terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Participação da Maçonaria na Independência e Proclamação da República.


A.·. GL.·. D.·. G.·. A.·. D.·. U.·.

Participação da Maçonaria nos movimentos de emancipação dos povos em todos os continentes é notória. A história universal descreve com abundância de fatos os eventos cuja realização só foi possível através da iniciativa maçônica, ou por meio de maçons proeminentes. Na história do Brasil, em todas as fases da consolidação da Colônia em Nação, não faltou em nenhum momento a orientação da Maçonaria, que ora passamos a apresentar.

A independência



          A Inconfidência Mineira, movimento que tinha caráter autonomista surgiu em Vila Rica, sendo sede da capitania de Minas Gerais, ocorrida no ano de 1789, emergido por força de descontentamento e atrocidade perpetrada pelo Reino de Portugal contra o povo em geral.

Foi um dos marcos precursores do movimento revolucionário da Independência e Proclamação da República que tiveram como baluarte o caminho da Tríade LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE que eram pregadas nas centenas de Lojas em território francês, onde foi planejada a Revolução Francesa, bem como a libertação dos mineiros no Brasil.

Podemos assegurar sem sombra de dúvida que, ao atentarmos na sua bandeira, os objetivos eram a LIBERDADE, IGUALDADE, pela educação do homem com a criação da sua universidade e FRATERNIDADE pela união dos brasileiros que lá estavam em termos de um ideal supremo, ou seja, a constituição de uma pátria livre.

A Maçonaria não só contribuiu significativamente com o movimento de Minas, mas com toda a história dos movimentos Republicanos Regionais, que antecederam e culminaram com a nossa Independência.

Grandes mártires defenderam a posição de autonomia e moral que deve nortear e ter o Povo, como o direito indelével que deve perpetuar a relação Estado Sociedade, mas somente conseguiram após muita luta e derramamento de sangue, o que na atualidade é inaceitável.

Dentre os intelectuais, militares, religiosos e liberais que aderiram ao movimento contra o desmando do Reino de Portugal, podemos citar de acordo com os grandes historiadores os seguintes: Tomás Antonio Gonzaga e José Álvares Maciel, Cláudio Manoel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto, Tenente Coronel Freire de Andrade, Sargento Mor Luís Piza, Cônego Luis Vieira, Padre Rolim e Carlos Toledo, e finalmente o Alferes (atual 2º Tenente) JOAQUIM JOSÉ DA SILVAXAVIER, mais conhecido como TIRADENTES. Pela sua atividade esporádica na extração da dentes de colonos e escravos na época que arregimentavam adeptos à causa. Chegaram a fundar Lojas em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo, onde se faziam reuniões e traçavam-se planos para a rebelião.


Não se pode negar que a nossa Independência teve a sua origem no movimento iniciado no Arraial do Tijuco, hoje Diamantina, que rapidamente se ramificou em todo o território brasileiro. Posteriormente alcançou seu ponto alto de realização em Vila Rica, hoje Ouro Preto, na época sede da Capitania de Minas Gerais.

O fracasso do movimento da Inconfidência Mineira começou com a delação e traição, levada a efeito por três portugueses que eram favoráveis à Coroa do Reino de Portugal. Foram eles, Joaquim Silvério dos Reis, Basílio de Brito Malheiro do Lago e Inácio Correia Pamplona, que não eram maçons, mas estavam infiltrados no movimento.

Com a morte de Tiradentes em 21 de abril de 1792, o movimento não se dissipou, mas sim deu origem a outro, que já estava em ascensão, ou seja, a Independência, haja vista a corrupção avassaladora que tomava conta do País.



O Estado que tinha o dever de preservar a moral e os bons costumes, a conduta social e a liberdade, a igualdade e a fraternidade, não conseguiam mais conter os desmandos que assolavam a sociedade. A partir desse momento, passamos a cultuar a filosofia e a audácia dos grandes pensadores da época, tais como, Jean Jacques Rousseau, Voltaire e José Bonifácio de Andrada e Silva, entre outros, que pregavam a liberdade e a tolerância, sendo eles guardiões dos princípios basilares da cultura e da emancipação do povo.

Existia naquele período, uma disputa entre duas facções pela iniciativa da Independência. Um grupo liderado pelo maçom Andrada e Silva à testa da MAÇONARIA AZUL que fazia parte do lado dos liberais com pensamento na Independência, porém ua independência parcial, somente para as elites brasileiras, e outro de liderança do Maçom Gonçalves Ledo à testa da MAÇONARIA VERMELHA, grupos que tinham opiniões antagônicas acerca das posições e medidas concretas que o governo a ser criado deveria adotar, e eram pela independência ampla, queriam um Brasil para os brasileiros, totalmente livres de Portugal.

A Maçonaria No Brasil

Em Portugal e no Brasil, coube à Maçonaria Francesa a sua difusão, já que nessas regiões os interesses ingleses estavam assegurados, não encontrando quase obstáculo à sua penetração comercial o que não significou, que não tenham surgido Lojas Maçônicas de influência inglesa, sendo certo que determinados núcleos ingleses mais conservadores que os de orientação francesa, mostraram-se isentos em relação à luta da Independência.

Nos idos de 1.788, houve notícias de Lojas Maçônicas no Brasil que foram introduzidas com idéias iluministas de parte de estudantes brasileiros na Europa, que tinham ido estudar na Universidade de Coimbra, como complemento de cursos em França e Inglaterra. Entre eles podemos citar o Irmão Andrada e Silva e particularmente os Irmãos José Joaquim da Maia, José Alves Maciel e Domingos Vidal Barbosa entre outros, que estudavam na cidade de Montpellier, foco da Maçonaria francesa.

No Brasil, a Independência teve como objetivo máximo o movimento encabeçado pelo Irmão  Andrada e Silva, o liberalista. As Lojas Maçônicas proliferaram com relativa segurança mesmo diante das perseguições da Coroa, mais precisamente nos Estados de Pernambuco, Bahia, e Rio de Janeiro, que em sua maioria tinham estreitas ligações com o "GRANDE ORIENTE DA FRANÇA" que tinha interesse em que o Brasil se desligasse de Portugal.


No ano de 1.817, a Maçonaria sofreu as mais severas reprimendas por parte da Coroa Portuguesa. Entretanto, seus esforços foram infrutíferos, pois a Maçonaria continuava a disseminar entre seus membros, ativo trabalho da propaganda emancipadora.

Quando do retorno do Irmão Andrada e Silva, diante das exigências descabidas de D. Pedro I, e dos desmandos da Coroa, aceita o manifesto da lavra do Irmão Gonçalves Ledo, cabendo aquele Irmão redigir outro manifesto, agora destinado ao conhecimento das demais nações. Com a atitude de liberdade escreveu a D. Pedro I o seguinte: "A sorte está lançada, e de Portugal não temos que esperar senão escravidão e horrores”.

Em 09 de janeiro de 1.822, na sala do trono e interpretando o pensamento geral, cristalizado nos manifestos dos fluminenses e dos paulistas e no trabalho de aliciamento dos mineiros, o Maçom José Clemente Pereira, presidente do Senado da Câmara, antes de ler a representação, pronunciou inflamado e contundente discurso pedindo para que o Príncipe Regente permanecesse no Brasil.

A resposta do Príncipe Regente foi dada em 7 de Setembro de 1822, destruindo assim de vez todo elo com Portugal. Estava formalizada e concretizada A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.

A alusão às hostes Maçônicas era explícita e D. Pedro I conheceu-lhe a força e a influência, entendendo o recado e permanecendo no Brasil. Este episódio, conhecido como o Dia do Fico, marcou a primeira adesão pública de D. Pedro I a uma causa brasileira.

Portanto, podemos assegurar que se nos dias de hoje está difícil atuar politicamente, imaginem os Irmãos Maçons a tamanha dificuldade naquela época. Podem avaliar o que sente nosso povo porque também fazem parte dele, o exemplo dos abnegados e incansáveis idealistas Maçons  Gonçalves Ledo e José Bonifácio de Andrada e Silva. Que eles sejam as centelhas no peito de cada um, formando fileiras e transformando-se, cada um numa coluna que hoje sustentam as Lojas, para que juntas, sustentem a nação livre de nossos sonhos.

Em 17 de junho de 1.822 - a Loja Maçônica, "Comércio e Artes na Idade do Ouro" em sessão memorável, resolve criar mais duas Lojas pelo desdobramento de seu quadro de Obreiros, através de sorteio, surgindo assim as Lojas "Esperança de Niterói" e "União e Tranqüilidade", se constituindo nas três Lojas Metropolitanas e possibilitando a criação do "Grande Oriente Brasílico ou Brasiliano".

Ao finalizarmos o segundo movimento revolucionário brasileiro, temos o refrão de Joaquim Osório Duque Estrada, que se aplica corretamente no presente, quando diz na letra do Hino Nacional:

"EM TEU SEIO, ó LIBERDADE, DESAFIA O NOSSO PEITO A PRÓPRIA MORTE", tendo D. Pedro I nos legado "LIBERDADE... LIBERDADE.... ABRE ASASAS SOBRE NÓS" sempre, o auxílio do G.·. A.·. D.·. U.·.

Passamos agora para a Proclamação da República, que foi o último movimento revolucionário de tendência fortemente nacionalista, mas que teve várias passagens antes de se firmar e concretizar a Proclamação da República, que passamos a demonstrar aos nossos queridos Irmãos.


A Revolução Pernambucana do ano 1817 teve o objetivo de implantar a República em Pernambuco tendo como seu inspirador e líder Domingos José Martins, maçom, nascido na cidade de Itapemirim no ano de 1781, no Espírito Santo, mas que se mudou para a cidade do Recife e através do Maçom Hipólito José da Costa foi iniciado. Este era "O Patriarca da Imprensa Brasileira", sendo amigo do Maçom Francisco Miranda, líder da "Grande Reunião Americana". Foram os precursores do movimento da República, mas em confrontos com as forças governamentais da época foi derrotada e seus membros condenados à morte pela Coroa Portuguesa.

A Confederação do Equador, já com o Brasil independente e lutando pela sua unificação, encontramos na Província de Pernambuco os remanescentes da Revolução de 1817, que reagiram contra a prerrogativa do Imperador de escolher livremente o presidente da Província.

O líder dessa reação foi Joaquim do Amor Divino Rabelo e Caneca, popularmente conhecido como Frei Caneca. Maçom, jornalista e propagandista dos ideais republicanos, professor de filosofia, retórica e geometria. No seu jornal Tifis Pernambuco, proferiu intensa campanha contra o Imperador D. Pedro I, também maçom, desde a dissolução da Constituinte e a imposição e outorga da Constituição de 1824, a primeira Constituição do País independente.

    
A Revolução rompeu com o Império recém implantado, proclamou uma república com o nome de Confederação do Equador. Alastrou-se para as províncias vizinhas com o apoio das Lojas e dos Maçons da região.

A Revolução foi prontamente domada pelas forças governamentais, tanto que o presidente da Confederação, Manoel de Carvalho Paes de Andrade, também maçom, fugiu para os Estados Unidos favorecido pelas suas ligações maçônicas. Os demais líderes do movimento foram presos e em seguida enforcados.

O Maçom Frei Caneca, no entanto, pelo seu carisma, autoridade moral e principalmente pela sua condição de sacerdote foi fuzilado, pois não encontraram nenhum carrasco que o enforcasse.

A Revolução  Farroupilha iniciada no ano de 1835, como uma Revolução autonomista chefiada pelo Maçom Bento Gonçalves da Silva, que tinha mais características de uma Federação do que um Estado Republicano, sendo que este Estado denominou-se República de Piratini ou República Farroupilha.


Ao contrário do que possa ter ocorrido no período regencial, a Revolução Farroupilha teve em seus quadros os melhores homens da política e da sociedade do Rio Grande do Sul, mas tinham a idéia de autonomia dentro dos quadros de uma Federação, que não era o desejo de Bento Gonçalves diante do conflito federalista e separatista.

Tendo sido implantada a República Farroupilha, esta nunca alcançou seus objetivos diante dos conflitos existentes, mas tinha em seu corpo tático de guerrilhas que conseguiram terminar parte das tropas da Coroa. Mas por ironia do destino, sofreram uma baixa imprevisível, que foi o confinamento do seu maior líder, Bento Gonçalves, preso no Forte do Mar na Bahia. Mas que conseguiu fugir com a ajuda da Maçonaria Baiana, assim como o outro líder Davi Canabarro, que tiveram ajuda das Lojas "UNIÃO E SEGREDO", que era dirigida pelo Cônego Joaquim Antonio das Mercês, sendo certo que Bento Gonçalves foi membro da Loja de Porto Alegre, "FILANTROPIAE LIBERDADE", onde foi iniciado.

Na Revolução de Farroupilha, outros dois grandes maçons tiveram participações em seu seio. Foram eles os liberais italianos Tito Lívio de Zambeccari e Giuseppe Garibaldi, tendo este último se sobressaído nos combates entre os anos de 1838 e 1841 quando da tomada de Laguna, com a ajuda de Canabarro, Garibaldi iniciou-se na Loja "ASILO DA VIRTUDE" no Rio Grande do Sul. Podemos notar que tivemos vários movimentos com a presença notável e gloriosa de nossos Irmãos  Maçons e de suas Lojas no sentido de dar ao povo "LIBERTAS QUAE SERA TAMEN" (Liberdade ainda que tardia), onde estava presente mais sonho do que realidade, mas que veio mais tarde a tornar-se realidade, pois LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE sempre foram o objetivo de todo homem livre e de bons costumes.

A Proclamação da República, a partir de então, estava praticamente concretizada, embora com certas divergências lembradas dos guardiões e Maçons Joaquim Gonçalves Ledo e José Bonifácio de Andrada e Silva, que pertenciam ao "GRANDE ORIENTE BRASILICO". Mas por força de nomeação do príncipe regente, este último passou a liderar a implantação da República, embora o grupo de Ledo e Cipriano Barata procurassem a todo custo precipitar a ruptura total com Portugal ao passo que o outro grupo,  o de José Bonifácio procurava manter laços de união com a Coroa, sem abdicar da autonomia conquistada.

Do Levante Republicano para a Proclamação da República


O Imperador, minado pela doença, era diabético, para não permitir a ascensão da Princesa Isabel e seu marido o Conde D'Eu resolve apressar o fim do Império diante da aclamação pela República que era simplesmente uma questão de tempo. O Império estava desgastado e ruía-se. Sua queda iniciou-se em 1870 após a Guerra do Paraguai, onde mesmo o Brasil tendo saído vitorioso daquela campanha, o Exército, seu principal agente, não foi devidamente valorizado. Atento a este fato e outros fatores determinantes através dos meios militares e da Escola Militar, com adesão na Casa do Maçom Benjamin Constant, onde estiveram presentes os Maçons Francisco Glicério de Campos Sales, começou o levante que deveria ocorrer negociando-se com Deodoro da Fonseca, para que ele fizesse parte da nova história do Brasil, tendo este aceito e assumindo o comando das tropas.


Proclamada a República em 15 de Novembro de 1889 pelo Maçom e Marechal Deodoro da Fonseca, nomeando-se ele próprio, Chefe do Governo Provisório com um ministério totalmente Maçônico.

O ministério era composto pelos Maçons Eduardo Campos Sales na Justiça, Wandenkolk na Marinha, Benjamin Constant na Guerra (Exército), Rui Barbosa na Fazenda (Finanças), Demétrio Ribeira na Agricultura, Quintino Bocaiúva nos Transportes e Aristides Lobo no Interior.

Em editorial da Gazeta da Tarde, edição de 15 de Novembro de 1889, foi publicado o seguinte:
“A partir de hoje, 15 de Novembro de 1889, o Brasil entra em nova fase, pois, pode-se considerar o fim da MONARQUIA, passando o regime francamente democrático, com todas as conseqüências da LIBERDADE".

Em mensagem ao novo governo, o Imperador D. Pedro I destinou o seguinte texto:
A vista da representação escrita que me foi entregue hoje, às 3 horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir com toda minha família para a Europa, deixando essa Pátria, de nós tão estremecida, à qual me esforcei por dar constante testemunho de estranho amor e dedicação, durante mais de meio século em que desempenhei o cargo de Chefe de Estado. “Ausentando-me, pois, com todas as pessoas da minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo o mais ardente voto por sua grandeza e prosperidade".

Estava assim finalmente Proclamada a República com LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, presente em todas as casas dos cidadãos brasileiros, que sofreram o amargor da tirania da Coroa de Portugal.

No dia 19 de Dezembro do mesmo ano, o Maçom e Marechal Deodoro da Fonseca foi nomeado Grão - Mestre do Grande Oriente do Brasil.

Trabalho Elaborado em equipe pelos Maçons

Emerson Palamar Menghini A.·. M.·.
João Carios de Brito A.·. M.·.
José Luiz Menão A.·. M.·.
Júlio César Morassi A.·. M.·.
Marcos Castelar Navarro C.·. M.·.
Nivaldo de Souza A.·. M.·.
Rogério Gherbali C.·. M.·.
RubensA.Gonçalves A.·. M.·.
Sérgio Fernando do Santos A.·. M.·.
Valdir dos Santos Honrado A.·. M.·.

Novembro de 2011

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