sábado, 11 de outubro de 2025

O Maçom, a Lei e a Religião



    Meus irmãos, todo maçom sincero já se perguntou em algum momento sobre a relação da Ordem com a fé e com a religião. Afinal, juramos respeitar as leis dos homens e os princípios maiores da Maçonaria, mas também somos chamados a olhar para dentro de nós, para a centelha divina que nos anima. Surge então a dúvida: seríamos nós, maçons, indiferentes às religiões? Estaríamos alheios à fé que inspira tantos corações?

    Na senda maçônica, aprendemos que a liberdade deve caminhar de mãos dadas com a responsabilidade. Por isso, somos homens cumpridores das leis, respeitando as normas do país em que vivemos. Não é por servilismo, mas por consciência de que a harmonia social depende de ordem, justiça e equidade. O maçom não é um rebelde inconsequente, mas um construtor da sociedade em que vive, erguendo seus alicerces sobre a honestidade e a retidão.

    Não desprezamos a fé nem a religião. A Maçonaria não as combate, mas também não as impõe. Em nossa Loja, cada Irmão tem o direito de cultivar sua espiritualidade de acordo com sua tradição e sua consciência. O que se pede é apenas que reconheça um Princípio Criador, uma Inteligência Suprema, simbolizada pelo Grande Arquiteto do Universo. Assim, respeitamos todas as crenças, sem dogmatismos, sem imposições, sem exclusões.

    A diferença entre nós e as religiões é que não buscamos definir caminhos de salvação, nem impor regras de fé. Buscamos, sim, despertar o homem interior, lapidar a pedra bruta, libertar o espírito da ignorância e do egoísmo. A religião se ocupa do culto e do dogma; a Maçonaria se ocupa da consciência e do simbolismo. Ambas podem caminhar lado a lado, desde que respeitem o espaço e a missão uma da outra.

    Portanto, meus irmãos, não é correto afirmar que a Maçonaria desdenha da fé ou religião. Ao contrário, ela honra todas as expressões do sagrado, sem se prender a nenhuma. Cumprimos as leis da sociedade por dever e consciência, mas acima delas cultivamos a Lei não escrita, gravada no coração de todo verdadeiro iniciado: a lei do amor fraterno, da justiça e da verdade. E é sob essa lei maior que edificamos nosso Templo interior.

    Assim, o maçom não renuncia à fé, mas a respeita em todas as suas formas. Não despreza a religião, mas se mantém livre dela. E, sobretudo, é fiel à sua missão de ser construtor da paz, da luz e da fraternidade no mundo.


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2025

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