EDIÇÃO
PÓS ZIKADA DO ALERTA TOTAL
por Jorge
Serrão
Um manjado
leitor anônimo, insistente postador na área de comentários deste Alerta Total,
comete o vício conceitual de relacionar o que chama de “Maçonaria” com o
“Judiciário”, pregando que ambas são máfias que atuam em conjunto. O leitor
erra feio no atacado, porém quase acerta no varejo. É realmente alto o risco de
se confundir a Maçonaria com a Mafionaria.
No Brasil,
as instituições foram rompidas, contaminadas e aparelhadas pela ignorância,
pela corrupção e pelas facções político-criminosas. Executivo, Legislativo,
Judiciário, nos âmbitos nacional, estadual e municipal, enfrentam os mesmos
problemas de diversas associações privadas. Tudo parece dominado pela
incompetência ou pelo crime. O problema é estrutural – e não conjuntural. A
situação da “Maçonaria” merece uma análise.
No contexto
de caos e desorganização, não parece justo, muito menos perfeito, confundir
Maçonaria com Mafionaria, mesmo que alguns falsos maçons (travestidos como
profanos de aventais) atuam como mafiosos promotores da mais alta corrupção
(principalmente a dos valores morais). A confusão acontece porque o
inconsistente raciocínio simplista prefere confundir a Maçonaria (conceito e
doutrina) com as Potências Maçônicas (instituições que reúnem as lojas
maçônicas, consideradas regulares ou irregulares – o que rende outra novela). É
o mesmo que confundir Justiça com Judiciário (outra falha de análise muito
comum em Bruzundanga – terra da injustiça e da impunidade).
Conceito
correto: Maçonaria é uma escola iniciática, focada no ensino, aprimoramento e
progresso do indivíduo, sob os pontos de vista moral, intelectual e espiritual.
É definida como uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica,
educativa e progressista. O Maçom é reconhecido se cumprir sua Obrigação para
com Deus, seus irmãos, sua família, sua Loja, sua Pátria e a Humanidade. Maçonaria
não é seita, nem pratica adoração a demônios – conforme sugere a idiota
propaganda antimaçônica. Tudo que a Maçonaria pratica é em nome de Deus –
chamado de “Grande Arquiteto do Universo”.
A Maçonaria
é composta por seres humanos que se reúnem em Lojas Maçônicas – geralmente
filiadas a Potências Maçônicas (conhecidas como Grandes Lojas ou Grandes
Orientes). Aí reside a grande questão. Os indivíduos falham e cometem pecados,
maculando as instituições. E se as instituições (no caso, as maçônicas) também
estão contaminadas pelo excesso de erros, injustiças, tiranias e toda espécie
de corrupção moral e conceitual, a situação fica ainda mais complicada. A
“mafionaria” ganha corpo e envergonha a Maçonaria.
As potências
maçônicas se estruturam seguindo o modelo da Nação. Organizam-se na divisão dos
poderes: Executivo, Judiciário e Legislativo. No caso brasileiro, copiar o
modelo é o grande risco... Na gestão da administração maçônica, costumam-se
repetir os mesmos erros e vícios da chamada “realidade profana”. Os piores e
mais flagrantes vícios são: o abuso de poder, o tráfico de influência e a falta
de transparência de gestão. Tudo agravado pela omissão ou conivência dos
membros da associação. Assim, a “Maçonaria” aparente se transforma em um microrretrato
do Brasil Capimunista, rentista e corrupto. Neste contexto, a Mafionaria supera
e conspurca a Maçonaria...
No último
dia 17 de fevereiro, o movimento Avança Brasil MaçonsBr (que atua
politicamente, de forma independente das “Potências” Maçônicas), cometeu a
ousadia de fazer um ato público reunindo 250 maçons no Congresso Nacional. Não
havia mais homens de preto na manifestação porque houve um boicote oficial ao evento. O Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, Marcos José da Silva,
enviou uma correspondência recomendando que seus membros não participassem
daquilo que seria um “ato espúrio”. Triste foi quem seguiu a determinação do
dirigente...
Vamos usar
uma comparação televisiva, para facilitar o entendimento dos leigos. Se o Louro
José manda a Ana Maria Braga não fazer o programa, ela, com certeza, não
obedece. Motivo: um objeto inanimado, caricato, não tem capacidade real e nem
moral de lhe ditar ordens. No entanto, alguns aduladores das “potências”
maçônicas, infelizmente, não agem com a mesma coragem. Optam pelo comodismo e
vão acabar tragados pela “Revolução Brasileira” em andamento. Idiotas, omissos
ou canalhas não sobreviverão ao processo de Intervenção Cívica Constitucional
que promoverá o aprimoramento das instituições no Brasil – inclusive da ordem
maçônica.
Em São
Paulo, o movimento de transformação já começou na Grande Loja Maçônica do
Estado. Prova disto foi o lançamento da candidatura a Grão-Mestre de José
Renato dos Santos - um intelectual negro, ativista político, ex-chefe de escoteiros
e maçom de longa vivência. A eleição na GLESP, marcada para 6 de maio, vai
debater temas fundamentais: novo modelo de participação política dos maçons na
vida pública; transparência na gestão e mecanismos de controle e fiscalização
dos associados sobre a administração financeira da potência; fortalecimento das
Lojas maçônicas para exercerem seu efetivo Poder Legislativo; e uma ação cívica
estratégica e taticamente compromissada com as mudanças para o bem da Pátria
brasileira.
Na História
do Brasil, a Maçonaria já cumpriu papel estratégico de liderança. Agora,
precisa parar de apenas olhar pelas glórias vistas pelo retrovisor e cada vez
mais distantes no tempo. É necessário mudar o presente e cuidar do futuro,
devolvendo aos maçons o papel de líderes na construção social. Mas isto só vai
acontecer se as instituições maçônicas (suas Lojas e Potências) se adaptarem à
nova realidade que exige mudanças corretas de aprimoramento.
A verdadeira
Maçonaria tem prevalecer. Do contrário, as instituições maçônicas ou afins
serão transformadas, facilmente, em meras Mafionarias (onde bandidos até
encenam rituais e palavras de ordem, tipo “Vitória na Guerra”) e usam sinais,
toques, palavras e símbolos como o famoso “Anel Preto” (adotado pelos membros
da cúpula da seita Petelândia).
A Mafionaria
começa a ser duramente combatida pela verdadeira Maçonaria!
22-02-2016
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