quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Envelhecer é bom demais


Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, meus irmãos maçons tão queridos,  minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.

Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítico de mim mesmo. Eu me tornei meu próprio amigo.

Eu não me censuro por fumar,  ou por não fazer a minha cama, ou para a compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio. Eu tenho direito de ser desarrumado, de ser extravagante.

Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.

Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até as quatro horas da manhã e dormir até meio-dia? Eu Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 70 e 80, e se eu sentir, ao mesmo tempo, desejo de chorar por um amor perdido ... Eu vou.

Vou andar na praia em um short excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no jet set.

Eles, também, vão envelhecer.

Eu sei que eu sou às vezes esquecido. Mas há mais, algumas coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes.

Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado. Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando perde um animal de estimação? Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.

Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para começar a ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.

Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.

Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo. Você se preocupa menos com o que os outros pensam.  Eu não me questiono mais. Eu ganhei o direito de estar errado.

Assim, para responder sua pergunta; eu gosto de ser velho. Ele me libertou. Eu gosto da pessoa que me tornei. Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu estiver aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será. 

eu vou comer lanches, torresmos, charutos e quibes crus e outras guloseimas na praça de alimentação do shopping todos os dias (se me apetecer).

Que essa amizade, de eu para comigo nunca se separe porque é direto do coração!

Outubro de 2011

Um comentário:

  1. Também não troco meus anos de experiencia por nada fútil dos dias de hoje. Só sei que a idade está na cabeça, quem administra somos nós, então somos responsáveis pelas nossas atitudes, embora algumas poucas pessoa digam que sou louca, eu rebato: Sim! sou louca... louca pela VIDA!!! Um grande beijo para meu grande amigo e mentor Weber!
    Patricia Sárib.

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