O Maçom, a Lei e a Religião
Meus irmãos, todo maçom sincero já se perguntou em
algum momento sobre a relação da Ordem com a fé e com a religião. Afinal,
juramos respeitar as leis dos homens e os princípios maiores da Maçonaria, mas
também somos chamados a olhar para dentro de nós, para a centelha divina que
nos anima. Surge então a dúvida: seríamos nós, maçons, indiferentes às
religiões? Estaríamos alheios à fé que inspira tantos corações?
Na senda maçônica, aprendemos que a liberdade deve
caminhar de mãos dadas com a responsabilidade. Por isso, somos homens
cumpridores das leis, respeitando as normas do país em que vivemos. Não é por
servilismo, mas por consciência de que a harmonia social depende de ordem,
justiça e equidade. O maçom não é um rebelde inconsequente, mas um construtor
da sociedade em que vive, erguendo seus alicerces sobre a honestidade e a
retidão.
Não desprezamos a fé nem a religião. A Maçonaria
não as combate, mas também não as impõe. Em nossa Loja, cada Irmão tem o
direito de cultivar sua espiritualidade de acordo com sua tradição e sua
consciência. O que se pede é apenas que reconheça um Princípio Criador, uma
Inteligência Suprema, simbolizada pelo Grande Arquiteto do Universo. Assim,
respeitamos todas as crenças, sem dogmatismos, sem imposições, sem exclusões.
A diferença entre nós e as religiões é que não
buscamos definir caminhos de salvação, nem impor regras de fé. Buscamos, sim,
despertar o homem interior, lapidar a pedra bruta, libertar o espírito da
ignorância e do egoísmo. A religião se ocupa do culto e do dogma; a Maçonaria
se ocupa da consciência e do simbolismo. Ambas podem caminhar lado a lado,
desde que respeitem o espaço e a missão uma da outra.
Portanto, meus irmãos, não é correto afirmar que a
Maçonaria desdenha da fé ou religião. Ao contrário, ela honra todas as
expressões do sagrado, sem se prender a nenhuma. Cumprimos as leis da sociedade
por dever e consciência, mas acima delas cultivamos a Lei não escrita, gravada
no coração de todo verdadeiro iniciado: a lei do amor fraterno, da justiça e da
verdade. E é sob essa lei maior que edificamos nosso Templo interior.
Assim, o maçom não renuncia à fé, mas a respeita em
todas as suas formas. Não despreza a religião, mas se mantém livre dela. E, sobretudo,
é fiel à sua missão de ser construtor da paz, da luz e da fraternidade no
mundo.
Desconheço o autor
2025
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