quarta-feira, 29 de agosto de 2012

AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UM MESTRE MAÇOM


      No caso de uma Loja Maçônica querer adquirir um novo membro na Ordem, o primeiro passo é a Sindicância.

      Como é sabido, o conjunto de informações conseguidas sobre um profano, denomina-se “Sindicância”. É extremamente importante a seriedade com que os sindicantes deverão fazer esse trabalho exigido pela Loja. Mais importante ainda, é a indicação feita pelo proponente. Se o candidato foi indicado por ser amigo do proponente e não por ter qualidades e virtudes que o transformarão em um bom maçom, segue-se uma sindicância imperfeita.

      O proponente, antes de mais nada, deve saber muito sobre a maçonaria para poder esclarecer o candidato que fará, sem duvidas, uma série de perguntas: o que é; para que serve; sua história; metas; etc, etc. Se o proponente não responde com clareza e certeza, o candidato poderá se tornar um maçom sem saber o principal, confiando no amigo que disse que a maçonaria é uma “Coisa legal, você vai gostar!”.

      O processo de Iniciação é importantíssimo. O candidato é conduzido em diversas passagens e deve estar confiante, sem temor, crendo que está entre pessoas nobres e diferenciadas. Cerimônias com passagens bisonhas, gracejos, brincadeiras perigosas ou de mau gosto, fazem que ocorra uma má Iniciação, gerando um maçom que nunca levará a sério a nossa sublime Ordem.

      Uma vez Aprendiz Maçom, receberá este, uma série de Instruções sobre a Simbologia, sobre as Ferramentas do Grau, etc, para que processe o desbaste da “pedra bruta”.

      Enfim, Maçonaria é estudo...estudo...estudo...

       E o Aprendiz mal instruído devido a didática pobre do instrutor, da falta de leitura dos clássicos maçônicos, da falta de conhecimento e cumprimento da Legislação Maçônica, das pavonices e vaidades em Loja, das incoerências ritualísticas, etc, dará um Companheiro despreparado e desmotivado. Tudo pode ser agravado pela pressa no “aumento de salário”.

      Ensinar, é transmitir conhecimento. Conhecimento sólido, abrangente que se transformará no alicerce de um verdadeiro Mestre Maçom. Instruções mal dadas, transmissão precária de conhecimentos, não exigir trabalhos sérios e bem pesquisados, farão um mau Aprendiz, que será um péssimo Companheiro e um Mestre ridículo.
Texto do Irmão Salim Zugaib
Agosto de 2012


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Série Maçons Ilustres- NEIL ARMSTRONG



Morre o Maçom Neil Armstgrong
O primeiro homem a pisar na Lua

Morreu no sábado, 25/08/2012, Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua. 
O astronauta norte-americano tinha 82 anos.

A NBC News adiantou que Armstrong morreu na sequência de uma operação ao coração realizada há cerca de três semanas, pouco depois de ter completado os 82 anos. Neil Alden Arsmtrong nasceu em Wapakoneta, no estado norte-americano do Ohio a 5 de agosto de 1930.

No seu currículo figuram as funções de astronauta da NASA, pilotos de testes, engenheiro aeroespacial, professor universitário, piloto da força aérea naval e, claro, o posto do primeiro homem a colocar um pé na Lua.

Foi na sua segunda e última viagem espacial que, como comandante da missão (Apolo 11), onde também foi Buzz Aldrin, Neil Armstrong fez o que ninguém antes tinha feito: em 20 de julho de 1969 deu o tal pequeno passo de um homem que foi gigante para a humanidade.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lamentou a morte do astronauta que classificou, um dos maiores heróis americanos de todos os tempos. Num comunicado divulgado pela presidência dos Estados Unidos, como escreve a Lusa, Barack Obama e a mulher, Michelle, afirmam ter ficado profundamente entristecidos com a notícia da morte de Neil Armstrong.

O primeiro homem a pisar na Lua (NEIL ARMSTRONG)
era Maçom.

Ele teria vestido seu avental de maçom sobre o traje lunar durante a missão da Apolo 11, mas não há provas de que isso realmente tenha acontecido.


* 25-08-2012 *


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Mundo Virtual...




Entrei apressado e com muita fome no restaurante. Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, porque queria aproveitar os poucos minutos que dispunha naquele dia, para comer e acertar alguns bugs de programação num sistema que estava a desenvolver, além de planejar a minha viagem de férias, coisa que há tempos que não sei o que são.
Pedi um filete de salmão com alcaparras em manteiga, uma salada e um suco de laranja, afinal de contas fome é fome, mas regime é regime não é?
Abri o meu note book e levei um susto com aquela voz baixinha
atrás de mim:
- Senhor, não tem umas moedinhas?
- Não tenho, menino.
- Só uma moedinha para comprar um pão.
- Está bem, eu compro um.
Para variar, a minha caixa de entrada está cheia de e-mail.
Fico distraído a ver poesias, as formatações lindas, rindo com as piadas malucas.

Ah! Essa música leva-me até Londres e às boas lembranças de tempos áureos.
- Senhor, pode pedir para colocarem margarina e queijo.
Percebo nessa altura que o menino tinha ficado ali.
- Ok. Vou pedir, mas depois deixas-me trabalhar, estou muito ocupado, está bem?
Chega a minha refeição e com ela o meu mal-estar. Faço o pedido do menino, e o empregado pergunta-me se quero que mande o menino ir embora.
O peso na consciência impedem-me de o dizer.
Digo que está tudo bem. Deixe-o ficar. Que traga o pão e, mais uma refeição decente para ele.
Então sentou-se à minha frente e perguntou:
- Senhor o que está fazendo?
- Estou lendo uns e-mail.
- O que são e-mail?
- São mensagens eletrônicas mandadas por pessoas via Internet
(sabia que ele não ia entender nada, mas, a título de livrar-me de suas perguntas):
- É como se fosse uma carta, só que via Internet.
- Senhor você tem Internet?
- Tenho sim, essencial no mundo de hoje.
- O que é Internet ?
- É um local no computador, onde podemos ver e ouvir muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar, trabalhar, aprender. Tem de tudo no mundo virtual.
- E o que é virtual?
Resolvo dar uma explicação simplificada, sabendo com certeza que ele pouco vai entender e deixar-me almoçar, sem culpas.
- Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos tocar, apanhar, pegar... é lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer.
- Criamos as nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como queríamos que fosse.
- Que bom isso. Gostei!
- Menino, entendeste o significado da palavra virtual?
- Sim, também vivo neste mundo virtual.
- Tens computador?! - Exclamo eu!!!
- Não, mas o meu mundo também é vivido dessa maneira... Virtual.
 - A minha mãe fica todo dia fora, chega muito tarde, quase não a vejo, enquanto eu fico cuidando do meu irmão pequeno que vive a chorar de fome e eu dou-lhe água para ele pensar que é sopa, a minha irmã mais velha sai todo dia também, diz que vai vender o corpo, mas não entendo, porque ela volta sempre com o corpo, o meu pai está na cadeia há muito tempo, mas imagino sempre a nossa família toda junta em casa, muita comida, muitos brinquedos de natal e eu a estudar numa escola para vir a ser um médico um dia.
- Isto é virtual não é senhor???
Fechei o portátil, mas não fui a tempo de impedir que as lágrimas caíssem sobre o teclado.
Esperei que o menino acabasse de literalmente "devorar" o prato dele, paguei, e dei-lhe o troco, que me retribuiu com um dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um 'Brigado senhor, você é muito simpático!'.
Ali, naquele instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel nos rodeia de verdade e fazemos de conta que não percebemos!

Desconheço a autoria.  
23-08-2012

Ninguém vai demitir os responsáveis?

Clique na imagem para ampliar


domingo, 19 de agosto de 2012

Porque o dia 20 de agosto é considerado o Dia do Maçom no Brasil?


20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM BRASILEIRO


Por vezes perguntamos. O que tem levado tantos homens, no mundo inteiro, a abraçar esta Instituição, seguir e difundir seus princípios?

Acreditamos que o motivo fundamental é porque confiamos nos principios sobre os quais ela foi construída: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Crer nos ideais de buscar a perfeição e praticar a beneficência. Aperfeiçoar-se e servir.

Há a lição da irmandade. O sagrado sentimento de união entre os Irmãos, que nos traz a cada sessão e nos faz permanecer num fraterno e imorredouro abraço.

Homens de bons propósitos, perseguindo, incansavelmente, a perfeição. Homens preocupados em ser, em transcender, num preito à espiritualidade e a crença no que é bom e justo. Pregam o dever e o trabalho. Dedicam especial atenção à manutenção da família, ao bem estar da sociedade, à defesa da Pátria e o culto ao Grande Arquiteto do Universo.

Temos perfeita consciência de nosso papel social e da importante parcela de responsabilidade na missão de transformar o mundo, modificando, aprimorando as coisas que nos cercam.

Porque o dia 20 de agosto é considerado o Dia do Maçom no Brasil?

        “Em setembro de 1918, o Irmão Antenor de Campos Moura, então Venerável da Loja “Fraternidade de Santos”, propunha ao Grande Oriente do Brasil a instituição do “Dia do Maçom”, que seria comemorado não só como um dia de festa, mas também como um dia de beneficência e de caridade.

      Na data fixada, as Lojas de todo o Brasil deveriam realizar uma sessão que fosse Econômica, ou Magna de Iniciação, ou branca; não deveria ser exigido que se cumprisse um programa arcaico e muitas vezes despido de interesse. Cada Loja que fizesse uma reunião como bem entendesse. Qualquer data poderia ser para o “Dia do Maçom”; a data poderia ser aquela em que esse projeto fosse aprovado.” Posteriormente foi fixada a data de 20 de agosto, sendo aceita e comemorada por todos.

      A explicação para a determinação do dia 20 de agosto baseou-se na histórica Sessão conjunta das Lojas “Comércio e Artes” e “União e Tranqüilidade”, no Rio de Janeiro, onde o Ir∴ Gonçalves Ledo pronunciara um discurso inflamado, fazendo sentir a necessidade de proclamar-se a Independência do Brasil, cuja proposição foi aprovada pelos presentes e registrada em ata no 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822, interpretado como se fosse o dia 20 de agosto.

     Na realidade, autores referem um erro histórico, dada a utilização equivocada do calendário gregoriano, ao invés do calendário equinocial, utilizado para o registro da sessão, onde o ano se inicia no dia 21 de março, que leva a reunião para o dia 09 de setembro.

O que isso tem haver com a nossa Independência em 7 de setembro?

O 20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM, foi escolhido, porque nessa data, que realmente a nação se tornou independente, por força e decisão da maçonaria.

      E é uma efeméride nacional consagrada e, como tal, deve ser comemorada com toda pompa, pois a Maçonaria em muito contribuiu para a efetiva emancipação político-social do Brasil e os Maçons de um modo geral devem reverenciar seus membros responsáveis pelas idéias e as efetivas ações, mas sempre sabedores da verdade histórica.

- Esta data consta do art.179 da Constituição do Grande Oriente do Brasil e do art. 275 do Regulamento, ordenando a comemoração da data no dia 20 de agosto.

      Desde 1923, encontra-se na BIBLIOTECA NACIONAL DO RIO DE JANEIRO, a Certidão das Atas do Grande Oriente do Brasil, de 1822, com o título DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA, VOLUME I, LISBOA – RIO DE JANEIRO, 1923 – A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA.

      Neste documento, grafa quando se refere à “Ata da Sessão de 20 do 6º mês Ano 1822”, a data correspondente no calendário Gregoriano como “(9 de setembro)”.

   Em 20 de agosto de 1822, foi convocada uma reunião extraordinária do Grande Oriente do Brasil por Joaquim Gonçalves Ledo , em face da sempre ausência de José Bonifácio, Grão-Mestre que se encontrava viajando. O incansável Irmão Gonçalves Ledo era 1º Grande Vigilante seu substituto hierárquico na maçonaria brasileira, profere um eloqüente discurso, na ARLS Arte e Comércio em 20 de Agosto. Expondo aos maçons presentes à necessidade de ser imediatamente proclamada a Independência do Brasil. Por causa do discurso proferido, a proposta foi votada e aprovada por todos os presentes.

   A cópia da ata dessa reunião foi encaminhada imediatamente a D. Pedro I que se encontrava também viajando e, recebeu tal decisão às margens do riacho do Ipiranga em 7 de setembro, ocasião que o Imperador proclamou a Independência do Brasil por encontrar respaldo e mesmo determinação da maçonaria brasileira.

De qualquer maneira, vamos comemorar.

  Foi também instituído, em 1994, nos Estados Unidos, o DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM, comemorado em 22 de fevereiro, data de nascimento do Maçom GEORGE WASHINGTON, o artífice principal da independência daquele país.
Ir. Domingo Ramos


19 de agosto de 2012

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

BATIDA DO MALHETE



Saudações estimado Irmão,
é preciso que haja harmonia na

BATIDA DO MALHETE

Concentramos nossa atenção em conhecer os símbolos maçônicos, suas formas, origens, instruções intrínsecas e acabamos deixando de lado o estudo funcional. O objeto não é apenas como uma forma concreta de representar um ensinamento. Se o objeto existe, ele tem uma MISSÃO e uma FUNÇÃO.

A missão do Malhete é mostrar aos presentes as sessões, quem são as Luzes da Loja. Assim como as Colunetas, só pode haver três malhetes em cada Loja (pode haver outros maços/malhos, mas não malhetes).

Todos os livros maçônicos ensinam que o “malhete, é um pequeno martelo de duas cabeças, de madeira dura, sendo símbolo de poder, autoridade, mas também simboliza a vontade e a força do trabalho e da lógica”.

 No mundo profano, a maioria dos martelos que você conhece, tem quantas cabeças? Quando o martelo tem “dois lados”, normalmente não são para duas funções diferentes? Não é muito comum ter um lado para enfiar o prego e outro para tirá-lo? Quando os dois lados são para bater, não costuma haver diferenças entre as cabeças?

 Um importante símbolo da Maçonaria e dos Altos Graus é a águia de duas cabeças, esta ave também é símbolo do poder, do “ver mais alto”, mas nesta condição (bicéfala) também nos remete a aprender a olhar para os dois lados, ter mais do que “uma visão” sobre um tema.

O malhete ultrapassa o símbolo do poder investido nas Luzes da Oficina, ele é um instrumento que alerta os mandatários quando de suas decisões. Não podemos confundir martelo com marreta! O martelo/malhete é para edificar, a marreta é para quebrar.

 Portanto a função do malhete é construir. Sua ação deve ter apenas três propósitos: O primeiro é uma BATIDA FIRME, que serve para chamar a atenção dos Irmãos quando os trabalhos são iniciados, continuados ou encerrados justos e perfeitos.

 O segundo é uma BATIDA FORTE que tem como propósito alertar os Irmãos sobre uma conduta inadequada, seja as conversas paralelas ou a manifestação inadequada de um Obreiro.

O terceiro, sãos as BATIDAS HARMONICAS do Grau que estamos trabalhando. É de suma importância que compreendamos que a quantidade, a intensidade e o tempo entre as batidas devem ter o propósito de harmonizar a Oficina e os Irmãos. Não há a menor explicação para rompantes de batidas que parecem que vão desmontar as mesas das Luzes.

Nosso ambiente de trabalho é purificado pela chama das velas, pelo aroma dos incensos e pelos acordes musicais. A batida correta, seqüencial e harmônica, acaba por acertar as pequenas arrestas vibracionais contrarias ao bom andamento dos trabalhos.

 VENERÁVEIS E VIGILANTES ATENTEM A RESPONSABILIDADE DE NÃO QUEBRAREM A EGRÉGORA FORMADA PELOS QUE ESTÃO DE PÉ E A ORDEM.

 Batida não é pancada. A intenção é produzir uma vibração de percussão usando o malhete como instrumento de impacto.  As ondas sonoras, são forças sutis que a medida de se propagam vão anulando outras ondas fragmentadas e não correspondentes a motivação que faz estarem juntos os Irmãos.

Observem em outras sociedades o momento em que um sino é tocado ou um tambor batido. O Venerável Mestre deve produzir uma variação de pressão do ar capaz de sensibilizar o ouvido humano, excitando os nervos auditivos e causando-nos uma boa sensação.

Os Vigilantes atentos a maneira e intensidade com que o som foi produzido no Oriente PELO Venerável Mestre devem se esforçar em repeti-lo igualmente no Norte e no Sul.
A batida do malhete pelos vigilantes devem ser em igual intensidade, velocidade ao do Venerável Mestre.

Nada na Maçonaria se faz que não tenha um propósito maior.

POR QUE DEVEMOS ESTUDAR MAIS? Às vezes há coisas que não compreendemos ou mesmo aspectos que alguns qualificam como desnecessárias ou até mesmo extravagantes, mas na peça "Hamlet", de William Shakespeare (Ato I, cena V) encontramos um motivo para nos dedicar mais aos estudos maçônicos:

Após falar com o fantasma do pai, Hamlet pede que os amigos jurem que não contarão a ninguém o que viram. Horácio é um dos amigos.

Hamlet : "Recebamo-lo então como a estrangeiro. Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que pode sonhar tua vã filosofia. Jurai de novo, assim Deus vos ajude, por mais que eu me apresente sob um aspecto extravagante(...)"

TFA
Sérgio Quirino Guimarães

Agosto de 2012

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Ninguém é Maçom, Somos Reconhecidos como Tal






     Saúde, paz, harmonia e prosperidade ao irmão, à Oficina e familiares.

     Um dos grandes dilemas maçônicos é saber se podemos nos intitular maçons (Sou maçom!) ou se essa afirmativa não nos pertence e só pode ser feita por um outro maçom.

     De fato, temos uma visão míope de nós mesmos. Tendemos a uma hipervalorização do nosso eu e, não raras vezes, em detrimento do outro… Explico melhor, fomos educados em um sistema de comparações em que um ponto geralmente é explicado ou visto em relação a outro. Tendemos ao comparativo e assim nos sentimos mais ricos quando vemos mais pobres, sentimo-nos mais bonitos quando vemos mais feios e assim por diante.

     Ocorre que por vezes nossa miopia egocêntrica é tão grande que nos assustamos com nós mesmos ao vermos nossa imagem refletida em um espelho. Tendemos a não acreditar no que vemos… não é possível que seja eu…

     Mas por vezes forçamos a barra e influímos na imagem do espelho, ou pelo menos no que ela está nos revelando. O feio se torna belo e assim por diante.

     Assim, ao nos considerarmos maçons, em detrimento de sermos reconhecidos como tal, chamamos para nós um conjunto de características do “ser maçom” que muitas vezes não apresentamos, não temos.

     Claro, sempre se pode invocar o formalismo. Sou maçom porque fui iniciado. Sou maçom porque pertenço à Potencia tal… e etc. … Mas isso realmente nos confere a autoridade para nos denominarmos maçons?

     O que é ser maçom ??? É somente ter sido iniciado ??? Não implica mais nada ???

     Desde meus tempos de aprendiz escuto um trocadilho muito usual em nosso meio, principalmente quando não gostamos de um determinado Irmão: “fulano é um profano de avental” ou então, quando encontramos qualidades em um não iniciado: “é um maçom sem avental”…

     Por certo ser maçom implica muito mais que ter passado por uma iniciação.

     Também reverbera em meu pensamento uma frase muito pronunciada em iniciações: “bem-vindo meu Irmão; esperamos agora que assim como você entrou para a Maçonaria que deixe que essa entre em você, em seu coração e atitudes…”

     Minha angústia, que motiva essa reflexão sobre SER MAÇOM, é a inépcia de nossos métodos “maçônicos” em muitos de nós. Não raro vemos Irmãos colados no grau de mestre, mestres instalados e, até no grau 33º, com exposições diametralmente opostas à nossa filosofia, com atitudes antagônicas ao que se desprende de nossas alegorias e símbolos.

     Bem sei que deveria estar preocupado acima de tudo com a minha pedra bruta, evitando de reparar nas imperfeições de outras pedras, mas isso está se tornando impossível para mim, pelo que peço humildes desculpas aos meus Irmãos, mas não dá para “tapar o sol com a peneira”, empresto aqui voz há muitos que têm se chocado com palavras e atitudes de outros Irmãos.

     Abate-me extremamente estar ao lado de Irmãos que acham que o cume de seus progressos na Maçonaria são os graus colados… ser grau 33º em seu rito, ser mestre “instalado”, estar autoridade maçônica e assim por diante e, deixam a humildade, a fraternidade, o carinho e virtudes trancados no armário, o armário da arrogância e da empáfia.

     Abate-me saber que Irmãos são indiciados civil ou criminalmente pelos mais variados delitos ou crimes.

     Abate-me ter conhecimento de Irmãos que batem em suas esposas, filhos e familiares.

     Abatem-me as disputas para saber quem é mais maçom, quem tem o maior grau… quem foi melhor Venerável Mestre.

     Abate-me ver maçons se digladiando por achar que a Potencia a qual pertence e melhor que a do outro, que a dele é reconhecida, a do outro não, e diga-se de passagem, “reconhecida por quem?” Uma é reconhecida por outra e outra é reconhecida por outras tantas, pronto fim de papo, todas são reconhecidas, se não por uma é por outra, ponto final nessa balela.


     Não consigo entender também como alguns insistem em trazer o pior de suas práticas profissionais para o seio das Lojas. Estive em Lojas onde me senti como em um tribunal de justiça, onde se fazia de tudo menos aquela egrégora gostosa de estar entre Irmãos. Todas as palavras eram medidas com cuidado, os pronunciamentos eram cheios de erudição jurídica, menos maçônica. A sessão travava com os famigerados “pela ordem Venerável”…

     E o que falar dos Irmãos entendidos em política. Raro é os ver apresentando um trabalho sobre alegoria ou simbolismo maçônico… a tônica é uma só: política.

     Voltamos então ao fulcro desta reflexão: sou maçom ou sou reconhecido como tal ? O que significa ser reconhecido como maçom?

     O que ou quem é o maçom ? Há algo que o diferencia de outro ente?

     Se nos orientarmos pelos rituais e pela literatura maçônica teremos uma visão superidealizada do SER MAÇOM. Ele mais se parece com um super-homem, dotado de poderes extraordinários.

     Mas no convívio, no dia a dia, se desfaz essa visão do super-homem. Eu pelo menos nunca o encontrei entre nós, pelo menos não na forma idealizada. Muito menos em mim mesmo…

     Está mais do que na hora de nos despirmos do modus profano. De tirarmos as nossas máscaras e darmos um passo em direção ao autêntico “ser maçom”. Está na hora de sermos maçons.

     Reconheça que você não é o centro do universo!

     Reconheça que outros podem vivenciar mais a maçonaria do que você!

     Reconheça que graus de nada servem se seu coração e atitudes não passaram daquelas do grau 1 (pedra bruta)!

     Reconheça que ser Mestre Instalado não lhe dá direitos acima de seus Irmãos!

     Reconheça que tem pesquisado, estudado e refletido muito pouco em nossos símbolos, alegorias e ritualística!

     Reconheça que tem faltado às sessões porque se acha melhor que aqueles que estão sempre lá, gostando ou não, ajudando nos trabalhos em Loja.

     Reconheça que se é verdade que Maçonaria não se faz somente em Loja, também o é verdade que sem estar em Loja não se faz Maçonaria! É na Loja que exercitamos o submeter minhas vontades e fazer novos progressos na maçonaria. Não se iluda.

     Reconheça que a Maçonaria não é clube social, partido político, confraria da cerveja ou o quintal de sua casa, terraço de seu apartamento, sala de seu trabalho, mas sim uma Ordem INICIÁTICA.

     Reconheça, por fim, que você não é dono da Loja.

     Deixe que as alegorias e símbolos tomem forma em seu interior e se manifestem em suas atitudes, não em meras palavras.


     Deixe que o movimento da egrégora maçônica lhe tome a mente, o coração.

     Deixe que a humildade aflore em suas palavras e ações. Não tema, pode baixar a guarda, você está entre Irmãos.

                 Por fim, receba seu prêmio, não é um avental mais bonito que o dos outros Irmãos ou um título de MI ou 33º mas, tão somente uma ação:
 VOCÊ É RECONHECIDO COMO TAL,

sem sombras de dúvidas!


Enviado pelo Ir.’.César Luís Bueno Gonçalves
M.’.I.’.
ARLS Fraternidade Acadêmica Guarulhos Nº 3253 • GOSP/GOB