Quantas vezes ouvimos esta frase e a repetimos com ênfase e gozo, sem ao menos nos darmos conta que nem todo Maçom é um homem livre e de bons costumes.
A conceituação primária da expressão está fundamentada nos Landmarks. O “livre” vem do Landmark 18 de Albert G. Mackey, logicamente devemos entender adjetivo conforme a conjuntura temporal. Quando homens que trabalhavam forçosamente e sem nenhum direito (escravos), não eram considerados “homens livres”, portanto não poderiam ingressar na Maçonaria.
Hoje a Sublime Ordem exige que seus membros sejam Homens que possam dispor de sua pessoa para travar o bom combate, Homens que não estão sujeitos a algum senhor, Homens que não se intimidam com telefonemas do Mandatário (é num ato assim que percebemos o uso inadequado e peculador da Instituição).
Vejo muito disto no Brasil, em época de eleições, a Chapa apoiada pelo Grão Mestre consegue os dados cadastrais de todos os Irmãos, etiquetas de endereçamento, veículos para viagens e o pior: a presença ostensiva do “Chefe”, que faz ligações para os Veneráveis, gera intriga, diz que sabe de tudo que se passa na outra Chapa, incita as Lojas a promoverem melhorias físicas na Oficina dizendo que de imediato estará colaborando com uma parte dos investimentos e que o restante ficará a cargo do seu “querido sucessor” e lá vão os presentinhos (espada flamejante, retrato do Grão Mestre, Bottons da Instituição, Bandeiras, diplomas e comendas).
Como podem ver, isto não é um “bom costume”, mas todos nós sabemos que aconteceu e voltará a acontecer. Mesmo assim, nunca deixe de ser livre politicamente. No caso específico de eleições, é fácil perceber se o candidato é um “Maçom Livre”. Se ele mudou de lado, abandonou aqueles que no princípio lhe deram apoio e procurou afago nas barbas daquele que anteriormente tentou lhe “passar para trás” é porque está sujeito às peias ou restrições e a Maçonaria não aceita em seus quadros, um servil, um escravo.
Ser de bons costumes, entre outras coisas é compreender que todos os Maçons são absolutamente iguais (Land.22), crer em um ser superior e a existência de uma vida pós morte (Lands 20 e 19) e o principal: todo Maçom está sujeito às leis e Regulamentos da Jurisdição Maçônica em que reside (Land.17), portanto nenhum de nós, independente de grau ou cargo pode deixar de cumprir a Lei.
Muito me entristece ver um documento constando que tal candidato não está sendo processado e todos nós sabemos que sim, como pode um homem agindo assim almejar o título de Irmão? A motivação do processo é irrelevante perante o absurdo da mentira proclamada dentro de nossa casa!
A denominação “Livre e de Bons Costumes” não pode ser usada na primeira pessoa (eu sou), ela é um título conquistado por nossas ações (ele é), tenhamos sempre em mente:
- Irmãos com conduta ilibada,
- Irmãos que construíram,
- Que são agregadores,
- Que nunca causaram mal estar em nossas atividades,
- Irmãos que não mentiram e não enganaram,
- Irmãos que não fizeram nada as escusas, escondido, por trás, pelas costas, em surdina, escondendo de quem precisava saber,
- Irmãos que não ficam na companhia de uns para ouvir e levar para outros,
- Irmãos que não enganam não só o próprio irmão, que não envolve acaba envolvendo a própria família dos irmãos, tais quais, sobrinhos, sobrinhas, cunhadas,
- Irmãos que não usaram da Instituição para a conquista de cargos públicos.
Miremos nestes valorosos Irmãos e acompanhemos suas pegadas, pois o caminho a dois é sempre mais curto.
Sergio Quirino
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