sábado, 25 de outubro de 2025

 

POMPAS FÚNEBRES MAÇÔNICAS




    A cerimônia de Pompas Fúnebres Maçônicas é um dos rituais mais solenes e simbólicos
 da Maçonaria. Trata-se de uma homenagem póstuma prestada a um Irmão que partiu para Oriente Eterno — expressão usada para designar a transição do mundo material para a imortalidade espiritual.

    Realizada com profunda reverência e silêncio, essa cerimônia celebra não apenas a morte física, mas principalmente a continuidade da vida na eternidade do espírito, reafirmando os princípios maçônicos de imortalidade da alma, fraternidade e luz eterna.

    Durante o ritual, os Irmãos se reúnem trajando seus aventais e insígnias, e o ambiente é preparado com símbolos que representam a vida, a morte e a esperança. O esquadro e o compasso lembram a retidão e o equilíbrio da existência; a vela acesa simboliza a chama do espírito que nunca se apaga; e o ramo de acácia — colocado sobre o caixão — representa a imortalidade da alma e a vitória da luz sobre as trevas.


    O Venerável Mestre conduz a cerimônia, relembrando as virtudes do Irmão falecido e destacando que o verdadeiro Templo não é feito de pedra, mas sim das boas ações que cada um realiza em vida.

        As palavras proferidas convidam todos à reflexão sobre a transitoriedade da vida material e a importância da construção moral e espiritual.


    Ao final, os Irmãos prestam sua última saudação, e em uníssono, reverenciam aquele que cumpriu seu tempo terreno, retornando à Grande Loja do Universo, onde o Grande Arquiteto acolhe cada alma justa.

 “O corpo se desfaz na terra, mas a luz do espírito ascende ao Oriente Eterno.”

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

 


A letra G na Maçonaria

A Letra G é a sétima letra do alfabeto, sendo o número sete considerado o número da perfeição, o número divino. Por analogia considero a letra G como a letra divina. A letra G no centro do Esquadro e Compasso significa Geometria, no entanto vários autores consideram que também representa Gnose e o G∴ A∴ D∴ U∴.

O termo Gnose deriva do termo grego “gnosis” que significa “conhecimento”. Para os gnósticos, Gnose é um conhecimento que faz parte da essência humana. É um conhecimento intuitivo, diferente do conhecimento científico ou racional.

Albert Pike considerava que “Gnose” é a essência da maçonaria. Por Gnose, devemos entender o Conhecimento que constitui o fundo comum de todas as iniciações, cujas doutrinas e símbolos se tem transmitido, desde a mais remota Antiguidade até os nossos dias.

Toda doutrina esotérica pode unicamente transmitir-se por meio de uma iniciação e cada iniciação inclui necessariamente várias fases sucessivas, às quais correspondem outros tantos graus diferentes. Tais graus e fases podem ser reduzidos, em última instância, sempre a três. Podemos considerar que marcam as três idades do iniciado, ou as três épocas de sua educação e caracterizá-las respectivamente com estas três palavras: nascer, crescer, e produzir. Consequentemente, a iniciação maçónica contempla três fases distintas, consagradas sucessivamente ao descobrimento, à assimilação e à propagação da Luz. Estas fases estão representadas pelos graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, que correspondem a tripla missão dos maçons, que consiste em procurar primeiro, para adquirir depois e, finalmente, poder difundir a Luz.

Os graus iniciáticos correspondem ao triplo programa perseguido pela iniciação maçónica. Esotericamente, levam à solução das três grandes questões: De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos?

Com a Aprendizagem, procura-se penetrar no mistério da origem das coisas. Com o Companheirismo, descobre-se o segredo da natureza do homem, e revelam-se, com Mestria,

Ensina-se, ao Aprendiz potenciar ao máximo suas próprias forças; mostra-se ao Companheiro como captar as forças do meio ambiente, ensina-se ao Mestre reger, soberanamente sobre a natureza obediente ao centro de sua inteligência.

Assim Gnose é o conjunto, bastante amplo, das coisas que o maçom deve procurar conhecer para aperfeiçoar-se e melhor servir a humanidade.

A Maçonaria parte do princípio de que Deus arquitectou o Universo de forma harmónica, e o homem como “Pedreiro” é capaz de continuar a sua obra com o devido conhecimento sobre essa “Harmonia Universal” e sobre suas ferramentas de construção, tal como fez Salomão e os seus arquitectos na construção do Primeiro Templo em Jerusalém. Hoje o mundo precisa, da construção do Templo Perfeito simbólico, que está dentro de nós. Conhecer cada um dos nossos vícios para combatê-los e erguer Templos à Virtude.

O conhecimento de como o Macro se manifesta no Microcosmo está ligado às antigas Artes Liberais, descritas na antiga Grécia. Quem tinha os conhecimentos para a construção de Templos eram chamados de Mestres Construtores e tralhavam nos seus templos a Geometria Sagrada da Terra.

A Geometria era tida como uma ciência sagrada, mãe da arquitetura e da construção, sem a qual as Catedrais não podiam ser projetadas e construídas. A Geometria era a ciência do maçom operativo, uma ciência que os distinguia, que tornava possível a execução da Arte Real, que levanta templos às virtudes.

Geometria, que significa Terra (Geo) e Medida (metria), portanto “medida da Terra”. Desde a mais remota antiguidade foi constatado que a Terra e o Universo obedecem a certas leis físicas e geométricas, analisado pelo ciclo das estações e pelo ciclo dos planetas no céu. Desde essa percepção atribuiu-se a qualidade de Arquiteto para definir Deus, uma vez que toda sua obra pode ser reproduzida matemática e geometricamente.

O que representa que por trás de toda matéria existe um princípio espiritual e que toda criação de Deus é precisa e perfeita. Isso indica o dever do Maçom a não conhecer o mundo somente de maneira material, mas ir mais além, desbravar o desconhecido, conhecendo o que é oculto aos olhos físicos, porém acessível através espirito.

E quanto mais procuramos, mais encontramos dentro de nós mesmos e nos conhecemos, e mais lapidamos a pedra bruta.

O Maçom deve possuir o conhecimento sobre as medidas. Medem-se todos os aspectos da Natureza exterior e interior. Medem-se as palavras e as obras e para tal, são usados instrumentos específicos. Na construção ela é vital, porque nada pode ser feito sem uma medida adequada, desde o ponto, às linhas retas e curvas e todas as demais dimensões.

Os instrumentos de medida são símbolos que devem ser usados com razão e equilíbrio.

A Geometria indica a moderação dos pensamentos, das palavras e das ações, equilibrada pela razão e pela justiça. A Geometria serve para corrigir os erros provocados pelas nossas ilusões dos nossos sentidos, ela fornece à Maçonaria os emblemas da construção que simbolizam o trabalho maçónico. No sentido moral, representa o amor ao dever dando à Maçonaria a força necessária para triunfar sobre os obstáculos que o homem virtuoso sempre encontra na sua jornada. Teilhard de Chardin, disse que: “Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana.”

Disse Venerável Mestre

R∴ C∴ (M∴ M∴)

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

    


Palavras do Bispo Carl J. Sanders sobre a Maçonaria

    "Em tempos de desconfiança, suspeita, discriminação, separação e até ódio, a Maçonaria elimina a distância entre os homens. Amizade, moralidade e amor fraternal são as marcas registradas de nossos relacionamentos. Há uma integridade básica na Fraternidade que muitas vezes falta em muitos relacionamentos da vida... Permitam-me dizer, rápida e enfaticamente, que a Maçonaria não é e nunca foi uma religião; no entanto, a Maçonaria sempre foi amiga e aliada da religião. Em 50 anos como ministro e como maçom, não encontrei conflito entre minhas crenças maçônicas e a fé cristã.

    Minhas atividades maçônicas nunca interferiram na minha lealdade e no meu amor pela minha Igreja. Muito pelo contrário, minha lealdade à minha Igreja foi fortalecida pelos meus laços maçônicos. Bons maçons são bons clérigos.

    'Que ninguém diga que você não pode ser cristão e maçom ao mesmo tempo. Conheço muitos que são ambos e se orgulham de ser ambos.'

    Mas nos orgulhamos, como maçons, de que membros de todas as religiões tenham encontrado valor na fraternidade. O Rabino Seymour Atlas, detentor de algumas das mais altas honrarias maçônicas, escreve sobre o que encontra na Maçonaria: "Fui criado em um lar religioso, filho de um rabino, com sete gerações de rabinos me precedendo... Tenho orgulho de ser um maçom que acredita na dignidade dos filhos de Deus e se opõe ao ódio e à intolerância, e defende a verdade, a justiça, a bondade, a integridade e a retidão para todos."

    *Carl Julian Sanders (1912–2007) foi um bispo americano da Igreja Metodista Unida que foi eleito para o cargo em 1972.

 

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

 


A aclamação Huzzé, Huzzé, Huzzé!

Aclamação e não exclamação

Existem momentos fortemente marcantes na Iniciação e nas sessões Maçónicas normais. Um deles é a aclamação: “Huzzé, Huzzé, Huzzé”, firmemente pronunciada e três vezes repetida. Aclamação e não exclamação de alegria entre os Maçons usual no R.E.A.A. A palavra HUZZÉ tem origem hebraica, embora em árabe seja pronunciada “HUZZA”, para os antigos árabes ‘HUZZA” era o nome dado a uma espécie de acácia consagrada ao sol, como símbolo da imortalidade, e a sua tradução significa força e vigor, palavras simbólicas que fazem parte da tríplice saudação feita na Cadeia de União: Saúde, Força e Vigor. Na Inglaterra a aclamação “HUZZÉ” tem a pronúncia UZEI, tomada do verbo TO HUZZA (aclamação) como sentido “viva o rei”.

Existe mesmo na língua inglesa o verbo to huzza, que significa aclamar. A bateria de alegria era sempre feita em honra a um acontecimento feliz para uma Loja ou para um Irmão. Era natural que os Maçons escoceses usassem esta aclamação. O dicionário “Michaelis” diz: huzza, interj. (de alegria) – v. gritar hurra, aclamar. Traduzindo correctamente do árabe “Huzzah” (Viva), significa Força e Vigor.

Huzzé, Huzzé, Huzzé” por constituir uma aclamação, é pronunciada com voz forte. Ela é feita apenas por duas vezes em cada reunião, por ocasião da abertura e do encerramento dos trabalhos. Trazemos às Sessões as preocupações de ordem material que podem criar correntes vibratórias que põem obstáculos e restringem as nossas percepções. Ao contrário, no decorrer dos trabalhos, o esforço constante para o bem e o belo, forma correntes que estabelecem as relações com os planos superiores. Nesse sentido, a aclamação Huzzé, Huzzé, Huzzé, na abertura do trabalho oferece passagem à energia habilitando-nos a benefícios (saúde, força e vigor) bem mais consistentes e duradouros. O importante é que, ao iniciar a Sessão, tenhamos presente que, em Loja, tudo, verdadeiramente tudo, tem uma razão para a sua existência. Nada, absolutamente nada, se faz no interior de um Templo por acaso.

O valor do HUZZÉ está no som, à energia provocada elimina as vibrações negativas. Quando em Loja, surgirem discussões ásperas e o Venerável Mestre recear que o ambiente possa ser perturbado suspenderá os trabalhos, e comandará a expressão HUZZÉ, de forma tríplice, reiniciando os trabalhos, o ambiente será outro, ameno e harmónico.

Ao se aproximar do objeto mais sagrado, existente no Templo Maçónico – o Livro da Lei (A Bíblia Sagrada), os maçons lembram pelo nome de Huzzé, expressando com essa aclamação alegria e contentamento, por crerem que o Grande Arquiteto do Universo se faz presente a cada sessão dos nossos trabalhos.

E é a ELE que os Maçons rendem graças pelos benefícios advindos da Sua infinita bondade e da Sua presença que, iluminando e espargindo bênçãos em todos aqueles que ali vão imbuídos do Espírito Fraterno, intencionados a praticar a Tolerância, subjugar as suas Intransigências, combater a Vaidade e, crentes que assim procedendo, estarão caminhando rumo a evolução espiritual do Homem, meta do Maçom.

A Maçonaria é uma Obra de Luz; a prática da saudação está arraigada nos ensinamentos Maçónicos. A consideração da saudação Huzzé na abertura dos trabalhos está relacionada ao meio-dia, hora de grande esplendor de iluminação, quando o sol a pino subentende que não há sombra, tornando-se um momento de extrema igualdade – ninguém faz sombra a ninguém. Lembra também as benesses da Sabedoria, representada pelo nascer do sol, cujos raios vivificantes espalham luz e calor, ou seja, a Sabedoria e os seus efeitos. Quando do encerramento dos trabalhos, a saudação está relacionada à meia-noite, dando-nos o alento de que um novo dia irá raiar, pois quanto mais escura é a madrugada, mais próximo está o nascer de um novo dia. A aclamação ao sol no seu ocaso, lembra que a Luz da Sabedoria irradiou os trabalhos, agora prestes a terminar, em alusão ao fim da nossa vida (meia-noite) quando devemos estar certos de que a nossa passagem pelo plano terreno fora pautada por atos de Sabedoria.

No Rito Moderno a aclamação é “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”; no Adonhiramita é “Vivat, Vivat, sempre Vivat”; no Brasileiro “Glória, Glória, Glória!” E nos ritos de York (Emulation) e Schroeder não existe aclamação.

Huzzé! é, pois, a reiteração que os Irmãos fazem da sua fé no Grande Criador, que tudo pode e tudo governa. E só através DELE encontram o caminho para a ascensão.

A primeira reflexão, portanto, em torno da aclamação sugere que analisemos a nossa vida e verifiquemos se sustentamos os propósitos de paz ou espalhamos a agitação.

O Mahatma Gandhi dizia que alguém capaz de realizar a plenitude do amor neutralizará o ódio de milhões. Certamente estamos distanciados das suas realizações. Não obstante, podemos promover a paz evitando que ressentimentos e mágoas fermentem no coração dos que conosco congregam e se transformem nesse sentimento desajustaste que é o ódio.

Certa feita o Obreiro de uma Loja queixava-se do Mestre de Cerimónias ao Venerável por sempre lhe oferecer, na falta dos titulares, os cargos que, segundo ele, eram de mais difícil desempenho ou de menor evidência. O Venerável, um semeador da paz o desarmou.

– Está enganado, meu Irmão, quanto ao nosso Mestre de Cerimonias. Ele o admira muito, sabe que é eficiente e digno de confiança. Por isso o tem encaminhado para desempenho das funções e encargos onde há problemas, consciente de que sabe desempenhá-los e resolvê-los melhor que qualquer outro Obreiro do quadro da Loja.

Desnecessário dizer que com a sua intervenção pacificou o Irmão que passou a ver com simpatia as iniciativas a seu respeito. Desarmou, assim, o possível desafeto passando a ideia de que o Mestre de Cerimónias não tinha a mesma opinião a seu respeito, fazendo prevalecer à sugestão de Francisco de Assis: “Onde houver ódio que eu semeie o Amor”.

Existem aqueles que entendem huzzé como força poderosa, ou seja, um mantra, que deve ser com a consciência de quem a empregue direcionada no sentido do bem. Seria essa a razão e significação da palavra Huzzé como proposta na ritualística Maçónica?

Devemos acrescer, ainda, que Cristo, em várias oportunidades, saudava os Apóstolos com um “Adonai Ze” (O Senhor esteja entre vós). Essa aclamação os deixava mais alegres e confiantes, formando uma corrente de optimismo. Na Idade Média quando um católico se encontrava com outro, dizia: DOMINUS VOBISCUM ( O Senhor esteja convosco ); PAX TECUM (A paz esteja contigo ).

Até pelo exemplo citado, façamos tudo ao nosso alcance para que reine na nossa Loja uma atmosfera de carinho, afeição, tranquilidade, paz, amor e harmonia para a nossa constante elevação e glória do Grande Arquiteto do Universo.

O emprego da aclamação Huzzé na Maçonaria tem também o sentido esotérico numa indução moral a que se busque o prazer no que se pratica, para o bem da humanidade (isto no começo) e, no final, a mesma alegria pelo bem praticado, não sem também invocar particularmente o duplo sentido do “Ele é ou ele está…” (com todos, evidentemente).

O importante é que, no momento exato, gritemos de alegria sempre que pudermos estar reunidos em Templo e rendermos graças por estarmos juntos mais uma vez.

Huzzé, Huzzé, Huzzé!

João Alves de Oliveira Filho, MM – ARLS Paz e Progresso – GOBMG – REAA

Fontes

  • Irmão Ronaldo Quito Araújo Costa – MI
  • ARLS Loja Mãe – Antonio Monteiro Martins – GLMERJ – REAA Rio de Janeiro – RJ

Bibliografia

  • Simbolismo do Primeiro Grau – Rizzardo da Camino Bíblia – Livros 2 – Samuel, cap. 06


 

Ética e Conduta Maçônica

    A condição de Maçom exige conduta compatível com os preceitos das Constituições de Anderson, dos ensinamentos dos Rituais adotados pelo Grande Oriente do Brasil, bem como o não cometimento de delitos e crimes previstos na Legislação Penal Maçônica, e na Legislação Penal da República Federativa do Brasil. São Deveres Éticos do Maçom:

1) Respeitar todas as autoridades maçônicas legalmente constituídas, não atacando, por quaisquer meios, de forma pessoal, os irmãos ocupantes dos cargos de autoridade no exercício dos respectivos mandatos. (Sabe-se que o ataque ao ocupante de cargo de autoridade, além de atingir pessoalmente o irmão que ocupa o cargo, atinge também o corpo da própria Instituição que este representa, promovendo o enfraquecimento conceitual da mesma).  

2) Não promover a veiculação de matérias, editoriais, ou reportagens em qualquer tipo de informativos, impressos, ou em meio digital, sobre qualquer assunto que envolva juízo de valor sobre a atuação de um ou mais irmãos sem a devida manifestação daquele ou daqueles que possam se sentir atingidos, demonstrando, na mesma proporção e no mesmo momento, no caso de posições divergentes, todas as posições existentes sobre o assunto. (Não mostrar todos os “dois lados da moeda”, além de injusto, não contribui para o desenvolvimento de opiniões sobre qualquer tipo de assunto, logo, se existem posições divergentes, estas devem ser apresentadas concomitantemente, e quando não o são, a própria legislação pátria já consagra o Direito de Resposta, assim, em uma irmandade, é indispensável que, antes de se expressar qualquer opinião sobre a conduta ou fatos envolvendo um irmão, que este irmão também tenha a possibilidade de demonstrar, ao mesmo tempo, sua posição de forma a que todos possam conhecer todas as versões sobre os fatos).  

3) Não se utilizar, nunca, do anonimato para dirigir qualquer tipo de ataque pessoal contra qualquer irmão. (Já proibido pela Constituição do GOB, o anonimato, é arma do covarde, que sequer assume a sua identidade de responsável pelo que pensa e diz, não dando chance de qualquer tipo de contraditório ou defesa para o irmão que foi atacado, sendo uma conduta inadmissível entre irmãos).

4) Não se dirigir, nunca, de forma ríspida, deselegante ou deseducada a um irmão, ofendendo-o direta ou indiretamente. (Além da penalidade maçônica específica para esta conduta, a educação e o trato fraterno entre irmãos são condições essenciais para a boa convivência em nossa Ordem).  

5) Não promover qualquer tipo de brincadeira, chacota, ou atuação de caráter pejorativo, direta ou indiretamente contra qualquer irmão. (O que para muitos pode parecer inofensivo pode, para o atingido, ser motivo de grande sofrimento, gerando desconforto e desunião).  

6) Não propagar ou repetir qualquer informação, ainda que verbalmente, que envolva a pessoa ou a atuação de um irmão sem que este tenha conhecimento de tal divulgação e que a tenha autorizado. (A popularmente conhecida “fofoca” somente traz discórdia e muitas vezes informações falsas que nada contribuem para a edificação dos irmãos envolvidos, estando, na maioria das vezes, baseadas em inverdades propositalmente criadas para denegrir a honra e a reputação de um irmão).  

7) Não se considerar, ou se apresentar como superior ou onisciente por conta de qualquer grau maçônico, simbólico ou filosófico alcançado, inferiorizando os que até lá ainda não chegaram. (A igualdade é um de nossos princípios, os graus maçônicos alcançados merecem o devido respeito, mas não autorizam, de forma nenhuma, a que um irmão se julgue superior a outro, por já os ter alcançado).

8) Não considerar, nunca, qualquer irmão, responsável por qualquer delito maçônico, até que as autoridades judiciárias maçônicas determinem, em última instância, a eventual condenação do irmão envolvido. (O Poder Judiciário Maçônico é o poder competente para apurar e julgar crimes e delitos maçônicos, cominando as devidas penas, não devendo qualquer irmão fazer juízo de valor prévio sobre fatos ou sobre a conduta que eventualmente entender delituosa por parte de qualquer irmão).  

9) Não discutir, anunciar ou propagar qualquer assunto discutido ou fato ocorrido em Loja, fora dela. (Tal divulgação, proibida em toda a legislação maçônica e também nos rituais, não deve ser, em hipótese nenhuma, descumprida, devendo os assuntos da Loja, ficarem circunscritos aos membros da mesma, presentes nas sessões onde foram discutidos ou onde ocorreram os respectivos fatos).  

10) Não desrespeitar, ou envolver em qualquer comentário pejorativo, direta ou indiretamente, qualquer membro da família de um irmão. (A família do irmão é a extensão do mesmo, logo, pela valorização da mesma, preconizada sempre pela Maçonaria, e pelo respeito ao âmbito particular e privado do irmão, sua família deve ser sempre resguardada de qualquer ataque, ou comentário pejorativo).

  
[Escrito por: "Marcelo Ramos do Carmo C.I.M. 241355 - Loja de Estudos e Pesquisas Maçônicas Sabedoria Triunfante - Niterói - RJ]

 

ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLARIOS


COMO FOI FUNDADA E DESTRUÍDA A 

ORDEM DO TEMPLO?



    A ordem do templo, também conhecida como Ordem dos Cavaleiros Templários surgiu quando da necessidade de se dar proteção aos viajantes à Terra Santa.

     Os Cristão espalhados pela Europa nutriam o desejo incontido de regressar à Jerusalém para cumprir seus votos de Fé e se organizavam em caravanas, mais tarde denominado de Cruzadas, para um apoio mútuo e uma maior segurança.

     O Turcos sarracenos que não aceitavam a dominação cristã passaram a perseguir os viajantes em assaltos sangrentos e humilhantes.

     Inicialmente a Igreja contratou mercenários para escoltar os peregrinos, pois havia o interesse em se trazer as riquezas desses fiéis para Jerusalém.

     Entretanto a índole sorrateira dos soldados autônomos foi mais vil que as investidas dos Sarracenos e mais uma vez os peregrinos se viram entregues aos salteadores desordeiros.

     É neste impasse da história que surge a idéia de se treinar monges com habilidades específicas para as artes bélicas, de forma a se forjar um cavaleiro medieval com o coração de um sacerdote.

     Surge a Ordem do Templo ou a Ordem dos Cavaleiros de Cristo ou ainda a Ordem dos Cavaleiros Templários com a incumbência de escoltar em segurança os viajantes pelas Cruzadas à Jerusalém.

     O seu mestre fundador, foi Hugue de Payens, da Borgonha, que com os demais cavaleiros assumem os votos monásticos de pobreza, castidade e a obediência.

     Em 1128 a sua irmandade, entretanto numerosa, foi reconhecida pelo concílio de Troyes como ordem monástico-militar com o nome de Milícia dos Pobres Cavaleiros de Cristo.

     É então que os cavaleiros abandonam as instalações na igreja do Santo Sepulcro, que os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho lhes tinham cedido, para irem ocupar o seu palácio e outras construções que o rei franco Balduíno II lhes dá, no terraço de Herodes, no antigo templo de Jerusalém.

     O sucesso em se unir Fé e Armas foi tamanho que o próprio povo passou a ofertar valores em gratidão e dado os votos de pobreza, passaram então a administrar os recursos em prol dos necessitados, criando assim as primeiras Hospitalarias, pelo que também foram conhecidos como Cavaleiros Hospitaleiros.

    A mão forte, a idoneidade e a caridade catapultaram a Ordem Templária como sendo uma instituição própria, à parte da Igreja e do Estado, promovendo-lhe sucesso administrativo, financeiro e militar.

     Contudo, a inveja de Felipe o Belo (aliada a dívida enorme contraída através de empréstimos com os templários), Rei da França e a ambição de Clemente V, papa em comando da igreja católica, fez com que um plano fosse elaborado para possuir o patrimônio administrado pelos Templários.

     Em 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira 13, um plano foi executado para prender os Mestres Templários e seus iniciados mas, somente uma parte foi capturada.

     Filipe acusou os cavaleiros de ofensas perversas, visando assim denegrir a ordem perante o público. Entre os perjúrios, estavam cuspir no crucifixo, negar Cristo, idolatrar falsos deuses, blasfêmia e obscenidades. 

     Óbvio que Filipe havia inventado as acusações. Além disso, ele incentivou a população ao ataque e conseguiu chamar a atenção da igreja. Quando o papa Clemente V soube das prisões, ficou furioso, mas não pôde fazer nada. Portanto, em vez de enfrentar o rei, ele optou por manter o orgulho e tomar conta da situação com as próprias mãos.

    Jaques de Molay, o Grão Mestre a época, foi acusado de heresia e torturado, por 7 anos, para confessar onde se encontravam os tesouros.

     Mas suas respostas à Inquisição da Igreja, já amarrado na fogueira no dia 13 de uma sexta feira, foram de que ainda naquele ano o Papa Clemente V e o Rei Felipe, o Belo, estariam entregando suas almas e prestando contas a Deus, e assim se deu, morrendo ambos de causas desconhecidas e acidentes esdrúxulos.

Weber Varrasquim

 2025

sábado, 11 de outubro de 2025

O Maçom, a Lei e a Religião



    Meus irmãos, todo maçom sincero já se perguntou em algum momento sobre a relação da Ordem com a fé e com a religião. Afinal, juramos respeitar as leis dos homens e os princípios maiores da Maçonaria, mas também somos chamados a olhar para dentro de nós, para a centelha divina que nos anima. Surge então a dúvida: seríamos nós, maçons, indiferentes às religiões? Estaríamos alheios à fé que inspira tantos corações?

    Na senda maçônica, aprendemos que a liberdade deve caminhar de mãos dadas com a responsabilidade. Por isso, somos homens cumpridores das leis, respeitando as normas do país em que vivemos. Não é por servilismo, mas por consciência de que a harmonia social depende de ordem, justiça e equidade. O maçom não é um rebelde inconsequente, mas um construtor da sociedade em que vive, erguendo seus alicerces sobre a honestidade e a retidão.

    Não desprezamos a fé nem a religião. A Maçonaria não as combate, mas também não as impõe. Em nossa Loja, cada Irmão tem o direito de cultivar sua espiritualidade de acordo com sua tradição e sua consciência. O que se pede é apenas que reconheça um Princípio Criador, uma Inteligência Suprema, simbolizada pelo Grande Arquiteto do Universo. Assim, respeitamos todas as crenças, sem dogmatismos, sem imposições, sem exclusões.

    A diferença entre nós e as religiões é que não buscamos definir caminhos de salvação, nem impor regras de fé. Buscamos, sim, despertar o homem interior, lapidar a pedra bruta, libertar o espírito da ignorância e do egoísmo. A religião se ocupa do culto e do dogma; a Maçonaria se ocupa da consciência e do simbolismo. Ambas podem caminhar lado a lado, desde que respeitem o espaço e a missão uma da outra.

    Portanto, meus irmãos, não é correto afirmar que a Maçonaria desdenha da fé ou religião. Ao contrário, ela honra todas as expressões do sagrado, sem se prender a nenhuma. Cumprimos as leis da sociedade por dever e consciência, mas acima delas cultivamos a Lei não escrita, gravada no coração de todo verdadeiro iniciado: a lei do amor fraterno, da justiça e da verdade. E é sob essa lei maior que edificamos nosso Templo interior.

    Assim, o maçom não renuncia à fé, mas a respeita em todas as suas formas. Não despreza a religião, mas se mantém livre dela. E, sobretudo, é fiel à sua missão de ser construtor da paz, da luz e da fraternidade no mundo.


Desconheço o autor

2025

 DESIDERATHA 



    Este é um dos mais misteriosos escritos da Humanidade. Algumas publicações atribuem-na a um autor hindu desconhecido, outros afirmam que vem de um texto anônimo encontrado em uma Igreja medieval no século XV. Não é uma oração, nem está ligada a nenhuma religião ou credo. É apenas uma reflexão de sabedoria e espiritualidade. 


    No meio do barulho e da agitação, caminhe tranquilamente entre a inquietude e a pressa, pensando na paz que você pode encontrar no silêncio. 

    Procure viver em harmonia com as pessoas que estão ao seu redor, sem abrir mão da própria dignidade. 

 Fale a sua verdade clara e mansamente e ouça a verdade dos outros. Eles também têm sua própria história. 

 Evite as pessoas agressivas e transtornadas, elas afligem o nosso espírito. 

 Não se compare aos demais. Julgando-se superior ou inferior você se tornaria presunçoso e amargo. 

 Viva intensamente os seus ideais e o que você já pode realizar. 

 Conserve o interesse e o zelo pelo seu trabalho, por mais humilde que ele seja, ele é um verdadeiro tesouro na contínua mudança dos tempos. 

 Seja prudente em tudo o que fizer, pois o mundo está cheio de armadilhas, mas não fique cego para o bem que sempre existe. 

 Há muita gente lutando por nobres ideais e em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.

 Seja você mesmo e, principalmente, não simule afeição e não descreia do amor: mesmo diante de tanta aridez e desencanto, ele é perene como a relva. 

 Aceite com carinho os conselhos dos mais velhos e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude. 

 Cultive a força do espírito, que o protegerá dos infortúnios e surpresas da sorte adversa, mas não se desespere com perigos imaginários: muitos temores nascem do cansaço e da solidão.

 Portanto, esteja em paz com Deus, como quer que você o conceba, e quaisquer que sejam seus trabalhos e aspirações, a fatigante jornada da vida, mantenha-se em paz com sua própria alma. 

 Acima das falsidades, dos desencantos e agruras, o mundo ainda é bonito, seja prudente.

 Faça tudo para ser feliz. 

 Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui. 

 E mesmo que você não possa perceber, a Terra e o Universo vão seguindo o seu destino.

 2025


sexta-feira, 10 de outubro de 2025

 

Maçons que leem e maçons que não leem



    Eu acredito que existam muitos maçons que são desconhecedores dos princípios da maçonaria, assim como há homens de todas as classes que estão sujeitos a ignorância da sua própria profissão. Não existe um relojoeiro que não saiba sobre os elementos de relojoaria, nem um ferreiro que não esteja totalmente familiarizado com as propriedades do ferro em brasa. Subindo para os mais altos caminhos da ciência, eu ficaria muito surpreendido se encontrasse um advogado que fosse ignorante dos elementos de jurisprudência, ou um médico que nunca tenha lido um tratamento sobre uma patologia, ou um clérigo que não saiba absolutamente nada de teologia. Entretanto, nada é tão comum quanto encontrarmos maçons que estão na completa escuridão a respeito de tudo que se refere a Maçonaria. Eles são ignorantes da sua história, não sabem se uma produção é atual ou se ela vem de eras remotas na sua origem. Eles não têm compreensão do significado esotérico de seus símbolos ou suas cerimônias e dificilmente entendem seus modos de reconhecimento. No entanto é muito comum encontrar esses socialistas na posse de graus elevados e, por vezes, sendo homenageados por altos membros da Ordem, presente nas reuniões de lojas e capítulos, se intrometendo nos procedimentos, tomando parte ativa em todas as discussões e persistindo na manutenção de opiniões heterodoxas em oposição ao julgamento dos irmãos de muito maior conhecimento.



Por que razão acontecem tais coisas? Por que, só na maçonaria, deve haver tanta ignorância e tanta presunção?



    Se eu pedir um sapateiro para me fazer um par de botas, ele me diz que só corrige e remenda, e que ele não aprendeu os ramos mais altos de seu ofício, e então honestamente nega o trabalho oferecido. Se eu pedir um relojoeiro para construir um motor para o meu cronometro, ele responde que não pode fazê-lo, que ele nunca aprendeu a fazer motores, que pertence a um ramo mais elevado do negócio, mas que, se eu trouxer uma mola pronta, ele pode inseri-la no meu relógio, porque ele sabe como fazer. Se eu for a um artista com uma ordem para me pintar um quadro histórico, ele irá me dizer que está além de sua capacidade, que ele nunca estudou ou praticou este tipo de detalhes, mas limitou-se à pintura de retratos. Se ele fosse desonesto e presunçoso, iria pegar o meu pedido e em vez de uma imagem, me daria uma pintura tosca. É exclusivo do maçom a falta desta modéstia. Ele está muito apto a pensar que o compromisso não só faz dele um maçom, mas um maçom sábio, ao mesmo tempo. Ele também muitas vezes imagina que as cerimônias místicas que ocorrem na ordem são todo o necessário para torná-lo conhecedor de seus princípios. Há algumas seitas cristãs que acreditam que a água do batismo de uma só vez lava todos os pecados, do passado e do futuro. Portanto, há alguns maçons que pensam que o simples ato de iniciação é de uma só vez seguido por um fluxo de todo o conhecimento maçônico. Eles não precisam de mais se dedicarem ao aprendizado maçônico ou pesquisa. Tudo o que eles exigem conhecer já foi recebido por um tipo de processo intuitivo.



A grande sociedade dos maçons pode ser dividida em três classes.

 

1ª) - A primeira é composta por aqueles que não iniciaram com um desejo de conhecimento, mas de algum motivo acidental, nem sempre honrado. Tais homens foram levados a buscar a admissão ou porque era provável, em sua opinião, para facilitar suas operações de negócios, ou para avançar suas perspectivas políticas, ou de alguma outra maneira de beneficia-los pessoalmente. No início de uma guerra, centenas migram para as lojas na esperança de obter o “sinal místico”, que vai ajudá-lo na hora do perigo. Tendo seu objetivo alcançado ou não, estes homens se tornam indiferentes e, com o tempo, se enquadram na categoria de irregulares pois se afastam de sua loja e de seus irmãos sem a menor satisfação e sem horar seus compromissos com a tesouraria e secretaria da loja. Desses maçons não há esperança. Eles são árvores mortas com nenhuma promessa de frutas. Deixe que eles passem como totalmente inútil e incapaz de melhoria.



2ª) - Há uma segunda classe que consiste de homens que são a moral maçônica e totalmente oposta da primeira classe. Estes fazem o seu pedido de admissão, acompanhado, como o ritual requer, “de um parecer favorável da Instituição e um desejo de conhecimento”. Assim que eles são iniciados, eles conseguem ver através das cerimônias do qual eles passaram, um significado filosófico digno do trabalho de pesquisa. Elas se dedicam a esta pesquisa. Eles obtêm livros maçônicos, leem jornais maçônicos e eles conversam com irmãos bem informados. Se familiarizam com a história da maçonaria. Eles investigam sua origem e seu formato atual. Eles exploram o sentido oculto dos seus símbolos e absorvem a interpretação. Tais maçons são sempre membros úteis e honrados da ordem e frequentemente tornam-se suas luzes brilhantes. Sua lâmpada queima para a iluminação dos outros e para eles, estão em dívida com a Instituição por qualquer que seja a posição elevada que tenha alcançado. Não é para eles que este artigo é escrito.



    Mas entre estas duas classes que acabamos de descrever existe um intermediário, não tão ruim quanto o primeiro, mas muito abaixo do segundo, que infelizmente, está incluído no conjunto da Fraternidade.



3ª) - Esta terceira classe consiste de maçons que se juntaram a maçonaria sem objetivos e com, talvez, a melhor das intenções. Mas eles não conseguiram realizar estas intenções.



    Eles cometeram um erro grave. Eles supõem que a iniciação é todo o necessário para torná-los maçons e que um novo estudo é totalmente desnecessário. Sendo assim, eles nunca leram um livro maçônico. Traga ao seu conhecimento as publicações dos autores maçônicos mais famosos e seu comentário será que eles não têm tempo para ler. Mostre-lhes uma revista maçônica de reputação reconhecida e peça para ele se inscrever. A resposta é que eles não podem pagar, os tempos são difíceis e o dinheiro é escasso.



    E, no entanto, o que não falta é ambição maçônica em muitos destes homens. Mas sua ambição não é na direção certa. Eles não têm sede de conhecimento, mas eles têm uma grande sede para cargos e graus. Eles não podem gastar dinheiro ou tempo para a compra ou leitura de livros maçônicos, mas eles têm o suficiente de ambos para gastar na aquisição de graus maçônicos.



    É surpreendente como alguns maçons que não entendem as mais simples noções da arte, e que falharam completamente para compreender o alcance e o significado da Maçonaria simbólica, empunham as honras vazias dos altos graus. O Mestre Maçom que sabe muito pouco do grau de aprendiz maçom, deseja ser um Cavaleiro Templário. Ele não sabe nada e não espera saber qualquer coisa da história dos templários ou como e por que estes cruzados foram incorporados na irmandade maçônica. A altura da sua ambição é usar a Cruz Templária sobre o peito. Se ele entrou no Rito Escocês, a Loja de Perfeição não vai dar conteúdo a ele, embora este grau forneça material para meses de pesquisa e aprendizado. Ele sobe com prazer, mais alto na escala de classificação e por esforços perseverantes, ele pode alcançar o cume do rito e ser investido com o grau 33, mas pouco absorveu de qualquer conhecimento da organização do Rito ou das lições sublimes que ele ensina. Ele atingiu o auge de sua ambição e está autorizado a usar a águia de duas cabeças.



    Tais maçons não são distinguidos pela quantidade de conhecimento que eles possuem, mas pelo número das joias que eles usam. Eles vão dar cinquenta dólares para uma decoração, mas não dão cinquenta centavos para um livro.



    Estes homens são um grande prejuízo para a Maçonaria. Eles são chamados de zumbidos. Mas eles são mais do que isso. Eles são as vespas, o inimigo mortal de abelhas laboriosas. Eles dão um mau exemplo para os maçons mais jovens, eles desencorajam o crescimento da literatura maçônica, eles distanciam homens intelectuais, que estariam dispostos a cultivar a ciência maçônica, para outros campos, que deprimem as energias de nossos escritores, e eles rebaixam o caráter da Maçonaria especulativa como um ramo da filosofia mental e moral. Quando profanos veem homens que possuem altos graus e cargos na Ordem, que são quase tão ignorantes como a eles mesmos sobre os princípios da Maçonaria e que, se solicitado, diriam que eles encaram apenas como uma instituição social, esses profanos naturalmente concluiriam que há não qualquer coisa de grande valor em um sistema cujas posições mais altas são realizadas por homens que professam não ter conhecimento do seu desenvolvimento.



    Não se deve supor que todos os maçons sejam maçons instruídos ou que a todo homem que é iniciado, seja obrigatório a se dedicar ao aprendizado da ciência e literatura maçônica. Tal expectativa seria insensata e irracional. Todos os homens não são igualmente competentes para captar e reter a mesma quantidade de conhecimento. Ordem é a primeira lei do paraíso e este reconhecimento é de que alguns são, e devem ser, maiores do que o restante, mais ricos e mais sábios.



    Tudo o que eu afirmo é que, quando um candidato entra na Maçonaria, ele deve sentir que há algo melhor do que seus meros toques e sinais, e que ele deve esforçar-se com toda a sua capacidade de atingir algum conhecimento e este é o melhor objetivo. Ele não deve procurar avançar para graus mais elevados até que ele sabia alguma coisa do inferior, nem se agarrar a cargos, a menos que ele já tenha adquirido algum conhecimento maçônico, uma obrigação particular. Certa vez conheci um irmão cuja ganância para cargos o levou a ocupar os cargos da administração de sua loja, depois foi Grão-Mestre da jurisdição e que durante todo esse período nunca leu um livro maçônico nem tentou compreender o significado de um único símbolo. No ano que foi presidente da sua loja, ele sempre achou oportuno ter uma desculpa para a sua ausência da loja nas noites em que eram para conferir graus. No entanto, por suas influências pessoais e sociais, ele tinha conseguido elevar-se na hierarquia, acima daqueles que estavam acima dele no conhecimento maçônico. Eles estavam realmente muito acima dele, porque todos sabiam alguma coisa, e ele não sabia nada. Se tivesse permanecido no fundo, ninguém poderia se queixar. Mas, onde ele estava, e valendo-se da posição, ele não tinha o direito de ser ignorante. A sua presunção constituía uma ofensa.



    Um exemplo mais marcante é o seguinte: Alguns anos atrás, durante a edição de um periódico maçônico, recebi uma carta de um assinante que era o Grande Conferencista de uma certa Grande Loja, mas desejava interromper sua assinatura. Ao atribuir a sua razão, ele disse “embora o trabalho contenha muita informação valiosa, não terei tempo para ler, pois dedicarei todo o presente ano para o ensino”. Não posso deixar de imaginar o que um professor como este homem, deve ensinar, e que alunos ele deve instruir.



    Este artigo é maior do que eu pretendia que fosse. Mas eu sinto a importância do assunto. Existem nos Estados Unidos mais de quatrocentos mil maçons ativos. Quantos deles são leitores? Metade ou um décimo? Apenas um quarto dos homens que estão na ordem leem um pouco e não dependem de que todos saibam disso em visitas a suas lojas, eles têm as noções mais elevadas de seu caráter. Através deles, simpáticos estudiosos são encorajados a discutir os seus princípios e dar ao público os resultados dos seus pensamentos e boas revistas maçônicas desfrutam de uma existência próspera.



    Agora, pela razão de existirem tão poucos maçons que leem livros maçônicos, dificilmente fazem mais do que pagar as editoras e a despesa de impressão, enquanto que os autores não recebem nada e as revistas maçônicas estão sendo ano após ano, levadas para a Academia literária, onde os cadáveres de periódicos defuntos são depositados, e pior de tudo, a Maçonaria resiste a golpes deprimentes.



    Um Maçom que lê, porém pouco, não apenas as páginas da revista mensal de que é assinante, irá entreter vistas superiores da Instituição e desfrutar de novos prazeres na posse desses pontos de vista. Os maçons que não leem, nunca vão saber nada da beleza interior da Maçonaria especulativa, mas terão a capacidade de ingressar em algo como Ordem Rosa Cruz, ou a Ordem dos Cavaleiros de Pítias. Tal maçom deve ser um indiferente. Ele não tem paixão estabelecida.



    Se essa indiferença, em vez de ser decretada, vir a ser mais amplamente difundida, o resultado é muito aparente. A Maçonaria deve passar a uma posição mais elevada, como tem duramente tentado, através dos esforços de seus maçons pesquisadores, buscadores de aprender a cultura e a ciência maçônicas, a se manter, e as nossas lojas, ao invés de deixar de lado o pensamento especulativo e filosófico, deteriorando-se em clubes sociais ou sociedades de simples benefício. Com tantos rivais nesse campo, sua luta por uma vida próspera será muito dura.



O sucesso final da Maçonaria depende da inteligência de seus discípulos.



Escrito pelo Ir.·. Albert G. Mackey



Publicado em 1875 e reimpresso no “The Master Mason”

em outubro de 1924.