem caracterizar aqueles que, um dia, tiveram a honra de ocupar o Trono de Salomão. Certo é que todos deixam sua marca na equipe – a única questão é o tipo de marca que cada um quer deixar.

E quando, por fim, formos atingidos pela foice da noite, nosso espírito poderá erguer seu vôo de fronte altiva e satisfeito conosco mesmo, chegar aos pés do Redentor, cobrindo as marcas de nossos pés cansados, de mãos vazias, mais calejadas por termos legado à Humanidade a dádiva de uma existência que comoverá pela tenacidade, beleza, grandeza e pela abnegação que procuramos servir nossos Irmãos, nossa Loja e a Humanidade...


Valdemar Sansão
M.·. M.·.
Agosto de 2011

¿S.'. MASÓN ? - En español




          Sólo recordaba aquel fuerte dolor en el pecho. ¿Cómo vine yo a parar aquí?. El ambiente era familiar, ya estuve aquí una vez ¿pero cuándo?

Caminaba sin rumbo. Personas desconocidas pasaban a mi lado, pero no tenía el coraje para abordarlas. Esperé, y me pregunté: ¿qué grupo sería aquel reunido con ternos negros?¡ Lógico! estaré yendo o viniendo de un entierro. ¡Está claro: son hermanos! Me acerqué al grupo. Al verme llegar, interrumpieron su conversación. Discretamente me identifiqué de Aprendiz, obteniendo respuesta. La alegría afloró de inmediato en mí. ¡Estaba entre hermanos! me identifique con mi nombre y grado.

Pregunté ansioso lo que estaba aconteciendo conmigo. Respondieron con mucho tino y fraternalmente: Había muerto. . . Me asusté grandemente. . . ¿Y mi familia? ¿Mis amigos?. . . ¿cómo están? Están bien, están siendo atendidos por la Orden, no se preocupe. . .a su debido tiempo Ud. los verá, respondieron.

Aún asustado, pregunté el motivo de sus vestimentas.
Nos estamos encaminando a nuestro Templo, fue la respuesta.
¿Templo? ¿Ustedes tienen uno? Sí, claro. . . ¿por qué no? Me sentí más tranquilo. Al final, soy un Gran Inspector General de la Orden, y con certeza recibiré las honras debidas a mi grado.

Pedí poder acompañarlos, y así se hizo. Al final de una pequeña caminata divisé el Templo. Confieso que quedé admirado por su gran belleza. Las columnas del pórtico, majestuosas. Nunca vi algo igual. Imaginé como debía ser su interior y como me sentiría tomando parte de los trabajos.

Caminamos en silencio, al llegar a la antesala me encontré con hermanos conversando animadamente, pero más bien en un tono respetuoso. Uno de ellos, el que me acompañaba, llamó al que estaba adelante de él. ¡Hermano Experto! acompañe al hermano recién llegado y con él espere en la antesala de los Pasos Perdidos.

¿No entendí bien?. Al final había mostrado mis credenciales y no era ese el tratamiento que se me debía dar. Esperé unos instantes, seguro de que me preparaban una recepción más fraterna. Con seguridad estarían preparando alguna ceremonia especial para mi entrada; en realidad un grado 33 no podía esperar nada diferente.

Verifiqué que los hermanos que habían quedado en el atrio, en silencio, iban formando un cortejo para la entrada del templo. ¿Por la distancia no pude escuchar lo que los hermanos decían? Un halo de luminosidad  invadió a todos. Entraron silenciosamente al templo.

Conmigo quedó el hermano Experto. De tanta emoción no conseguía hilvanar palabra alguna. El tiempo pasó... no sé cuanto tiempo. Finalmente la puerta del Templo se entreabrió y salió el hermano Maestro de Ceremonias, se encaminó hacia mí y me comunicó que sería recibido al instante. 


Ajuste el Mandil e infle mi pecho. Comprobé que mi collar y medallas estuvieran ordenados y me encamine con él. Me intranquilicé algo ¿quién no lo haría en esas circunstancias? Respiré profundo y entré ritualísticamente al Templo. Extraño... esperaba encontrar lujo y esplendor, mucha riqueza. Comprobé, de inmediato, una simplicidad enorme. Una luz brillante, que no sé de donde venía, iluminaba todo el ambiente.

Saludé al Venerable y a los vigilantes en la forma acostumbrada. Nadie se levantó a mi entrada. Ningún batir acompaño mi avance. Todos se mantenían silenciosos y en actitud respetuosa. Realmente no sabía que hacer... era todo inhabitual para mí. Esperaba órdenes... por fin ellas vinieron con la voz firme del venerable Maestro:

(¿..............?) Reconociendo la necesidad del retejamiento en tales circunstancias respondí:
(¿..............?)

Sonreí para mis adentros mientras esperaba tranquilamente la siguiente pregunta y el momento propicio para demostrar mis conocimientos y desenvoltura. En su lugar, el Venerable Maestro dirigiéndose a los presentes, preguntó:

¿Los hermanos aquí presentes lo reconocen como Masón?

El silencio fue total. Me asusté. ¿Qué era esto? ¿Por qué tal pregunta? ¡esto con certeza no era parte del Ritual!. Dirigiéndose a mí el Venerable Maestro respondió:

Mi caro Hermano visitante, los hermanos aquí presente no lo reconocen como Masón.
¿Cómo no? 
dije yo.
 ¿No ven mis insignias y paramentos? ¿Mis diplomas? ¿mis medallas? ¿No verificaron mis documentos? ¡Retéjenme!


Sí, claro hermano! 


Respondió solemnemente el Venerable Maestro.

Con todo, con haber ingresado a la Orden , tener diplomas, ostentar insignias y medallas, no basta para ser reconocido masón. Es preciso antes que nada tener construido su "Templo Interior" y verificamos que esto no ocurrió con vos, hermano. Observamos, que a pesar de haber tenido las oportunidades de estudio y haber alcanzado el mayor de los Grados, no habéis realizado progreso personal alguno. Su paso por el arte real fue efímero.

No pude aguantar más y respondí:

 ¿Cómo efímero?. Ustedes, que todo lo saben, ¿no observaron mis actitudes fraternas?. 


Fui interrumpido :

Hermanos... veamos entonces su defensa:

De inmediato se enfocó una pantalla como de televisión y en la imagen me reconocí junto a un grupo de hermanos haciendo comentarios humillantes contra otros hermanos, haciendo chacota con la presencia de los aprendices, contando chisten en le atrio, conversando y desatentos en el desarrollo de los trabajos, intolerante con los hermanos, haciendo gestos para llamar la atención de mi presencia en logia... ¡Era verdad! me dio vergüenza... traté de justificarme, pero no encontraba argumentos para mi defensa. Recordé entonces mis acciones benéficas y me explayé sobre ellas. Cambiando la imagen como se cambian en el canal de Televisión, me vi colocando la mano vacía en el Saco de Beneficencia.

Era cierto y por costumbre lo hacía así, por pensar que el óbolo no sería bien usado... Pensaba que yo le daría mejor destino, pero por desgracia, nunca lo hacia... Me vi en las visitas a los hermanos enfermos y comprendí que era más por obligación que por fraternidad.

Quedé en silencio y lágrimas de remordimiento me brotaron de los ojos. Instintivamente comencé a retirarme cabizbajo. Me detuve al oír la voz autoritaria y al mismo tiempo fraterna del Venerable Maestro.

Mi hermano, reconocemos sus debilidades a todo el mundo y en la masonería, con todo reconocemos también que el hermano fue iniciado en nuestros augustos Misterios. Prometemos a sus iniciados protegerlos y lo haremos.

El hermano tendrá la oportunidad de enmendar sus errores, al final, todos los aquí presentes ya los cometimos alguna vez. Relájese ahora. Tómese el tiempo necesario y al volver sobre este tema llegue con nuevas experiencia, nosotros lo encaminaremos nuevamente hacia el camino correcto de la Orden Masónica. Su nuevo caminar será seguramente más promisorio y útil.

Salí decepcionado mas extrañamente aliviado. Aquellas palabras parecen haberme sacado un gran peso de encima. Con seguridad, allí yo desbastaría parte de mi Piedra Bruta. Estaba saliendo ritualísticamente, cuando pasé entre columnas...

Desperté, sobresaltado y mojado de sudor. Mi corazón estaba muy agitado. Me levanté asustado, más bien con cierta alegría en el pecho. ¡Había soñado! Me dirigí al guardarropa. Mi terno negro y mis guantes blancos sin uso, estaban allí. Rápidamente retiré del paletó las medallas e insignias, junto a los diplomas, algunos sin mérito, y los guardé en una caja de fondo donde nadie los pudiese ver.

Aún emocionado y con los ojos llenos de lágrimas, me dirigí a mi mesa de trabajo y con las manos trémulas y lleno de una alegría enaltecedora, retiré mi Ritual de Aprendiz masón y comencé a leerlo. 
"A la Gloria del Gran Arquitecto del Universo"

Por el R.H. WEBER VARRASQUIM, 33º.
GLUSA

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sessão Maçônica Motivadora

ARLS Guardiões da Fraternidade nº 47 Brusque SC- GLUSA

Sinopse: Considerações a respeito promoção de sessões maçônicas motivadoras imprescindíveis para a sobrevivência da Maçonaria.

O objetivo do maçom em loja é participar de sessão maçônica motivadora para realimentar sua alma na vivência do dia-a-dia. Sessões com assuntos administrativos reduzidos ao mínimo para sobrar mais tempo para degustar bons pensamentos em animadas atividades que visam o crescimento e a auto-educação. O período ou tempo de instrução e estudos é a alma da sessão maçônica!
Cabe apenas aos aprendizes e companheiros maçons a tarefa de manterem acesa a chama do pensamento maçônico? Aprendizes e companheiros são pessoas sedentas de informações e conhecimentos ou os instrutores nas sessões?
 Instrução é dever do Mestre Maçom! Ultimamente os aprendizes e companheiros, e só estes, apresentam peças de arquitetura, trabalhos de cunho intelectual visando aumento de salário.
Por que os mestres maçons não se encontram motivados para tal? Faltam provocações! Carecem de debates e conversas informais dos assuntos da Maçonaria dentro e fora da loja. Tristemente, são comuns os aprendizes e companheiros ensinarem de forma proativa enquanto os mestres maçons dormem!
Como aconteceu isto? Porque o Mestre Maçom está tão desmotivado? São as sessões maçônicas desmotivadoras! Ou o Mestre desce do pedestal em que ele foi colocado em resultado de sessões monótonas ou deixa de ser o eterno e motivado aprendiz ou deixa a ordem maçônica! Esta última é a realidade universal!
Mestre motivador e motivado nasce do atrito com os outros intelectos que o acompanham numa sessão maçônica, daí a importância de debates. A tarefa dos embates por pensamentos em animadas argumentações é arrancar lascas de imperfeição das pedras uns dos outros, o polimento exige trabalho, atividade em equipe - não é assim que são formadas as pedras roladas dos fundos de rios? 
Uma pedra vai batendo na outra até que todas adquirem formas harmoniosas, quase lisas, nunca perfeitas, apenas aperfeiçoadas. São pancadas ora suaves ora bruscas, mas continuas! O resultado são pedras diferentes umas das outras: grandes, pequenas, achatadas, ovais, arredondadas, mas nunca perfeitas. Cada pedra mantém sua forma própria e reflete a luz com maior ou menor intensidade, dependendo de quanto ela rolou em contado com outras pedras maiores e menores, até com pedras tão pequenas como grãos de areia. Todas se modificam pelo atrito constante.
Não há necessidade de erudição elevada, apenas conhecimento médio já é suficiente numa motivadora sessão maçônica, é semelhante à diversificação das pedras do fundo dos rios. Em verdade, basta apenas uma mente sadia - qualquer mente humana! O objetivo deve ser o canteiro de obras movimentado onde cada obreiro é aprendiz, um eterno aprendiz, mesmo que seja apenas um grão de areia em erudição ele vai influir no pensamento de seu irmão.
Promover debate em loja é retornar à prática da Maçonaria especulativa, que preconiza o filosofar, o estudo teórico, o raciocínio abstrato e investigativo, que usos e costumes deturparam a ponto de descaracterizar as sessões maçônicas. Urge despertar nos irmãos a salutar capacidade em desenvolver o pensamento em animadas discussões das coisas da sociedade e da ordem maçônica.
O propósito central das sessões motivadoras é eliminar o inconformismo gerado pelo comparecimento semana após semana em loja apenas para ouvir o som seco, duro, impessoal dos malhetes, em detrimento do trabalho no polimento das pedras chocando-se umas nas outras no exercício do pensamento.
Sessões sem debate e instrução mecânicas revelam perda de tempo; são vazias e sem propósito; devem ser defenestradas do templo. O obreiro da pedra deve terminar seu dia em loja com algo novo e consistente dentro da mochila que ele leva de volta para casa. Urge acabar com a mente desocupada, oca, vazia, cheia de lacunas em resultado de atividade passiva e deixar a capacidade de pensar fazer sua parte na construção do templo ideal da sociedade, onde cada homem é apenas uma pedra.
Atividades motivadoras em loja levantam a egrégora, um campo de força do pensamento em uníssono e vibrante, algo revelado no brilho dos olhos dos participantes.
Como é possível ver os olhos do irmão que dorme o sono dos anjos? O objetivo da Maçonaria é despertar o equilíbrio da razão, emoção e espiritualidade - quando poderão fazer isto se suas mentes estão adormecidas pelo enfadonho e repetitivo som monótono das mesmas idéias repetidas vez após vez?
O obreiro deve voltar à prática do salutar e edificante afiar da espada, a língua, e praticar o manuseio do maço e do cinzel, dar tratos à capacidade de pensar, que há muito foi substituído por outras atividades nada motivadoras; mesmices, tão entediantes que apenas embalam o sono dos ouvintes passivos. Urge incrementar a qualidade das sessões maçônicas de modo a torná-las motivadores de tal forma que estabeleçam contágio para edificantes conversas entre irmãos, o que é de fato o real objetivo da Maçonaria especulativa com sua filosofia e liturgia.
Mestres Maçons devem ser compelidos na confecção de peças de arquitetura? Não! Ninguém é obrigado a fazer nada além do determinado pelas leis que regem a loja. O Mestre Maçom só confeccionará peças de arquitetura quando estiver inspirado para isto. Tais construções surgem no canteiro de obras principalmente se esta for a sua vontade e depois do obreiro se ver provocado por novas inspirações provindas em loja dos irmãos, das outras pedras, pedriscos e grãos de areia.
O salão é o mesmo, as músicas e o ritmo é que devem mudar. O baile será alegre e trará prazer aos dançarinos se a sessão for motivadora e entusiasta! O que interessa é cada músico dar o que tem de bom em si e animar o baile ao sabor de seus pensamentos temperados com alegria. O que se objetiva é alimentar com o sadio, construtivo e consistente alimento da filosofia maçônica.
A sede de conhecimento maçônico deve ser aplacada para que o homem produza frutos. O gênio da motivação vem do ritmo impelido pelos músicos e maestro, onde todos participam da orquestra e ao mesmo tempo dançam ao som de seus pensamentos, sonhos e até devaneios. E assim, os dançarinos vão se movimentando na pista do tempo construído à semelhança de um rio e onde cada pedra lustra a outra para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo.

Charles Evaldo Boller

Bibliografia:
1. DANTAS, Marcos André Malta, Do Aprendiz ao Mestre, Primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada, 248 páginas, Londrina, 2010;
2. PUSCH, Jaime, ABC do Aprendiz, segunda edição, 146 páginas, Tubarão Santa Catarina, 1982;
3. RODRIGUES, Raimundo, A Filosofia da Maçonaria Simbólica, Coleção Biblioteca do Maçom, Volume 04, ISBN 978-85-7252-233-5, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 172 páginas, Londrina, 2007.

Data do texto: 23/08/2011.
Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, autor, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.
Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná.
Rito: Rito Escocês Antigo e Aceito
Local: Curitiba.
Grau do Texto: Aprendiz Maçom.
Área de Estudo: Cultura, Educação, Filosofia, Maçonaria, Pensamento.

O Maçom Luiz Gonzaga - Série Maçons Ilustres

O rei do Baião

História

Luiz Gonzaga nasceu em Exu, Pernambuco, em 13 de dezembro de 1919. Foi um compositor popular. Aprendeu a ter gosto pela música ouvindo as apresentações de músicos nordestinos em feiras e em festas religiosas. Quando migrou para o sul, fez de tudo um pouco, inclusive tocar em bares de beira de cais. Mas foi exatamente aí que ouviu um cabra lhe dizer para começar a tocar aquelas músicas boas do distante nordeste.

Pensando nisso compôs dois chamegos: "Pés de Serra" e "Vira e Mexe". Sabendo que o rádio era o melhor vínculo de divulgação musical daquela época (corria o ano de 1941) resolveu participar do concurso de calouros de Ary Barroso onde solou sua música “ Vira e Mexe” e ganhou o primeiro prêmio. Isso abriu caminho para que pudesse vir a ser contratado pela emissora Nacional.

No decorrer destes vários anos, Luiz Gonzaga foi simbolizando o que melhor se tem da música nordestina. Ele foi o primeiro músico assumir a nordestinidade representada pela a sanfona e pelo chapéu de couro. Cantou as dores e os amores de um povo que ainda não tinha voz.

Nos seus vários anos de carreira nunca perdeu o prestígio, apesar de ter se distanciado do palco várias vezes. Os modismos e os novos ritmos desviaram a atenção do público, mas o velho Lua nunca teve seu brilho diminuído. Quando morreu em 1989 tinha uma carreira consolidada e reconhecida. Ganhou o prêmio Shell de Música Popular em 87 e tocou em Paris em 85. Seu som agreste atravessou barreiras e foi reconhecido e apreciado pelo povo e pela mídia.

Mesmo tocando sanfona, instrumento tão pouco ilustre. Mesmo se vestindo como nordestino típico (como alguns o descreviam: roupas de bandido de Lampião). Talvez por isso tudo tenha chegado onde chegou. Era a representação da alma de um povo...era a alma do nordeste cantando sua história...E ele fez isso com simplicidade e dignidade. A música brasileira só tem que agradecer...

Foi escolhido o Pernambucano do Século XX.


Maçonaria

  

Em 03 de abril de 1971, o irmão Luiz Gonzaga é iniciado na Maçonaria, na A\R\L\S\ "Paranapuan" Nº 1477, do Grande Oriente do Brasil,  da Ilha do Governador, do Rito Moderno" ou "Francês". Elevado ao Grau de Companheiro Maçom, em 14 de dezembro de 1971 e Exaltado ao Grau de Mestre Maçom, em 05 de dezembro de 1973. Tendo como seu "padrinho" o irmão Florentino Guimarães, membro do quadro da Loja "Paranapuan".

Na Maçonaria dos Altos Graus ou Filosóficos, foi iniciado no Grau
4, em 10 de agosto de 1984. No Sublime  Capitulo "Paranapuan", jurisdicionado ao Supremo Conselho do Brasil para o R\E\A\A\.

A música "Acácia Amarela" nasceu em 1981. O irmão Luiz Gonzaga, achando oportuna uma homenagem musical à Maçonaria, elaborou a letra e o tema musical. O irmão Orlando Silveira deu algumas sugestões e harmonizou a melodia. Concluído o trabalho, a gravação foi feita em 1981, e incluída no elenco do CD "Eterno Cantador", da etiqueta "BMG-RCA", com arranjo de "Orlando Silveira e execução vocal de Luiz Gonzaga".

Embora não pudesse ter assiduidade em sua loja mater em razão de suas conhecidas viagens pelo pais, não perdia a oportunidade de frequentar as Lojas Maçônicas dos Orientes onde passava. Nessas Lojas conheceu muitos Irmãos que são testemunhas de sua dedicação e compromisso com a Sublime Ordem.

Ao retornar a Exu, encontra com Irmãos que precisavam se deslocar até o Oriente de Ouricuri-PE para participar dos trabalhos maçônicos. Inconformado com tal situação, une os Irmãos com o objetivo de fundar uma Loja em Exu.

Pouco tempo depois, em 1988, são erguidas as colunas do templo maçônico da Aug.'. e Resp.'. Loja Simbólica Força da Verdade nº 59, com obediência à Soberana Grande Loja Maçônica de Pernambuco, cujos trabalhos eram realizados na Sede da Fundação Vovô Januário, espaço cedido pelo saudoso Irmão.



Após seu chamamento para o Oriente Eterno, no dia 02 de agosto de 1989, os membros daquela oficina resolveram, como forma de agradecimento pelo seu valoroso empenho em trazer a maçonaria para nossa cidade, rebatizar a Oficina que passou a ser chamada de Loja Maçônica Irmão Luiz Gonzaga nº 59. Uma minúscula homenagem àquele que tanto fez pela Ordem.

O Grande Arquiteto do Universo nos seus desígnios, requisitou o irmão Luiz Gonzaga para uma outra missão.

Sofrendo de Neoplasia Maligna (Câncer de Próstata Metastático?), passou 41 dias internado no "Hospital Santa Joana", na cidade de Recife. Agravados seus males físicos, viajou para o Oriente Eterno na madrugada de 01 de agosto de 1989, com 76 anos de idade, em conseqüência de parada cardíaca por pneumonia.

Sob comovente manifestação popular, seu corpo foi velado na cidade do Recife, Capital do Estado de Pernambuco, e transportado inicialmente para a cidade de Juazeiro do Norte, no vizinho Estado do Ceará, onde recebeu as bênçãos do Padre Cícero de quem era muito devoto, e daí para sua cidade natal, em Exu, interior de Pernambuco, onde foi sepultado.

Retirado do site do Irmão Arimateia Macedo
Agosto de 2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Maçom John Wayne - Série Maçons Ilustres


     Segundo o site da California maçom On-Line, John Wayne (1907-1977), cujo verdadeiro nome era Marion Robert Morrison, quando jovem  foi um membro da ordem paramaçônica DeMolay . Ele foi iniciado na Loja Maçônica Marion McDaniel Lodge em Tucson no Arizona em  09 de julho de 1970, nesta mesma Loja foi elevado a companheiro e exaltado a Mestre.


      Posteriormente, filiou-se a uma Loja em Hollywood. Ele também pertencia à Shriners (Al Malaikah Santuário), em Los Angeles. O Shriners International é uma fraternidade baseada na diversão, no companheirismo e nos princípios maçônicos de amor fraterno, auxílio e verdade.  A ele foi conferido o grau honorário 33 do Rito Escocês em Los Angeles.

John Wayne também não foi o único "cowboy" maçom. Encontramos na internet como sendo maçom os seguintes :  Gene Autry, Tom Mix, Audie Murphy, Roy Rogers e também as figuras de Daniel Boone e James Bowie, o batedor olheiro Kit Carson, também o herói das pradarias Buffalo Bill (William Cody).

 Tucson, AZ, July 1970

DOENÇA E MORTE

Fumante inveterado desde a juventude, Wayne foi diagnosticado em 1964 com cancer de pulmão, passando por uma cirurgia para remoção de todo o pulmão esquerdo e quatro costelas. 


Apesar dos esforços de seus agentes em evitar que ele tornasse a doença pública, o ator anunciou à imprensa que estava com câncer e fez um apelo para que a população fizesse mais exames preventivos. 


Cinco anos depois determinou-se que ele estava livre da doença, e apesar da diminuição da capacidade pulmonar, pouco depois Wayne voltou a mascar tabaco e a fumar.

Por Weber Varrasquim
Agosto de 2011

domingo, 28 de agosto de 2011

A Mulher na Maçonaria


Porque a mulher não pode pertencer a Maçonaria?
Curiosidades, história,  liturgia e linguagem simbólica
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Se tivéssemos que responder a pergunta acima, e ela se circunscrevesse tão-somente ao aspecto da nossa ritualística, teríamos que antes de qualquer coisa procurar saber alguma coisa sobre a existência de corpos sutis no ser humano, e qual a relação entre eles e a Kundaline. Porque? Seria a natural pergunta tendo esta explicação como resposta:

"Para se ter auto conhecimento do que sejam esses corpos sutis do Homem, e deles ter o seu domínio, seria necessário que, uma vez conhecido os elementos que os compõem, buscássemos a sua harmonização através de regras apropriadas, face aos perigos a serem evitados que poderiam resultar dessa busca." Isto deveria ser feito somente por iniciados, pois à tal empresa seriam requeridos determinados cuidados e o mais absoluto sigilo.

O segredo é próprio da essência masculina, daí porque o ritual que os maçons praticam exista as provas e, sobre elas, o pedido de silêncio.

O Iniciado sendo um estudioso e querendo penetrar realmente nos mistérios, tem que ter capacidade intelectiva acima da média, para bem depreender certos aspectos especulativos, teológicos, filosóficos e ocultistas.

Isto não quer dizer que o buscador tenha que acreditar em tudo o que venha a ouvir ou ler. Não!


Acreditando ou não, porém despreendendo a razão de ter sido assim no imaginário dos nossos antecessores, por certo, cada um, muito acrescentará no seu saber, como resulta dessa busca.

Um dos primeiros misteriosos pronunciamentos dos Rosa Cruzes, no começo do século XVII, falava do Casamento Alquímico do Rei e da Rainha, e já tratava deste mesmo assunto, ou seja, o que seriam os corpos sutis em harmonia, dentro de uma anatomia esotérica.

Lembram-se de um emblema pertencente ao médico que tem duas serpente envolvendo-se numa vara, uma da direita para a esquerda, e a outra da esquerda para a direita?

Pois bem, esse emblema, para a medicina, representaria uma vida física, mental e espiritual, harmoniosamente saudável, ou seja, uma mente sã em corpo são muito apropriados ao desiderato da ciência médica.

Já para os oculistas, esse mesmo símbolo, denominado Caduceu de Mercúrio ou Vara Mercurial, é o bastão envolto por duas serpentes de giros contrários, que representa a Kundaline.

Esta seria uma alegoria de micro-cósmicas forças ocultas existentes no homem, que, uma vez dominada, revelaria segredos da vida e da eternidade.

Seqüencialmente, iremos tentar dar uma noção do que ela seja, dentro das nossas limitações. O giro ritualístico sinistrocêntrico, de um desses ofídios, pertenceria ao ritual feminino lunar, que na visão ocultista não teria nada de sinistro com sentido catastrófico. O movimento da outra serpente, dextrocêntrico, seria usado e apropriado ao sexo masculino.

O Estado harmônico entre o físico e a psique, numa sutileza ocultista, seria conseguido pela também harmonização da Ida (o nome de uma das serpentes) com a Píngala (o nome da outra), vice-versa pelos centros vitais existentes e denominadas chakras.

A alma humana, por essa harmonia, teria maiores facilidades e meios a um contacto com a Luz Astral. Por esse contato o iniciado poderia ter acesso ao limiar da vida e da morte dentro de um estado psicológico de "êxtase" consciente.

Pelo menos é o que preconiza a literatura ocultista que trata desses assuntos, como sejam Os Livros dos Mortos, Egípcio ou Tibetano.

 A Yoga, a Hata Yoga são algumas dessas vias que ao mesmo limiar levariam a uma consciência ativa. A hipnose, por indução de um terceiro, é também um caminho onde o consciente ativo poderia ali levar o ser levado por um consciente passivo.

Um choque traumático de um desastre automobilístico ou uma queda violenta, em certas circunstâncias mostrariam esse "limiar" da pessoa atingida, causado por um estado de êxtase contemplativo, através do "inconsciente". A pessoa ficaria como que ligada por um fio de vida ao próprio corpo.

 Aí, ocultamente se situaria a câmara do meio de que falam os nossos rituais. A Luz Astral, invisível aos nossos olhos, estaria, porém, ainda presente no seu físico nos diversos pontos e micro canais somente por alguns instantes, e dele se desligaria causando-lhe morte física.

Uma configuração ocultista daria a esse fenômeno como sendo o "despertar da Kundaline". O clímax, por seus violentos espasmos, lembrando o quebrar de incontroláveis de ondas numa praia de tombo, poderia ser também uma amostragem desse oculto despertar.

Seria interessante todos saberem que este Pantaclo tem membro fálico a própria Kundaline ou o Caduceu de Mercúrio. O conduto, formado por Ida e Píngala envolvendo a vara shushuna, em movimentos harmoniosos e harmonizadores, seriam os canais dessa cósmica luz, que estaria individualizada e particularizada em cada pessoa, tendo o seu ponto nascente no cóccix, início da sushuna e dos seus outros dois Nadis. Na vida, o sêmen é o portador e veículo de perpetuação dessa luz.

Na morte, microcosmicamente ela se desinvidualizaria expandindo-se na macro luz cósmica, da qual o Sol é seu real símbolo.

O filme Ghost, ao seu final, dá uma idéia de como seria feita essa transposição da micro para a macro cósmica luz.

A Kundaline, no desempenho harmonizador e vital na natureza humana servi-se-ia dos chakras, sete micro centros de consciência corporal, que são pontos receptivos, emissivos e retransmissivos, distribuídos por todo o corpo.

Seria ela, a Kundaline, por escopo, o conduto da cósmica luz no ser, para uma interação harmônica da mente e da alma junto à matéria, e cujo desabrochar final somente se poderia conseguir e sentir quando a sua irradiação no cérebro.

São estes os sete chakras:
1.º Básico - Localizado na base da espinha.
2.º Esplênico - Localizado no baço.
3.º Plexo Solar - no umbigo.
4.º Cardíaco - no coração.
5.º Laríngeo - na garganta.
6.º Frontal - na testa.
7.º Coronário - no centro da cabeça.

Suas subdivisões em pontos menores formariam uma verdadeira rede de irrigação e interligação em todo o corpo inteiro.

O autor do presente ensaio não acredita ser mero acaso o fato de praticamente todos os chakras  coincidirem com os mesmos pontos dos sinais maçônicos. Suas divisões em pontos menores formariam uma verdadeira rede de ligações e interligações em todo o corpo humano.

Essas formas vivas energizaria o ser e o sustentaria em vida com plena saúde. Seriam e deveriam continuar sendo desconhecidos de profanos, pelos perigos que poderiam representar por um seu domínio inconsciente por pessoas não devidamente preparadas.

Luz astral, chakras, fogo serpentino, eis ai o Kundaline.

Uma das razões pela qual a Maçonaria não permite a admissão de mulheres, segundo as fontes consultadas, é porque os ritos maçônicos são solares e devem ser praticados única e tão somente por homens, pois na essência masculina, ele - o rito - é um aglutinador harmônico do visível com o invisível.

Já para a mulher, o rito tem que ser o lunar, visando manter a mesma harmonia e igualdade de afeto ritual.

Como advém a harmonia de que se falou acima pela prática de um rito lunar ou solar?

Diz a ciência que o corpo humano independente de sexo, é composto de harmônios masculinos e femininos numa base mais ou menos proporcional.

É da ciência oculta que a exaltação de um ou de outro é que impulsiona a tendência para um comportamento mais másculo ou mais feminil, tanto por parte do homem quanto por parte da mulher. O rito lunar é a ela apropriado, pois dispensa provas, da guarda de segredos e do silêncio, qualidade estas por essência, inerentes ao sexo masculino.

Como exemplo os ritos lunares, podem ser citadas as procissões, ladainhas e autoflagelação, cerimônias exóticas - com "x" - mostradas e praticadas pelo público em geral, ou a mulher em particular, porque, por ser emocional, torna-se devocional.

Os perigos desses ritos são os desvios para o animismo, panteísmo, baixa magia, sectarismo e principalmente, em torno de tudo isso, o fanatismo ( Revista O Prumo - Darley Worm - Abril, 1996 ).
Os ritos "Lunares" cedenciam na mulher os seus hormônios masculinos por um dos Nadis, o Píngala, e pelo outro, no Ida, exalta os seus hormônios femininos, para, na condição de mulher plena, harmoniosamente, através do 3.º Nadis, o sushuna - que se situa junto ao líquido cervical - elevar-se ao cérebro.
No homem, a coisa funciona exatamente ao contrário,  sendo os harmônios masculinos exaltados no Píngala e os femininos contidos na Ida, resultando assim harmônios somente masculinizados, fluindo na mesma direção e pelo mesmo canal.

Quando isso acontece no homem ou na mulher, a vida alcança sua plenitude física, sexual, mental e espiritual.

Compreendam agora "o porque" do Caduceu de Mercúrio ser um emblema da medicina, e conseqüentemente da saúde, e a sua relação e emblemação na Kundaline.

Saibam também o porquê de numa Sessão Pública Maçônica se procura acomodar a mulher na coluna do sul, coluna passiva, da beleza, lunar e devocional, própria dela e neutra numa relação harmônica aos seus hormônios.

E saibam ainda porque realmente o Sol, orientador por excelência, deve ficar no lado norte e a Lua no lado sul.

O Rito Iniciático solar envolve silêncio, esoterismo, juramentos de segredo, procedimentos em concordância com a essência da natureza masculina, tendo como símbolo maior da sua ação o trabalho, advindo daí o avental.

 No homem, o trabalho por seu suor é o adequado canal a um seu fim último como um sacerdote da moral.

Na mulher, o grande conduto que a levaria à condição de iniciada seria o parto, que a transformaria em mulher plena, MÃE, na condição quase divina de pela dor e pelo amor poder alcançar o céu.

Nela, a Iniciação seria inconsciente, e teria desdobramentos em sacrifícios por novas vidas, por atos de amor, perpetuadores do grande desígnio das divindades.

No homem, ao contrário, a iniciação seria consciente, já que não tem canais naturais - ao contrário das mulheres -, que pudessem levá-lo a esse estágio, em cujo principal escopo trabalharia denodadamente, mesmo que com luta, pela fraternidade universal.

O ocultismo tentaria pelo rito lunar que é esoterismo, mostrar que a mulher por sua natureza já nasce com canais abertos à iniciação.

Por ser solar, o ritual maçônico tem nos seus mistérios os reais motivos impeditivos de a mulher não poder praticar a maçonaria como ela é (na visão ocultista).


Esqueçamos agora tudo que aqui foi dito e vejamos uma outra focalização da mulher, em análises comparadas, pela adaptação por abstrações na transposição da operativa para a especulativa. Por estas e nestas transposições, em relação ao homem, existem induções a um subjetivo comportamento, de construtor moral.

Nas ações de um hipotético caldeamento homem/mulher, estas subjetividades poderiam implicar no seguinte:
Não ficaria bem, a exemplo dos operativos, uma mulher carregando pedras, dando-lhe marteladas, partindo ou aparando-as, como não ficaria bem, com uma alavanca, num esforço hercúleo, movimentando o mundo.”
Ela, com uma marreta nas mãos, chegaria a ser um pesadelo.
Imagine-a ritualisticamente, com o lado esquerdo do peito nu... poderia?
 E descoberta um pouco acima do joelho direito praticando como M\M\ os c\p\ de p\?... poderia...?

Do ponto de vista da moral, em certas circunstâncias, uma mulher não seria tão livre como o homem, pois precisaria ter autorização do esposo para se ausentar à noite e não ficaria bem para ela, perante a sociedade, voltar as altas horas como o homem volta.

Portanto, a mulher, numa interação ao mundo que vivemos, não poderia ter a liberdade que imagina poder ter. Talvez este trabalho venha justificar de forma mais acentuada, os reais motivos de somente o homem poder praticar a maçonaria por seu rito solar.

Osvaldo Ortega - MM. ARLS. Delta do Limão 445 Glesp. SP
Membro do Cerat - Clube Epistolar
Real Arco do Templo
Revista Loja Estrela da Lapa nº 7
Jul 02/Set 02 


     Observação:
      - Dos 12 deuses gregos maiores, Hermes ou Mercúrio era um deles. Tinha asas no capacete e usava uma vara mágica da paz, que posta entre duas pessoas brigando, imediatamente se faziam amigas, Conta-se que em certa ocasião encontrou duas serpentes em luta. Colocada a vara entre elas, não somente pararam de brigar, mas enroscaram-se separadas no bastão, e de lá nunca mais saíram.
Fontes de consulta: artigo de Darley Worm, na Revista O Prumo.
João Alberto de Carvalho, na coletânea editada pela A Trolha, n.º 13, p. 19
A Franco Maçonaria Simbólica - Jean Palou - Kundaline - Gopi Krishna.
História do Mundo para crianças - Monteiro Lobato.
Revista Loja Estrela da Lapa nº 7
Jul 02/Set 02