quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Série Maçons Ilustres - Voltaire


 INICIAÇÃO DE VOLTAIRE

François Marie Arouet, o Voltaire, foi um filósofo francês que, apesar de sua origem burguesa, não poupou suas críticas ao autoritarismo por parte de alguns governantes da época.

       Como ícone iluminista, sempre defendeu a liberdade de pensamento, eis uma frase celebre deste nosso irmão: "Não concordo com nenhuma das palavras que me diz, mas lutarei até com minha vida se preciso for, para que tenhas o direito de dizê-las".

        Foi inicado na maçonaria aos 83 anos de idade, no dia 7 de fevereiro de 1778, na ARLS Les Neuf Sœurs de Paris, numa das cerimônias mais brilhantes da história da maçonaria mundial. 

       Além da idade avançada, outra peculiaridade registrada foi o fato de que Voltaire foi conduzido pelo braço por Benjamim Franklin que ocupava o cargo de embaixador norte-americano na França, numa sessão com a presença 250 Irmãos.

Rogério Francisco Vieira
Oriente de Curitiba-PR

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Irmãos, por que me abandonastes?



Meus Irmãos:

O assunto que ora abordamos é mais um caso real e que, cremos, se passa no cotidiano de várias Lojas Maçônicas. Trata-se do abandono, do desprezo e da falta de percepção sobre o próximo, quando o próximo está longe!

Em uma de nossas Lojas aconteceu um fato corriqueiro: um dos Irmãos faltou à sessão. Passou-se o primeiro dia, o segundo e vários outros sem que nenhum irmão houvesse feito uma ligação para saber o que acontecera. Todos estavam absorvidos por suas atividades no mundo não-maçônico e a irmandade esvaiu-se pelo ralo, afinal de contas irmão só é irmão no dia da reunião.

Maçonaria é para voluntários, se ele não veio é porque não quis ou porque estava envolvido em sua atividade profana, diziam uns. Na próxima semana ele virá, diziam os mais otimistas. Outros, sequer perceberam a falta do “IRMÃO”. O fato é que o Obreiro havia sido submetido a uma cirurgia. Sua família não sabia que tinha que avisar à Loja e as pessoas que o cercavam não sabiam que ele era maçom (para alguns, isso ainda é um segredo a ser guardado a sete chaves).

Somente sua ausência avisaria que ele não poderia comparecer à sessão, acreditou o moribundo. A ausência cumpriu seu dever. Falou, gritou, berrou, contudo não conseguiu alcançar o duro coração dos irmãos. Ninguém lhe ouviu. Então, reinou silêncio nas colunas e no oriente.

A cirurgia do obreiro não foi um sucesso e ele permaneceu internado no hospital por dias. Recebeu visitas de todos, menos dos “irmãos”. Sucumbindo à enfermidade partiu para o Oriente eterno. No enterro, todos, menos os “irmãos”. Na missa de sétimo dia, todos, menos os “irmãos”. 

Dizem que, às vésperas da morte, sussurrou: IRMÃOS, PORQUE ME ABANDONASTES?

Decerto, se ele fosse obreiro de uma Loja em que todos não apenas se tratassem, mas fossem realmente irmãos, no dia de sua ausência ou no dia seguinte, todos saberiam o motivo de sua falta e o apoiariam. Quem sabe ele estaria vivo. 

Tratamos-nos por “irmãos” e várias pranchas já foram escritas justificando o termo, contudo, o que sai da boca não entra no coração. Somos experts nos rituais, na legislação e no conhecimento maçônico. 

Falta-nos, porém, emoção, sensibilidade, solidariedade e fraternidade para com o próximo. Há grande diferença entre tratar “por” irmão e tratar “como” irmão. É mais que semântica.

Precisamos amar mais, viver mais e agir mais para que, num futuro não muito distante, não venhamos a ser os próximos a dizer: IRMÃOS, PORQUE ME ABANDONASTES?

(*) Reprodução de Prancha lida durante o Tempo de Estudos levado a efeito pela 
A.'.R.'.L.'.S.'. MARCUS ANTONIO BARROS CORDEIRO Nº 127 - GLOMEC  
Fortaleza, 19 de outubro de 2011
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06/02/2013