domingo, 28 de agosto de 2011

A Mulher na Maçonaria


Porque a mulher não pode pertencer a Maçonaria?
Curiosidades, história,  liturgia e linguagem simbólica
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Se tivéssemos que responder a pergunta acima, e ela se circunscrevesse tão-somente ao aspecto da nossa ritualística, teríamos que antes de qualquer coisa procurar saber alguma coisa sobre a existência de corpos sutis no ser humano, e qual a relação entre eles e a Kundaline. Porque? Seria a natural pergunta tendo esta explicação como resposta:

"Para se ter auto conhecimento do que sejam esses corpos sutis do Homem, e deles ter o seu domínio, seria necessário que, uma vez conhecido os elementos que os compõem, buscássemos a sua harmonização através de regras apropriadas, face aos perigos a serem evitados que poderiam resultar dessa busca." Isto deveria ser feito somente por iniciados, pois à tal empresa seriam requeridos determinados cuidados e o mais absoluto sigilo.

O segredo é próprio da essência masculina, daí porque o ritual que os maçons praticam exista as provas e, sobre elas, o pedido de silêncio.

O Iniciado sendo um estudioso e querendo penetrar realmente nos mistérios, tem que ter capacidade intelectiva acima da média, para bem depreender certos aspectos especulativos, teológicos, filosóficos e ocultistas.

Isto não quer dizer que o buscador tenha que acreditar em tudo o que venha a ouvir ou ler. Não!


Acreditando ou não, porém despreendendo a razão de ter sido assim no imaginário dos nossos antecessores, por certo, cada um, muito acrescentará no seu saber, como resulta dessa busca.

Um dos primeiros misteriosos pronunciamentos dos Rosa Cruzes, no começo do século XVII, falava do Casamento Alquímico do Rei e da Rainha, e já tratava deste mesmo assunto, ou seja, o que seriam os corpos sutis em harmonia, dentro de uma anatomia esotérica.

Lembram-se de um emblema pertencente ao médico que tem duas serpente envolvendo-se numa vara, uma da direita para a esquerda, e a outra da esquerda para a direita?

Pois bem, esse emblema, para a medicina, representaria uma vida física, mental e espiritual, harmoniosamente saudável, ou seja, uma mente sã em corpo são muito apropriados ao desiderato da ciência médica.

Já para os oculistas, esse mesmo símbolo, denominado Caduceu de Mercúrio ou Vara Mercurial, é o bastão envolto por duas serpentes de giros contrários, que representa a Kundaline.

Esta seria uma alegoria de micro-cósmicas forças ocultas existentes no homem, que, uma vez dominada, revelaria segredos da vida e da eternidade.

Seqüencialmente, iremos tentar dar uma noção do que ela seja, dentro das nossas limitações. O giro ritualístico sinistrocêntrico, de um desses ofídios, pertenceria ao ritual feminino lunar, que na visão ocultista não teria nada de sinistro com sentido catastrófico. O movimento da outra serpente, dextrocêntrico, seria usado e apropriado ao sexo masculino.

O Estado harmônico entre o físico e a psique, numa sutileza ocultista, seria conseguido pela também harmonização da Ida (o nome de uma das serpentes) com a Píngala (o nome da outra), vice-versa pelos centros vitais existentes e denominadas chakras.

A alma humana, por essa harmonia, teria maiores facilidades e meios a um contacto com a Luz Astral. Por esse contato o iniciado poderia ter acesso ao limiar da vida e da morte dentro de um estado psicológico de "êxtase" consciente.

Pelo menos é o que preconiza a literatura ocultista que trata desses assuntos, como sejam Os Livros dos Mortos, Egípcio ou Tibetano.

 A Yoga, a Hata Yoga são algumas dessas vias que ao mesmo limiar levariam a uma consciência ativa. A hipnose, por indução de um terceiro, é também um caminho onde o consciente ativo poderia ali levar o ser levado por um consciente passivo.

Um choque traumático de um desastre automobilístico ou uma queda violenta, em certas circunstâncias mostrariam esse "limiar" da pessoa atingida, causado por um estado de êxtase contemplativo, através do "inconsciente". A pessoa ficaria como que ligada por um fio de vida ao próprio corpo.

 Aí, ocultamente se situaria a câmara do meio de que falam os nossos rituais. A Luz Astral, invisível aos nossos olhos, estaria, porém, ainda presente no seu físico nos diversos pontos e micro canais somente por alguns instantes, e dele se desligaria causando-lhe morte física.

Uma configuração ocultista daria a esse fenômeno como sendo o "despertar da Kundaline". O clímax, por seus violentos espasmos, lembrando o quebrar de incontroláveis de ondas numa praia de tombo, poderia ser também uma amostragem desse oculto despertar.

Seria interessante todos saberem que este Pantaclo tem membro fálico a própria Kundaline ou o Caduceu de Mercúrio. O conduto, formado por Ida e Píngala envolvendo a vara shushuna, em movimentos harmoniosos e harmonizadores, seriam os canais dessa cósmica luz, que estaria individualizada e particularizada em cada pessoa, tendo o seu ponto nascente no cóccix, início da sushuna e dos seus outros dois Nadis. Na vida, o sêmen é o portador e veículo de perpetuação dessa luz.

Na morte, microcosmicamente ela se desinvidualizaria expandindo-se na macro luz cósmica, da qual o Sol é seu real símbolo.

O filme Ghost, ao seu final, dá uma idéia de como seria feita essa transposição da micro para a macro cósmica luz.

A Kundaline, no desempenho harmonizador e vital na natureza humana servi-se-ia dos chakras, sete micro centros de consciência corporal, que são pontos receptivos, emissivos e retransmissivos, distribuídos por todo o corpo.

Seria ela, a Kundaline, por escopo, o conduto da cósmica luz no ser, para uma interação harmônica da mente e da alma junto à matéria, e cujo desabrochar final somente se poderia conseguir e sentir quando a sua irradiação no cérebro.

São estes os sete chakras:
1.º Básico - Localizado na base da espinha.
2.º Esplênico - Localizado no baço.
3.º Plexo Solar - no umbigo.
4.º Cardíaco - no coração.
5.º Laríngeo - na garganta.
6.º Frontal - na testa.
7.º Coronário - no centro da cabeça.

Suas subdivisões em pontos menores formariam uma verdadeira rede de irrigação e interligação em todo o corpo inteiro.

O autor do presente ensaio não acredita ser mero acaso o fato de praticamente todos os chakras  coincidirem com os mesmos pontos dos sinais maçônicos. Suas divisões em pontos menores formariam uma verdadeira rede de ligações e interligações em todo o corpo humano.

Essas formas vivas energizaria o ser e o sustentaria em vida com plena saúde. Seriam e deveriam continuar sendo desconhecidos de profanos, pelos perigos que poderiam representar por um seu domínio inconsciente por pessoas não devidamente preparadas.

Luz astral, chakras, fogo serpentino, eis ai o Kundaline.

Uma das razões pela qual a Maçonaria não permite a admissão de mulheres, segundo as fontes consultadas, é porque os ritos maçônicos são solares e devem ser praticados única e tão somente por homens, pois na essência masculina, ele - o rito - é um aglutinador harmônico do visível com o invisível.

Já para a mulher, o rito tem que ser o lunar, visando manter a mesma harmonia e igualdade de afeto ritual.

Como advém a harmonia de que se falou acima pela prática de um rito lunar ou solar?

Diz a ciência que o corpo humano independente de sexo, é composto de harmônios masculinos e femininos numa base mais ou menos proporcional.

É da ciência oculta que a exaltação de um ou de outro é que impulsiona a tendência para um comportamento mais másculo ou mais feminil, tanto por parte do homem quanto por parte da mulher. O rito lunar é a ela apropriado, pois dispensa provas, da guarda de segredos e do silêncio, qualidade estas por essência, inerentes ao sexo masculino.

Como exemplo os ritos lunares, podem ser citadas as procissões, ladainhas e autoflagelação, cerimônias exóticas - com "x" - mostradas e praticadas pelo público em geral, ou a mulher em particular, porque, por ser emocional, torna-se devocional.

Os perigos desses ritos são os desvios para o animismo, panteísmo, baixa magia, sectarismo e principalmente, em torno de tudo isso, o fanatismo ( Revista O Prumo - Darley Worm - Abril, 1996 ).
Os ritos "Lunares" cedenciam na mulher os seus hormônios masculinos por um dos Nadis, o Píngala, e pelo outro, no Ida, exalta os seus hormônios femininos, para, na condição de mulher plena, harmoniosamente, através do 3.º Nadis, o sushuna - que se situa junto ao líquido cervical - elevar-se ao cérebro.
No homem, a coisa funciona exatamente ao contrário,  sendo os harmônios masculinos exaltados no Píngala e os femininos contidos na Ida, resultando assim harmônios somente masculinizados, fluindo na mesma direção e pelo mesmo canal.

Quando isso acontece no homem ou na mulher, a vida alcança sua plenitude física, sexual, mental e espiritual.

Compreendam agora "o porque" do Caduceu de Mercúrio ser um emblema da medicina, e conseqüentemente da saúde, e a sua relação e emblemação na Kundaline.

Saibam também o porquê de numa Sessão Pública Maçônica se procura acomodar a mulher na coluna do sul, coluna passiva, da beleza, lunar e devocional, própria dela e neutra numa relação harmônica aos seus hormônios.

E saibam ainda porque realmente o Sol, orientador por excelência, deve ficar no lado norte e a Lua no lado sul.

O Rito Iniciático solar envolve silêncio, esoterismo, juramentos de segredo, procedimentos em concordância com a essência da natureza masculina, tendo como símbolo maior da sua ação o trabalho, advindo daí o avental.

 No homem, o trabalho por seu suor é o adequado canal a um seu fim último como um sacerdote da moral.

Na mulher, o grande conduto que a levaria à condição de iniciada seria o parto, que a transformaria em mulher plena, MÃE, na condição quase divina de pela dor e pelo amor poder alcançar o céu.

Nela, a Iniciação seria inconsciente, e teria desdobramentos em sacrifícios por novas vidas, por atos de amor, perpetuadores do grande desígnio das divindades.

No homem, ao contrário, a iniciação seria consciente, já que não tem canais naturais - ao contrário das mulheres -, que pudessem levá-lo a esse estágio, em cujo principal escopo trabalharia denodadamente, mesmo que com luta, pela fraternidade universal.

O ocultismo tentaria pelo rito lunar que é esoterismo, mostrar que a mulher por sua natureza já nasce com canais abertos à iniciação.

Por ser solar, o ritual maçônico tem nos seus mistérios os reais motivos impeditivos de a mulher não poder praticar a maçonaria como ela é (na visão ocultista).


Esqueçamos agora tudo que aqui foi dito e vejamos uma outra focalização da mulher, em análises comparadas, pela adaptação por abstrações na transposição da operativa para a especulativa. Por estas e nestas transposições, em relação ao homem, existem induções a um subjetivo comportamento, de construtor moral.

Nas ações de um hipotético caldeamento homem/mulher, estas subjetividades poderiam implicar no seguinte:
Não ficaria bem, a exemplo dos operativos, uma mulher carregando pedras, dando-lhe marteladas, partindo ou aparando-as, como não ficaria bem, com uma alavanca, num esforço hercúleo, movimentando o mundo.”
Ela, com uma marreta nas mãos, chegaria a ser um pesadelo.
Imagine-a ritualisticamente, com o lado esquerdo do peito nu... poderia?
 E descoberta um pouco acima do joelho direito praticando como M\M\ os c\p\ de p\?... poderia...?

Do ponto de vista da moral, em certas circunstâncias, uma mulher não seria tão livre como o homem, pois precisaria ter autorização do esposo para se ausentar à noite e não ficaria bem para ela, perante a sociedade, voltar as altas horas como o homem volta.

Portanto, a mulher, numa interação ao mundo que vivemos, não poderia ter a liberdade que imagina poder ter. Talvez este trabalho venha justificar de forma mais acentuada, os reais motivos de somente o homem poder praticar a maçonaria por seu rito solar.

Osvaldo Ortega - MM. ARLS. Delta do Limão 445 Glesp. SP
Membro do Cerat - Clube Epistolar
Real Arco do Templo
Revista Loja Estrela da Lapa nº 7
Jul 02/Set 02 


     Observação:
      - Dos 12 deuses gregos maiores, Hermes ou Mercúrio era um deles. Tinha asas no capacete e usava uma vara mágica da paz, que posta entre duas pessoas brigando, imediatamente se faziam amigas, Conta-se que em certa ocasião encontrou duas serpentes em luta. Colocada a vara entre elas, não somente pararam de brigar, mas enroscaram-se separadas no bastão, e de lá nunca mais saíram.
Fontes de consulta: artigo de Darley Worm, na Revista O Prumo.
João Alberto de Carvalho, na coletânea editada pela A Trolha, n.º 13, p. 19
A Franco Maçonaria Simbólica - Jean Palou - Kundaline - Gopi Krishna.
História do Mundo para crianças - Monteiro Lobato.
Revista Loja Estrela da Lapa nº 7
Jul 02/Set 02 

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