quarta-feira, 14 de setembro de 2011

DEUS – O SER SUPREMO (Ensaio)

Um maçom é obrigado a obedecer a lei moral; e se ele bem entender da arte, jamais será um estúpido ateu nem um libertino irreligioso”.
 
                                                                                                O Criador – A primeira dedução lógica que podemos fazer sobre o Universo é a  existência de um Criador.

 As leis que governam a natureza são tão simples e lógicas que se torna praticamente impossível que tudo que existe seja obra do acaso.  Deve haver uma inteligência suprema que, de alguma maneira, projetou e executou esse maravilhoso empreendimento, que é o Universo.

Na sua onisciência Deus convida os Homens, em sua eterna busca a tentar explicar os mistérios da natureza. Todas as leis na natureza são Leis Divinas, pois Deus é o autor  de todas as coisas.

Com estas simples palavras é definido o Princípio Criador. Entretanto, uma biblioteca seria insuficiente para comportar as inúmeras concepções do homem a respeito de Deus, sendo inconcebível a facilidade com que os homens respondem sim ou não, quando se lhes pergunta se crêem em Deus, e a facilidade também com que se aceita uma resposta tão vaga.

Reflexões sobre Deus – Quando se pensa no universo, quando se sabe que estrelas e astros giram em torno de si mesmos e ao redor de outros, em perfeita harmonia, pelas amplidões do infinito, chega-se à conclusão de que o universo é perfeito. Pensa-se, imediatamente na existência de um Ser Superior, causa e razão de toda essa perfeição.

 Ele está presente no universo até na ponta de nossas unhas. As pessoas não o vêem, pois, visto, ele é incompleto. Quando respira, toma o nome de “respiração”; quando fala, “voz”; quando vê, “olho”; quando ouve, “ouvido”; quando pensa, “mente”; esses são apenas os nomes de seus atos...

A Concepção de Deus na Maçonaria – A Concepção maçônica do mundo tem em seu ritual o conceito de um Ser Supremo, de uma Primeira causa espiritual, chamada Deus.  Para a  Maçonaria, dentro da tradição esotérica, o Grande Arquiteto do Universo tem dimensões cósmicas equivalentes à luz, à vida, ao pensamento. Por isso mesmo, cabem em seu seio homens que professam as mais diferentes crenças e os livres pensadores.


  A Grande Loja da Inglaterra sustenta e sempre sustentou que a crença em Deus é o primeiro grande sinal de toda a autêntica Maçonaria e que a ausência dessa crença professada como princípio essencial de sua existência, nenhuma associação tem o direito de reclamar a herança das tradições e das práticas da antiga e pura Maçonaria.

Com muito mais clareza, determinação e profundidade, porém, a Maçonaria proclama essa mesma crença, no 19º Landmark: “A crença no Grande Arquiteto do Universo é um dos mais importantes landmarks da Ordem. A negação dessa crença é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação”. (Landmarque: São regras estabelecidas para a regulamentação de certos procedimentos maçônicos, talvez com os intuitos de evitar futuras confusões, estabelecendo um sistema único de funcionamento da Ordem).

Um dos grandes, senão o mais importante argumento usado pelos opositores da Maçonaria é de que o Grande Arquiteto do Universo não é um Deus que defina uma única fé, e que essa fé possa ser próxima do Cristianismo. Ao contrário, argumentam que ele pode englobar os mais variados conceitos de Deus, dando abrigo a homens de qualquer religião.

Negamos a exatidão desse argumento. Como pode ser tachada de anti-religiosa, uma Instituição que não admite ateus, que exige que todos os seus componentes acreditem em Deus. Como pode o nosso Grande Arquiteto do Universo não ser um Deus dos cristãos, quando as lendas maçônicas, em todos os seus graus, proclamam uma Moral exatamente igual a mesma proclamada em todos os textos bíblicos lidos na abertura das Lojas dos graus respectivos? Esses textos bíblicos são escolhidos do Antigo Testamento, da vida e fé do povo eleito de Deus, dos Hebreus. São textos também escolhidos do Novo Testamento.

O que a Maçonaria combate é o fanatismo, qualquer que seja a sua modalidade ou a sua origem. E por quê? Porque o fanático é um indivíduo que abdica da mais valiosa faculdade com que Deus dotou o homem: o raciocínio. Fanatizar um homem é atentar contra Deus, porque é impedir que o homem exerça uma faculdade que é um dom divino, que só Deus, com a sua onipotência, pode conferir. Se só Ele pode dar, tão somente Ele pode tirar.

Sem dúvida, o estudo de Deus deve constituir um dos deveres do Maçom, pois que sem o exame acurado deste tema transcendental, ele se arrisca a permanecer nos mais baixos degraus, também arriscando o seu equilíbrio e a sua felicidade, posto que escreveu Farias Brito: “Deus é a Luz. Luz em todos os seus sentidos”.

Antes de tudo, não se pode desfitar os olhos que, para o ingresso na Ordem, é necessária a crença no Grande Arquiteto do Universo.

Ciência e  Religião -  Elas (ciência  e religião) não são incompatíveis, mas sim complementares. A ciência investiga o mundo natural. Em religião, falamos do temor a Deus e do amor a Deus. O temor a Deus bloqueia você. O amor a Deus leva-o em frente. Se você conseguir fazer alguma coisa de que gosta, sem medo de críticas, estará progredindo.
 Embora a Maçonaria não seja uma religião, e proclame a liberdade de consciência, tem, contudo, uma crença: a existência de um Princípio Criador, ao qual denomina Grande Arquiteto do Universo.

É de joelhos, com esse pensar foi que a Maçonaria Lhe dispensou a denominação de Grande Arquiteto do Universo, colocando este pensamento no rol das obrigações impostas aos seus iniciados. E com a mão esquerda posta sobre a Bíblia, que o novo Irmão faz o seu juramento. Isto depois de, durante a Iniciação, haver declarado que nos seus momentos de aflição, volta o seu pensamento para Deus.


O Grande Arquiteto do Universo é o Ser Supremo admitido em todas as religiões. É a Existência Superior, Criadora e indefinível, cujo estudo constitui uma das bases da Maçonaria.

O Homem - A idéia de como surgiu o mundo, qual a origem dos seres existiu sempre na cabeça do homem. E, a bem da verdade, continua aí, a martelar a inteligência de cada um de nós. Por sua vez, o homem na ânsia de saber, procura compreender a gênese da criação, atribuindo-lhe vários nomes, formas, e até mesmo, sentimentos, em busca de poder aprender os mistérios e desígnios da mente divina, o que é inexplicável por ser incompreensível, entrando assim no âmbito metafísico, que vai além da obra do Criador.

Recebemos do Criador uma vida maravilhosa, que jamais morre. Recebemos d´Ele constante orientação. Temos Irmãos que podemos amar e tarefas desafiadoras que nos fazem sentir pleno. O homem O sente em todos os momentos. Por isso O coloca muito acima de tudo que seja precário no mundo, identificando-O com as características do que é infinito, e que, por si mesmas, criaram uma série de deveres para com Ele. A determinação de tais deveres implica, a rigor, em se reconhecer, em primeiro lugar, a Sua existência. Tudo o que pode ser visto nesta Terra, emanou Dele – Senhor Absoluto do Universo – e, mais dia, menos dia, para Ele se destinará.

Cada século que passa, cada escola que surge, traz novas concepções, novas teorias, novas hipóteses com que se alimenta a sede do Divino que o homem sente dentro de si.
Embora incapaz de defini-lo, de abarcá-lo, de apreendê-lo, o homem intui a presença de um Ser Supremo.

Santo Agostinho, no entanto, visualiza o homem e encontra no seu todo perfeição muito maior do que aquela existente no universo.

Finalizando – Que se creia ou não ter Ele sido o Criador de todas as coisas, para nós, é secundário. Com o que não concordamos é que se pense ou afirme ser o Grande Arquiteto do Universo, simplesmente, um símbolo abstrato. Abstrações existem na Maçonaria, mas não neste caso. Reconhecendo que Deus existe, que é a própria Verdade, quando surgir um problema que não possa ser resolvido com sua força humana, o entregue nas mãos de Deus.  E Ele misericordioso, onipotente e onisciente, o resolve com julgamento e orientação infalíveis, nos libertando de todas as inquietações, preocupações e aflições.

“Deus não se mostra, mas se revela por suas obras”. Que Ele sempre nos ilumine e guarde!

Valdemar Sansão VM

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