INFORMATIVO BARBOSA NUNES
SALVE A IMPRENSA NA OPERAÇÃO LAVA JATO
-
DE HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA A SÉRGIO
FERNANDO MORO
Artigo 235 de
Barbosa Nunes, publicado no Jornal Diário da Manhã, edição
15.08.2015
Como
quarto poder, em razão da influência que exerce, a imprensa brasileira,
sobretudo a investigativa e a social-popular, é a grande responsável pelo
momento de depuração que estamos vivendo. Sem desconsiderar, enalteço o
Ministério Público Federal, Polícia Federal e a determinação do herói da
moralidade dos tempos modernos do judiciário brasileiro, Sérgio Fernando
Moro.
Paranaensede Ponta Grossa, juiz federal que com 43 anos de idade, no auge
da vida física, intelectual - jurídica, ganhou notoriedade nacional e
internacional por comandar o julgamento dos crimes identificados na Operação
Lava Jato, investigação de um dos maiores casos de corrupção do país.
Mas, sem a imprensa pouco teria
acontecido, como em outros tempos que as falcatruas ficavam escondidas nas
gavetas dos poderes. É ela que faz o elo com a população, informando sobre as
mazelas que se tornaram comuns, enriquecendo políticos e empobrecendo o
povo.
O maçom Ruy Barbosa, em 1808,
discursando em defesa da imprensa, disse que ela deve cumprir com o dever da
verdade. "A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que
lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe
ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam,
ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e
se acautela do que a ameaça."
A Operação Lava Jato ficará para
sempre como símbolo de um momento inacreditável, em que representantes do povo
afundaram uma instituição orgulho, fundada por Getúlio Vargas em 1954, que é a
Petrobrás. Revela a corrupção plantada no país por criminosos representantes
partidários, especialmente de um partido que foi o sonho de muitos, enquanto
oposição, mas que ao subir os degraus do poder, não soube ser governo e se
nivelou por baixo com os mais de 30 que temos. Afundou-se no mar de lama que
rouba a saúde, a educação, enveredando-se por caminhos que estão levando muitas
“dignidades” ao lugar reservado para criminosos, que são as grades das prisões.
Estão pagando, vão pagar muito mais. Vários estão ainda não identificados.
Outros desdobramentos ocorrem nas fases da Lava Jato e levam à revelação de
comportamentos iguais em diversos órgãos públicos.
A cada investigação, vem a
notícia. Mais senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores,
lobistas, executivos e proprietários de grandes empresas, muitas fantasmas,
criadas para servirem de instrumentos de corrupção. Está imprensa é o órgão
visual da nação. Por ela nós estamos respirando a verdade. É o grande aparelho
da depuração.
A imprensa brasileira, jornais,
revistas, rádios, televisões e a comunicação via redes sociais, impede a
cegueira do país. Assim nos informa e ficamos sabendo das máculas, das sujeiras
que “homens vistos como de bem”, tem seus esqueletos mostrados à população
brasileira.
É relevante a história da
imprensa no Brasil, em vista de estar vinculada a história da política
brasileira caracterizada entre períodos de ditadura e de democracia, de censura
direta ou indireta e de liberdade de expressão. O Brasil já passou por vários
momentos, com seus veículos sendo submetidos à censura.
Um dos
maiores problemas da imprensa mundial é a falta da liberdade de expressão e a
censura em alguns países. Exemplo aqui próximo, Venezuela, mais distante, Cuba,
mais longe, Coréia do Norte, China e outros, países onde impera a ditadura e que
a imprensa deve obedecer sempre às ordens do governo, ou nem existe.
“A Gazeta
do Rio de Janeiro” foi o primeiro jornal publicado em território nacional,
começando a circular em 10 de setembro de 1808, como órgão oficial do governo
português que aqui tinha se refugiado. O jornal evidentemente só publicava
notícias favoráveis ao governo.
Porém, no
mesmo ano, pouco antes, primeiro de junho de 1808, o exilado MAÇOM, jornalista e
diplomata Hipólito José da Costa, lançara de Londres, o “Correio Braziliense”,
primeiro jornal brasileiro, ainda que fora do Brasil. O primeiro número só chega
ao Rio de Janeiro em outubro, onde tem grande repercussão nas camadas mais
esclarecidas, sendo proibido e apreendido pelo governo. Enquanto o jornal
oficial relatava o estado de saúde de todos os príncipes da Europa, natalícios e
circulação social da família real, o do exilado fazia política, atacando os
defeitos da administração do Brasil.
Saudemos,
pois estas colunas da resistência democrática e da defesa dos interesses
verdadeiramente nacionais, ao contrário da grande maioria dos representantes do
povo atualmente. Hipólito José da Costa, também homenageado como MAÇOM e a sua
grande história, por ter uma Loja Maçônica com o seu nome no Grande Oriente do
Distrito Federal e Sérgio Fernando Moro, juiz da dignidade, missionário de novos
tempos nos céus da justiça brasileira.
Barbosa
Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia
aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do
Brasil - barbosanunes@terra.com.br.
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