REGRAS RITUALÍSTICAS – 14
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Em quase todas as reuniões que assistimos, observamos que há sempre indecisões em determinados procedimentos ritualísticos e até nas interpretações do Regulamento e da Constituição, inclusive entre os Irmãos mais antigos, entre os quais me incluo.
Assim, vimos abordando, ponto por ponto, nesses 14 textos, as Instruções com comentários de mestres de notórios conhecimentos sobre Ritualística.
A ausência de AApr.’. e CComp.’. a uma ou mais sessões da Loja, por motivo de força maior, em nada prejudicará a rotina do programa traçado, pois, os mesmos, disporão de fonte de consulta para seus estudos.
Laço - Em Maçonaria, os laços, no sentido literal, são, obviamente, encontrados a cada instante, nos paramentos e até na Corda de 81 Nós; todavia, o que mais interessa considerar são os laços no sentido figurado de união, vínculo, aliança, pois são esses os laços que aproximam os Maçons de todo o mundo e os que devem unir e aliar todas as Obediências Maçônicas.
Corda – Segundo Oswald Wirth, em Maçonaria, a corda simboliza o cordão umbilical, sendo a Câmara de Reflexão, onde se encontra encerrado o candidato, o útero materno, do qual sairá por uma morte à vida fetal, para renascer à vida iniciática.
Corda com nós – Símbolo maçônico com várias interpretações e de acordo com o número de nós. A Corda de Nós se inspirou no folclore maçônico e se converteu em importante símbolo. Muitos Maçons tentaram interpreta-la, envolvendo-a de mitos, de “santidade” e até de analogia com os rosários e os cordões dos frades.
O comum é haver sete nós abertos. O principal motivo desse número está em que nenhuma loja pode abrir-se e trabalhar sem o mínimo de sete irmãos, dos quais três devem ser mestres dirigentes (VM.’., 1º e 2º VVig.’.), e os demais de acordo com o grau da sessão.
Consequentemente, nenhuma Cadeia de União pode formar-se com menos de sete Irmãos. Outra interpretação procura aliar os sete nós aos sete anos que se exigiam para o Aprendiz chegar a Companheiro. Há, ainda, a interpretação filosófica, pela qual os laços ou nós ensinam que as boas qualidades devem vibrar em uníssono e que os maçons unem as faculdades espirituais, em primeiro lugar para o aperfeiçoamento pessoal, e, depois, em benefício da humanidade.
Quando em número de sete, os nós representam as Artes ou Ciências Liberais; em todos os “Antigos Deveres”, ou seja, as Old Charges, há constantes referências às Artes e Ciências liberais e, quando foi fundada a Maçonaria Especulativa, elas fizeram parte do sistema de instrução dos Maçons. Foram colocadas no grau de Aprendiz que então constituía o grau mais importante daquele período. Depois, foram transferidas para o grau de Companheiro, por ser este o grau simbólico da Ciência, e foram representadas pelos sete degraus da escada em espiral. São, quando devidamente interpretadas, o símbolo do progresso no conhecimento. Ainda permanecem neste grau, porém, mais tarde, depois de criado o grau de Mestre, elas foram uma referência aos sete Mestres que compõem uma Loja.
Em número de doze, figuram os signos do Zodíaco e, em número de 81, simbolizam a União e a Fraternidade maçônica que abrangem a todos os Maçons do Mundo.
Marcha – é um termo maçônico que significa “caminhar”. A marcha usada pela Maçonaria tem uma interessantíssima simbologia. A doutrina maçônica, no seu todo, nada mais é que um modo especial de fazer com que o maçom avance sempre, aperfeiçoando-se intelectual, moral e espiritualmente. Daí a razão por que o maçom caminha do Ocidente para o Oriente isto é, da escuridão para a claridade, das trevas para a luz. Assim, quando o Aprendiz inicia a sua marcha “está deixando para trás o mundo objetivo da animalidade, para o mundo subjetivo de espírito”.
Existem várias marchas na liturgia maçônica, desde o átrio, quando em “procissão”, os maçons adentram no templo por ordem hierárquica, começando pelos Aprendizes. Existe a marcha individual, que consiste nos passos que são dados nos giros feitos pelo Mestre de Cerimônias e Hospitaleiro; cada grau possui a sua marcha característica.
A marcha é feita caminhando em linha reta. São três passos iguais e, em cada parada, a união dos ccalc.’. deve ser feita de tal modo que se desenhe um Esquadro que simboliza que o maçom deve caminhar sempre em linha reta em busca da perfeição, sobretudo, porque o seu procedimento no meio social onde vive sempre seja edificante, uma vez que nada melhor que o exemplo para convencer as pessoas. Cada macha possui o seu símbolo; Cada passo que o maçom dá não será em vão, pois deve conduzir a uma meta; as marchas podem constituir-se de um só passo, de vários ou mesmo de um longo trajeto. A subida para o Oriente considerando que existem degraus a serem vencidos, altera a marcha, que deve obedecer ao impulso e esforço para vencer o obstáculo.
Cessada a reunião, para a saída haverá outra marcha, deslocando-se cada maçom de seu lugar para integrar a procissão; a ordem será inversa, devendo os Aprendizes se retirarem em último lugar.
Abraço Fraternal – Entre os maçons, quando do encontro, além do aperto de mão caloroso, há o fraternal tríplice abraço. O Abraço Fraternal Maçônico consiste em passar o braço direito por cima do ombro esquerdo do Irmão e o braço esquerdo por baixo do braço direito do mesmo e estando os dois nessa posição, batem brandamente somente com a palma da mão direita na costa do Irmão, três pancadas, etc., etc. Porque chamaria muita atenção, esse abraço tríplice é dado apenas nas dependências da Loja.
Visitantes (Saudações ) – Só o Orador saúda os visitantes, uma vez que a Loja lhe delega poderes para tanto por ser uma espécie de porta-voz, embora atue, sempre, sob a direção da Luz do Venerável Mestre.
Espada – Na Loja, a Espada sempre é segurada com a mão esquerda. A maneira de portar a Espada, quando se estiver circulando em Loja, ou estiver de pé, é manter o punho direito junto ao quadril direito e direcionar a lâmina verticalmente para cima.
Somente o Guarda do Templo (Cobridor) deve segurar a sua com a mão direita. O Guarda do Templo, quando de pé, trará a Espada sobre o peito, punho direito junto ao quadril direito, direcionando a ponta do instrumento para o ombro esquerdo.
Espada Flamejante – representa a força, o poderio e a inspiração divina e só pode ser empunhada por um M.’. I.’. é utilizada, em muitos Ritos, para Sagrações; Sagração ou Consagração, é a cerimônia em que o Neófito é investido no Grau de Aprendiz, o Aprendiz no Grau de Companheiro e o Companheiro no Grau de Mestre; sagrar, aí, não tem o sentido de santificar, mas sim o de investir na dignidade do Grau, no sentido de aclamar, eleger. No instante da sagração de qualquer Grau, em qualquer Rito, o Venerável segura a Espada com a mão esquerda; na direita, ele traz o Malhete.
Colunas (A expressão “Entre Colunas”) - Rigorosamente, a expressão “entre colunas” significa “em segredo”, “entre Irmãos”, e, também, “em loja coberta”. Porém, de modo peculiar e acertado, quer dizer “entre os dois Vigilantes”, ou “num ponto do Ocidente e no eixo longitudinal do quadrilongo da loja”.
A tradição maçônica é tão rigorosa no que tange à liberdade de expressão concedida ao Obreiro, que a um Irmão, de pé e a ordem, postado entre colunas para defender-se ou externar a sua opinião, não é lícito cassar a palavra. Esse privilégio representa o apanágio do culto à liberdade do pensamento e tem de ser integralmente respeitado até pelos grão-mestres. Evidentemente, o Obreiro que abusar dessa liberdade, responderá pelos excessos, mas não no ato e sim, oportunamente. O tempo do uso da palavra é limitado pelos regulamentos. Além disso, ao maçom é sempre ensinado que o eixo longitudinal da loja é o meio dos extremos e que, por conseguinte, ele não deve exceder-se, isto é, deve procurar o ponto neutro e pacífico e jamais inclinar-se para a direita ou para a esquerda.
Copo d´Água - Em Maçonaria, o termo é mais usado para designar um coquetel, embora possa, também, servir para jantares informais; ele serve, maçonicamente, além da manifestação fraternal de amigos, para mostrar a humildade de quem dá e de quem recebe, pois quem oferece não deve fazer ostentação e quem recebe não deve ser exigente; serve, também, para mostrar que, nas relações fraternais, mesmo que se ofereça um simples copo d´água ele representa uma dádiva, como deve ser recebido.
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