segunda-feira, 8 de dezembro de 2025




AHIMAN REZON



 

Ahiman Rezon foi o nome dado por Laurence Dermott para a Constituição da Ancient Grand Lodge of England.

 Várias Grandes Lojas que seguiam a vertente dos “Antigos” adotaram o mesmo nome para suas Constituições, como as Grandes Lojas da Pensilvânia, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia.

 Mas, afinal, o que significa Ahiman Rezon?

 Conforme Albert Mackey, significa “A Vontade dos Irmãos Selecionados”.

 A Grande Loja da Virgínia, com base na obra de Mackey, Lexicon of Freemasonry, adotou o significado “Lei dos Irmãos Preparados”.

 A Grande Loja da Carolina do Sul, interpretou como “Segredos de um Irmão Preparado”.

Já a Geórgia entendeu como sendo “Construtor Real”.

 Em 1825, a famosa Grande Loja da Pensilvânia registrou em sua revisão: O Livro das Constituições é geralmente denominado Ahiman Rezon.

 A tradução literal de Ahiman é “um irmão preparado”, e Rezon é “secreto”, então Ahiman Rezon literalmente significa “os segredos de um irmão preparado”.

 Entre tantas opiniões, talvez seja prudente considerar a intenção do próprio autor que adotou o termo, o polêmico Dermott!

 No prefácio de sua Ahiman Rezon, Dermott escreveu que um dia teve um sonho em que ele conversava com quatro homens de Jerusalém.

 Um dos homens, chamado Ahiman, disse a ele que ninguém tinha escrito nem poderia escrever uma história sobre a Maçonaria como a que Dermott se propôs a fazer.

 A Bíblia de Genebra de 1560 explica que Ahiman significa “um irmão preparado” ou “irmão da mão direita”, e Rezon significa “um secretário”.

 Considerando as citações que Dermott fez da Bíblia de Genebra, pode-se supor que sua intenção para Ahiman Rezon era “irmão secretário preparado” ou “irmão secretário da mão direita”.

 Dermott foi Grande Secretário da Grande Loja dos Antigos por quase 20 anos, de 1752 a 1771, tendo sido o grande responsável pelo sucesso da Obediência.

 Era conhecido por ser criativo e ríspido, e ridicularizou as leis e a história lendária da Maçonaria criada por James Anderson, além das modernizações promovidas pelos “Modernos”.

 Dermott ainda lançou e divulgou a ideia de que os maçons “antigos” sabiam tudo que os “modernos” sabiam, mas não o contrário, pois a Maçonaria dos “antigos” era mais completa.

 Ele se referia ao Real Arco, que foi o grande vitorioso na fusão das duas Grandes Lojas inglesas, gerando na Grande Loja Unida da Inglaterra a grande confusão matemática do mundo maçônico, através do artigo:

_ “(…) a pura Maçonaria Antiga consiste de três graus e nenhum mais, isto é, os de Aprendiz Registrado, Companheiro de Ofício e Mestre Maçom, incluindo o Sagrado Real Arco”.

 Ou seja, para a Grande Loja Unida da Inglaterra, 03 e nenhum mais… são 04!

 Se estivesse vivo, tenho certeza que Dermott também faria piada disso.

  

Kennyo Ismail M.'.M.'.


 


O que eles disseram




   George W. Truett (1867-1944) foi um dos pastores batistas mais influentes dos EUA, liderando a Primeira Igreja Batista de Dallas por incríveis 47 anos. Sob seu comando, a congregação cresceu exponencialmente, tornando-se uma das maiores do país. Sua fama nacional como pregador e orador o levou a presidir a Convenção Batista do Sul e a Aliança Batista Mundial, além de ser enviado pelo Presidente Woodrow Wilson para pregar às tropas durante a Primeira Guerra Mundial.

Além de seu impacto pastoral, Truett foi um fervoroso defensor da liberdade religiosa e da separação entre Igreja e Estado, princípios que defendeu em um célebre sermão no Capitólio. Seu legado é marcante no Texas, onde sua liderança em campanhas de arrecadação de fundos foi crucial para salvar a Universidade Baylor da falência e para a criação do que viria a ser o Hospital Baylor. Ele também tinha um ministério dedicado aos cowboys, pregando para eles nas montanhas do Oeste do Texas por décadas.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

 

MAÇONARIA – FAMÍLIA – PAIS

 

“Porque sou Maçom?

Para que serve a Maçonaria?

O que devo fazer para ser um bom Maçom?”

 

Estas dúvidas e questionamentos fazem parte da nossa aprendizagem e do nosso crescimento maçônico.

Conforme vamos aprendendo e entendendo, começamos a ver que a Maçonaria pode e contribui muito para um mundo melhor, mais humano, mais solidário, mais fraterno.

Entretanto a Maçonaria por si só, como escola filosófica, nada pode fazer, sem o seu agente transformador: o Maçom.

Somos nós, Maçons, que nós devemos empenhar na nossa transformação interior, na nossa mudança de comportamento, na nossa mudança ética e moral.

É preciso que comecemos a transformação em nós mesmos, só depois poderemos melhorar o mundo que nos rodeia.

É o Maçom que age, que transforma o mundo através do seu exemplo, regendo-se pela ética, pelos bons exemplos, pelos laços familiares, por sua conduta moral e social no mundo profano.

De nada nos vai adiantar tornarmo-nos melhores seres humanos se não usarmos os ensinamentos básicos da Ordem Maçônica para melhorar a nossa família e a nossa comunidade, dando apoio e contribuindo com todas as ações que visam à melhoria do local onde vivemos.

Sou Maçom porque pertenço a um grupo de homens livres e de bons costumes. Sou Maçom porque faço parte de um grupo de pessoas que buscam a perfeição para si e que lutam por um mundo melhor. Sou ainda mais Maçom porque estou sempre imbuído do espírito de melhoria não para mim, mas também para a família e toda a humanidade.

A Maçonaria é o instrumento para a melhoria do mundo, mas é preciso primeiro que melhoremos a nós mesmos para que possamos ser agentes transformadores do mundo.

Quanto mais bem esclarecidos forem os Maçons, maiores serão as chances de termos uma sociedade mais justa, uma ordem composta de homens realmente livres e de bons costumes.

É pertinente ao Maçom, juntamente com a sua família, constatar que a Maçonaria busca a felicidade humana porque na sua essência, com o sublime sentimento do amor, comprova efetivamente a sua razão de ser. É fundamental a fé e assim, constatar que a busca de um ideal comum, constitui-se na atividade básica da instituição, que sempre se manteve intacta, intocável por qualquer preceito, religioso ou não.

E isso é evidente porque a Maçonaria não tem idade; sempre existiu porque pertence ao homem; está no homem; está emancipada da história e de conceitos teóricos ou dogmáticos.

Portanto, não nos preocupemos com a origem da Maçonaria, preocupemo-nos como ela é. Não nos preocupemos com a sua história, preocupemo-nos que a Maçonaria, hoje, não vive do seu passado, por mais glorioso que possa parecer, vive hoje para preservar o presente e construir o amanhã.

Não nos preocupemos com as pessoas que a frequentam, preocupemo-nos que nós estamos na Maçonaria. Não nos preocupemos com os maçons, preocupemo-nos em ser maçons e fazer a nossa parte.

Não nos preocupemos com a sua existência, preocupemo-nos com a sua essência.

Preocupemo-nos que a Maçonaria é um caminho ao Paraíso, pois “o paraíso não é algo a ser alcançado. É algo a ser criado. Depende de nós.” (Osho). Mas para podermos criar este paraíso, preocupemo-nos que, acima de tudo, é necessária a prática do amor ao próximo.

Mas como fazê-lo?

Quem seria esse próximo?  

O que está mais próximo de nós é a nossa família, pois após constituída, esta é a coisa mais preciosa que um verdadeiro Maçom pode querer ter. É dever de todos nós dedicarmos a ela todo o amor, todo o respeito e total proteção. Precisamos ser justos com os nossos entes mais queridos. Se, ainda, por alguma circunstância, não estamos aplicando o que temos aprendido em Loja no seio da nossa própria família, tratemos de rever esse nosso procedimento. Se vivemos em harmonia entre os Irmãos e vivemos desarmonizados com a nossa família, estamos vivenciando uma profunda contradição.

O Maçom deve dividir com os seus, os fundamentos da nossa Ordem no que tange à sua essência, aos seus propósitos e as suas aspirações.

Para que a família, conhecendo a Instituição, possa ajudá-lo na sua caminhada rumo ao aperfeiçoamento moral, intelectual e espirituais.

Sem os percalços e incompreensões que muitas vezes ocorrem, por má interpretação oriunda de falta de esclarecimento.

A família deve estar consciente de que a Maçonaria não é clube para homens, (muitas vezes denominado pelas cunhadas de O Clube do Bolinha), onde os seus adeptos se reúnem para se divertirem e conversarem amenidades, tendo como final um lauto jantar que chamados de ágape.

Nos dias de reuniões nos divertimos? Sim!

Existe melhor divertimento do que estarmos junto às pessoas que queremos bem?

Nos dias de reuniões falamos amenidades? Sim!

Mas nos momentos propícios a isso.

Nos dias de reunião promovemos um ágape fraternal? Sim! Por dever de tradição, uma vez que esse procedimento vem desde tempos memoriais.

 

Em todas as Ordens esotéricas e místicas, sempre os seus membros o realizavam para selar com o Deus da compreensão de cada um, o agradecimento pelos alimentos materiais que lhes davam as forças e energia necessárias para a continuação do trabalho espiritual realizado no Templo e fora dele. E, ao mesmo tempo, implorarem à Deus a força para que não negligenciassem nunca os deveres para com as suas famílias e para com as pessoas menos favorecidas, fazendo chegar a esses, por Obra Divina e pela caridade dos homens, o mínimo necessário às suas substâncias.

Podemos dizer que, apesar de nos divertirmos, de conversarmos amenidades e de promovermos o ágape fraternal, dedicamos a maior parte do tempo dos dias de reunião a tratarmos de assuntos extremamente sérios relativos à nossa Ordem, aos nossos Irmãos, à nossa comunidade e principalmente à nossa família.

Buscamos formas de cooperarmos, por meio de cada Maçom individualmente, nas soluções dos problemas que nos afligem a nós, à nossa família e à sociedade como um todo, independentemente das posições políticas e religiosas de cada um.

A Família deve se orgulhar do Pai Maçom que, mesmo subtraindo uma parte do tempo que poderia estar-lhe dedicando, esteja na Loja estudando, aprendendo e trabalhando pelo bem da humanidade, ou, que esteja inscrito num conselho municipal de educação, de saúde, de segurança, etc., para em nome da Ordem, mas pela sua própria iniciativa, prestar a sua colaboração na fiscalização do melhor emprego das verbas públicas destinadas ao município.

Se ele ainda não está fazendo isso, cabe a família incentivá-lo a tal.

Se não for para as finalidades acima descritas, porque nos reunimos aqui no nosso Templo, a Maçonaria não terá nenhum valor. Seremos apenas profanos reunidos.

Será que tem algum sentido agirmos assim?

 

"A Maçonaria apenas mostra o caminho. Ela representa um meio. O fim é o próprio Irmão. Se o Irmão não achar a Verdade em si próprio, ninguém a achará por ele. Se o Maçom for pequeno espiritualmente, nem usando avental bordado a ouro, fará dele um verdadeiro Maçom."

 

Desconheço a autoria.

03-12-2025

sábado, 25 de outubro de 2025

 

POMPAS FÚNEBRES MAÇÔNICAS




    A cerimônia de Pompas Fúnebres Maçônicas é um dos rituais mais solenes e simbólicos
 da Maçonaria. Trata-se de uma homenagem póstuma prestada a um Irmão que partiu para Oriente Eterno — expressão usada para designar a transição do mundo material para a imortalidade espiritual.

    Realizada com profunda reverência e silêncio, essa cerimônia celebra não apenas a morte física, mas principalmente a continuidade da vida na eternidade do espírito, reafirmando os princípios maçônicos de imortalidade da alma, fraternidade e luz eterna.

    Durante o ritual, os Irmãos se reúnem trajando seus aventais e insígnias, e o ambiente é preparado com símbolos que representam a vida, a morte e a esperança. O esquadro e o compasso lembram a retidão e o equilíbrio da existência; a vela acesa simboliza a chama do espírito que nunca se apaga; e o ramo de acácia — colocado sobre o caixão — representa a imortalidade da alma e a vitória da luz sobre as trevas.


    O Venerável Mestre conduz a cerimônia, relembrando as virtudes do Irmão falecido e destacando que o verdadeiro Templo não é feito de pedra, mas sim das boas ações que cada um realiza em vida.

        As palavras proferidas convidam todos à reflexão sobre a transitoriedade da vida material e a importância da construção moral e espiritual.


    Ao final, os Irmãos prestam sua última saudação, e em uníssono, reverenciam aquele que cumpriu seu tempo terreno, retornando à Grande Loja do Universo, onde o Grande Arquiteto acolhe cada alma justa.

 “O corpo se desfaz na terra, mas a luz do espírito ascende ao Oriente Eterno.”

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

 


A letra G na Maçonaria

A Letra G é a sétima letra do alfabeto, sendo o número sete considerado o número da perfeição, o número divino. Por analogia considero a letra G como a letra divina. A letra G no centro do Esquadro e Compasso significa Geometria, no entanto vários autores consideram que também representa Gnose e o G∴ A∴ D∴ U∴.

O termo Gnose deriva do termo grego “gnosis” que significa “conhecimento”. Para os gnósticos, Gnose é um conhecimento que faz parte da essência humana. É um conhecimento intuitivo, diferente do conhecimento científico ou racional.

Albert Pike considerava que “Gnose” é a essência da maçonaria. Por Gnose, devemos entender o Conhecimento que constitui o fundo comum de todas as iniciações, cujas doutrinas e símbolos se tem transmitido, desde a mais remota Antiguidade até os nossos dias.

Toda doutrina esotérica pode unicamente transmitir-se por meio de uma iniciação e cada iniciação inclui necessariamente várias fases sucessivas, às quais correspondem outros tantos graus diferentes. Tais graus e fases podem ser reduzidos, em última instância, sempre a três. Podemos considerar que marcam as três idades do iniciado, ou as três épocas de sua educação e caracterizá-las respectivamente com estas três palavras: nascer, crescer, e produzir. Consequentemente, a iniciação maçónica contempla três fases distintas, consagradas sucessivamente ao descobrimento, à assimilação e à propagação da Luz. Estas fases estão representadas pelos graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, que correspondem a tripla missão dos maçons, que consiste em procurar primeiro, para adquirir depois e, finalmente, poder difundir a Luz.

Os graus iniciáticos correspondem ao triplo programa perseguido pela iniciação maçónica. Esotericamente, levam à solução das três grandes questões: De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos?

Com a Aprendizagem, procura-se penetrar no mistério da origem das coisas. Com o Companheirismo, descobre-se o segredo da natureza do homem, e revelam-se, com Mestria,

Ensina-se, ao Aprendiz potenciar ao máximo suas próprias forças; mostra-se ao Companheiro como captar as forças do meio ambiente, ensina-se ao Mestre reger, soberanamente sobre a natureza obediente ao centro de sua inteligência.

Assim Gnose é o conjunto, bastante amplo, das coisas que o maçom deve procurar conhecer para aperfeiçoar-se e melhor servir a humanidade.

A Maçonaria parte do princípio de que Deus arquitectou o Universo de forma harmónica, e o homem como “Pedreiro” é capaz de continuar a sua obra com o devido conhecimento sobre essa “Harmonia Universal” e sobre suas ferramentas de construção, tal como fez Salomão e os seus arquitectos na construção do Primeiro Templo em Jerusalém. Hoje o mundo precisa, da construção do Templo Perfeito simbólico, que está dentro de nós. Conhecer cada um dos nossos vícios para combatê-los e erguer Templos à Virtude.

O conhecimento de como o Macro se manifesta no Microcosmo está ligado às antigas Artes Liberais, descritas na antiga Grécia. Quem tinha os conhecimentos para a construção de Templos eram chamados de Mestres Construtores e tralhavam nos seus templos a Geometria Sagrada da Terra.

A Geometria era tida como uma ciência sagrada, mãe da arquitetura e da construção, sem a qual as Catedrais não podiam ser projetadas e construídas. A Geometria era a ciência do maçom operativo, uma ciência que os distinguia, que tornava possível a execução da Arte Real, que levanta templos às virtudes.

Geometria, que significa Terra (Geo) e Medida (metria), portanto “medida da Terra”. Desde a mais remota antiguidade foi constatado que a Terra e o Universo obedecem a certas leis físicas e geométricas, analisado pelo ciclo das estações e pelo ciclo dos planetas no céu. Desde essa percepção atribuiu-se a qualidade de Arquiteto para definir Deus, uma vez que toda sua obra pode ser reproduzida matemática e geometricamente.

O que representa que por trás de toda matéria existe um princípio espiritual e que toda criação de Deus é precisa e perfeita. Isso indica o dever do Maçom a não conhecer o mundo somente de maneira material, mas ir mais além, desbravar o desconhecido, conhecendo o que é oculto aos olhos físicos, porém acessível através espirito.

E quanto mais procuramos, mais encontramos dentro de nós mesmos e nos conhecemos, e mais lapidamos a pedra bruta.

O Maçom deve possuir o conhecimento sobre as medidas. Medem-se todos os aspectos da Natureza exterior e interior. Medem-se as palavras e as obras e para tal, são usados instrumentos específicos. Na construção ela é vital, porque nada pode ser feito sem uma medida adequada, desde o ponto, às linhas retas e curvas e todas as demais dimensões.

Os instrumentos de medida são símbolos que devem ser usados com razão e equilíbrio.

A Geometria indica a moderação dos pensamentos, das palavras e das ações, equilibrada pela razão e pela justiça. A Geometria serve para corrigir os erros provocados pelas nossas ilusões dos nossos sentidos, ela fornece à Maçonaria os emblemas da construção que simbolizam o trabalho maçónico. No sentido moral, representa o amor ao dever dando à Maçonaria a força necessária para triunfar sobre os obstáculos que o homem virtuoso sempre encontra na sua jornada. Teilhard de Chardin, disse que: “Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana.”

Disse Venerável Mestre

R∴ C∴ (M∴ M∴)

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

    


Palavras do Bispo Carl J. Sanders sobre a Maçonaria

    "Em tempos de desconfiança, suspeita, discriminação, separação e até ódio, a Maçonaria elimina a distância entre os homens. Amizade, moralidade e amor fraternal são as marcas registradas de nossos relacionamentos. Há uma integridade básica na Fraternidade que muitas vezes falta em muitos relacionamentos da vida... Permitam-me dizer, rápida e enfaticamente, que a Maçonaria não é e nunca foi uma religião; no entanto, a Maçonaria sempre foi amiga e aliada da religião. Em 50 anos como ministro e como maçom, não encontrei conflito entre minhas crenças maçônicas e a fé cristã.

    Minhas atividades maçônicas nunca interferiram na minha lealdade e no meu amor pela minha Igreja. Muito pelo contrário, minha lealdade à minha Igreja foi fortalecida pelos meus laços maçônicos. Bons maçons são bons clérigos.

    'Que ninguém diga que você não pode ser cristão e maçom ao mesmo tempo. Conheço muitos que são ambos e se orgulham de ser ambos.'

    Mas nos orgulhamos, como maçons, de que membros de todas as religiões tenham encontrado valor na fraternidade. O Rabino Seymour Atlas, detentor de algumas das mais altas honrarias maçônicas, escreve sobre o que encontra na Maçonaria: "Fui criado em um lar religioso, filho de um rabino, com sete gerações de rabinos me precedendo... Tenho orgulho de ser um maçom que acredita na dignidade dos filhos de Deus e se opõe ao ódio e à intolerância, e defende a verdade, a justiça, a bondade, a integridade e a retidão para todos."

    *Carl Julian Sanders (1912–2007) foi um bispo americano da Igreja Metodista Unida que foi eleito para o cargo em 1972.

 

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

 


A aclamação Huzzé, Huzzé, Huzzé!

Aclamação e não exclamação

Existem momentos fortemente marcantes na Iniciação e nas sessões Maçónicas normais. Um deles é a aclamação: “Huzzé, Huzzé, Huzzé”, firmemente pronunciada e três vezes repetida. Aclamação e não exclamação de alegria entre os Maçons usual no R.E.A.A. A palavra HUZZÉ tem origem hebraica, embora em árabe seja pronunciada “HUZZA”, para os antigos árabes ‘HUZZA” era o nome dado a uma espécie de acácia consagrada ao sol, como símbolo da imortalidade, e a sua tradução significa força e vigor, palavras simbólicas que fazem parte da tríplice saudação feita na Cadeia de União: Saúde, Força e Vigor. Na Inglaterra a aclamação “HUZZÉ” tem a pronúncia UZEI, tomada do verbo TO HUZZA (aclamação) como sentido “viva o rei”.

Existe mesmo na língua inglesa o verbo to huzza, que significa aclamar. A bateria de alegria era sempre feita em honra a um acontecimento feliz para uma Loja ou para um Irmão. Era natural que os Maçons escoceses usassem esta aclamação. O dicionário “Michaelis” diz: huzza, interj. (de alegria) – v. gritar hurra, aclamar. Traduzindo correctamente do árabe “Huzzah” (Viva), significa Força e Vigor.

Huzzé, Huzzé, Huzzé” por constituir uma aclamação, é pronunciada com voz forte. Ela é feita apenas por duas vezes em cada reunião, por ocasião da abertura e do encerramento dos trabalhos. Trazemos às Sessões as preocupações de ordem material que podem criar correntes vibratórias que põem obstáculos e restringem as nossas percepções. Ao contrário, no decorrer dos trabalhos, o esforço constante para o bem e o belo, forma correntes que estabelecem as relações com os planos superiores. Nesse sentido, a aclamação Huzzé, Huzzé, Huzzé, na abertura do trabalho oferece passagem à energia habilitando-nos a benefícios (saúde, força e vigor) bem mais consistentes e duradouros. O importante é que, ao iniciar a Sessão, tenhamos presente que, em Loja, tudo, verdadeiramente tudo, tem uma razão para a sua existência. Nada, absolutamente nada, se faz no interior de um Templo por acaso.

O valor do HUZZÉ está no som, à energia provocada elimina as vibrações negativas. Quando em Loja, surgirem discussões ásperas e o Venerável Mestre recear que o ambiente possa ser perturbado suspenderá os trabalhos, e comandará a expressão HUZZÉ, de forma tríplice, reiniciando os trabalhos, o ambiente será outro, ameno e harmónico.

Ao se aproximar do objeto mais sagrado, existente no Templo Maçónico – o Livro da Lei (A Bíblia Sagrada), os maçons lembram pelo nome de Huzzé, expressando com essa aclamação alegria e contentamento, por crerem que o Grande Arquiteto do Universo se faz presente a cada sessão dos nossos trabalhos.

E é a ELE que os Maçons rendem graças pelos benefícios advindos da Sua infinita bondade e da Sua presença que, iluminando e espargindo bênçãos em todos aqueles que ali vão imbuídos do Espírito Fraterno, intencionados a praticar a Tolerância, subjugar as suas Intransigências, combater a Vaidade e, crentes que assim procedendo, estarão caminhando rumo a evolução espiritual do Homem, meta do Maçom.

A Maçonaria é uma Obra de Luz; a prática da saudação está arraigada nos ensinamentos Maçónicos. A consideração da saudação Huzzé na abertura dos trabalhos está relacionada ao meio-dia, hora de grande esplendor de iluminação, quando o sol a pino subentende que não há sombra, tornando-se um momento de extrema igualdade – ninguém faz sombra a ninguém. Lembra também as benesses da Sabedoria, representada pelo nascer do sol, cujos raios vivificantes espalham luz e calor, ou seja, a Sabedoria e os seus efeitos. Quando do encerramento dos trabalhos, a saudação está relacionada à meia-noite, dando-nos o alento de que um novo dia irá raiar, pois quanto mais escura é a madrugada, mais próximo está o nascer de um novo dia. A aclamação ao sol no seu ocaso, lembra que a Luz da Sabedoria irradiou os trabalhos, agora prestes a terminar, em alusão ao fim da nossa vida (meia-noite) quando devemos estar certos de que a nossa passagem pelo plano terreno fora pautada por atos de Sabedoria.

No Rito Moderno a aclamação é “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”; no Adonhiramita é “Vivat, Vivat, sempre Vivat”; no Brasileiro “Glória, Glória, Glória!” E nos ritos de York (Emulation) e Schroeder não existe aclamação.

Huzzé! é, pois, a reiteração que os Irmãos fazem da sua fé no Grande Criador, que tudo pode e tudo governa. E só através DELE encontram o caminho para a ascensão.

A primeira reflexão, portanto, em torno da aclamação sugere que analisemos a nossa vida e verifiquemos se sustentamos os propósitos de paz ou espalhamos a agitação.

O Mahatma Gandhi dizia que alguém capaz de realizar a plenitude do amor neutralizará o ódio de milhões. Certamente estamos distanciados das suas realizações. Não obstante, podemos promover a paz evitando que ressentimentos e mágoas fermentem no coração dos que conosco congregam e se transformem nesse sentimento desajustaste que é o ódio.

Certa feita o Obreiro de uma Loja queixava-se do Mestre de Cerimónias ao Venerável por sempre lhe oferecer, na falta dos titulares, os cargos que, segundo ele, eram de mais difícil desempenho ou de menor evidência. O Venerável, um semeador da paz o desarmou.

– Está enganado, meu Irmão, quanto ao nosso Mestre de Cerimonias. Ele o admira muito, sabe que é eficiente e digno de confiança. Por isso o tem encaminhado para desempenho das funções e encargos onde há problemas, consciente de que sabe desempenhá-los e resolvê-los melhor que qualquer outro Obreiro do quadro da Loja.

Desnecessário dizer que com a sua intervenção pacificou o Irmão que passou a ver com simpatia as iniciativas a seu respeito. Desarmou, assim, o possível desafeto passando a ideia de que o Mestre de Cerimónias não tinha a mesma opinião a seu respeito, fazendo prevalecer à sugestão de Francisco de Assis: “Onde houver ódio que eu semeie o Amor”.

Existem aqueles que entendem huzzé como força poderosa, ou seja, um mantra, que deve ser com a consciência de quem a empregue direcionada no sentido do bem. Seria essa a razão e significação da palavra Huzzé como proposta na ritualística Maçónica?

Devemos acrescer, ainda, que Cristo, em várias oportunidades, saudava os Apóstolos com um “Adonai Ze” (O Senhor esteja entre vós). Essa aclamação os deixava mais alegres e confiantes, formando uma corrente de optimismo. Na Idade Média quando um católico se encontrava com outro, dizia: DOMINUS VOBISCUM ( O Senhor esteja convosco ); PAX TECUM (A paz esteja contigo ).

Até pelo exemplo citado, façamos tudo ao nosso alcance para que reine na nossa Loja uma atmosfera de carinho, afeição, tranquilidade, paz, amor e harmonia para a nossa constante elevação e glória do Grande Arquiteto do Universo.

O emprego da aclamação Huzzé na Maçonaria tem também o sentido esotérico numa indução moral a que se busque o prazer no que se pratica, para o bem da humanidade (isto no começo) e, no final, a mesma alegria pelo bem praticado, não sem também invocar particularmente o duplo sentido do “Ele é ou ele está…” (com todos, evidentemente).

O importante é que, no momento exato, gritemos de alegria sempre que pudermos estar reunidos em Templo e rendermos graças por estarmos juntos mais uma vez.

Huzzé, Huzzé, Huzzé!

João Alves de Oliveira Filho, MM – ARLS Paz e Progresso – GOBMG – REAA

Fontes

  • Irmão Ronaldo Quito Araújo Costa – MI
  • ARLS Loja Mãe – Antonio Monteiro Martins – GLMERJ – REAA Rio de Janeiro – RJ

Bibliografia

  • Simbolismo do Primeiro Grau – Rizzardo da Camino Bíblia – Livros 2 – Samuel, cap. 06


 

Ética e Conduta Maçônica

    A condição de Maçom exige conduta compatível com os preceitos das Constituições de Anderson, dos ensinamentos dos Rituais adotados pelo Grande Oriente do Brasil, bem como o não cometimento de delitos e crimes previstos na Legislação Penal Maçônica, e na Legislação Penal da República Federativa do Brasil. São Deveres Éticos do Maçom:

1) Respeitar todas as autoridades maçônicas legalmente constituídas, não atacando, por quaisquer meios, de forma pessoal, os irmãos ocupantes dos cargos de autoridade no exercício dos respectivos mandatos. (Sabe-se que o ataque ao ocupante de cargo de autoridade, além de atingir pessoalmente o irmão que ocupa o cargo, atinge também o corpo da própria Instituição que este representa, promovendo o enfraquecimento conceitual da mesma).  

2) Não promover a veiculação de matérias, editoriais, ou reportagens em qualquer tipo de informativos, impressos, ou em meio digital, sobre qualquer assunto que envolva juízo de valor sobre a atuação de um ou mais irmãos sem a devida manifestação daquele ou daqueles que possam se sentir atingidos, demonstrando, na mesma proporção e no mesmo momento, no caso de posições divergentes, todas as posições existentes sobre o assunto. (Não mostrar todos os “dois lados da moeda”, além de injusto, não contribui para o desenvolvimento de opiniões sobre qualquer tipo de assunto, logo, se existem posições divergentes, estas devem ser apresentadas concomitantemente, e quando não o são, a própria legislação pátria já consagra o Direito de Resposta, assim, em uma irmandade, é indispensável que, antes de se expressar qualquer opinião sobre a conduta ou fatos envolvendo um irmão, que este irmão também tenha a possibilidade de demonstrar, ao mesmo tempo, sua posição de forma a que todos possam conhecer todas as versões sobre os fatos).  

3) Não se utilizar, nunca, do anonimato para dirigir qualquer tipo de ataque pessoal contra qualquer irmão. (Já proibido pela Constituição do GOB, o anonimato, é arma do covarde, que sequer assume a sua identidade de responsável pelo que pensa e diz, não dando chance de qualquer tipo de contraditório ou defesa para o irmão que foi atacado, sendo uma conduta inadmissível entre irmãos).

4) Não se dirigir, nunca, de forma ríspida, deselegante ou deseducada a um irmão, ofendendo-o direta ou indiretamente. (Além da penalidade maçônica específica para esta conduta, a educação e o trato fraterno entre irmãos são condições essenciais para a boa convivência em nossa Ordem).  

5) Não promover qualquer tipo de brincadeira, chacota, ou atuação de caráter pejorativo, direta ou indiretamente contra qualquer irmão. (O que para muitos pode parecer inofensivo pode, para o atingido, ser motivo de grande sofrimento, gerando desconforto e desunião).  

6) Não propagar ou repetir qualquer informação, ainda que verbalmente, que envolva a pessoa ou a atuação de um irmão sem que este tenha conhecimento de tal divulgação e que a tenha autorizado. (A popularmente conhecida “fofoca” somente traz discórdia e muitas vezes informações falsas que nada contribuem para a edificação dos irmãos envolvidos, estando, na maioria das vezes, baseadas em inverdades propositalmente criadas para denegrir a honra e a reputação de um irmão).  

7) Não se considerar, ou se apresentar como superior ou onisciente por conta de qualquer grau maçônico, simbólico ou filosófico alcançado, inferiorizando os que até lá ainda não chegaram. (A igualdade é um de nossos princípios, os graus maçônicos alcançados merecem o devido respeito, mas não autorizam, de forma nenhuma, a que um irmão se julgue superior a outro, por já os ter alcançado).

8) Não considerar, nunca, qualquer irmão, responsável por qualquer delito maçônico, até que as autoridades judiciárias maçônicas determinem, em última instância, a eventual condenação do irmão envolvido. (O Poder Judiciário Maçônico é o poder competente para apurar e julgar crimes e delitos maçônicos, cominando as devidas penas, não devendo qualquer irmão fazer juízo de valor prévio sobre fatos ou sobre a conduta que eventualmente entender delituosa por parte de qualquer irmão).  

9) Não discutir, anunciar ou propagar qualquer assunto discutido ou fato ocorrido em Loja, fora dela. (Tal divulgação, proibida em toda a legislação maçônica e também nos rituais, não deve ser, em hipótese nenhuma, descumprida, devendo os assuntos da Loja, ficarem circunscritos aos membros da mesma, presentes nas sessões onde foram discutidos ou onde ocorreram os respectivos fatos).  

10) Não desrespeitar, ou envolver em qualquer comentário pejorativo, direta ou indiretamente, qualquer membro da família de um irmão. (A família do irmão é a extensão do mesmo, logo, pela valorização da mesma, preconizada sempre pela Maçonaria, e pelo respeito ao âmbito particular e privado do irmão, sua família deve ser sempre resguardada de qualquer ataque, ou comentário pejorativo).

  
[Escrito por: "Marcelo Ramos do Carmo C.I.M. 241355 - Loja de Estudos e Pesquisas Maçônicas Sabedoria Triunfante - Niterói - RJ]

 

ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLARIOS


COMO FOI FUNDADA E DESTRUÍDA A 

ORDEM DO TEMPLO?



    A ordem do templo, também conhecida como Ordem dos Cavaleiros Templários surgiu quando da necessidade de se dar proteção aos viajantes à Terra Santa.

     Os Cristão espalhados pela Europa nutriam o desejo incontido de regressar à Jerusalém para cumprir seus votos de Fé e se organizavam em caravanas, mais tarde denominado de Cruzadas, para um apoio mútuo e uma maior segurança.

     O Turcos sarracenos que não aceitavam a dominação cristã passaram a perseguir os viajantes em assaltos sangrentos e humilhantes.

     Inicialmente a Igreja contratou mercenários para escoltar os peregrinos, pois havia o interesse em se trazer as riquezas desses fiéis para Jerusalém.

     Entretanto a índole sorrateira dos soldados autônomos foi mais vil que as investidas dos Sarracenos e mais uma vez os peregrinos se viram entregues aos salteadores desordeiros.

     É neste impasse da história que surge a idéia de se treinar monges com habilidades específicas para as artes bélicas, de forma a se forjar um cavaleiro medieval com o coração de um sacerdote.

     Surge a Ordem do Templo ou a Ordem dos Cavaleiros de Cristo ou ainda a Ordem dos Cavaleiros Templários com a incumbência de escoltar em segurança os viajantes pelas Cruzadas à Jerusalém.

     O seu mestre fundador, foi Hugue de Payens, da Borgonha, que com os demais cavaleiros assumem os votos monásticos de pobreza, castidade e a obediência.

     Em 1128 a sua irmandade, entretanto numerosa, foi reconhecida pelo concílio de Troyes como ordem monástico-militar com o nome de Milícia dos Pobres Cavaleiros de Cristo.

     É então que os cavaleiros abandonam as instalações na igreja do Santo Sepulcro, que os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho lhes tinham cedido, para irem ocupar o seu palácio e outras construções que o rei franco Balduíno II lhes dá, no terraço de Herodes, no antigo templo de Jerusalém.

     O sucesso em se unir Fé e Armas foi tamanho que o próprio povo passou a ofertar valores em gratidão e dado os votos de pobreza, passaram então a administrar os recursos em prol dos necessitados, criando assim as primeiras Hospitalarias, pelo que também foram conhecidos como Cavaleiros Hospitaleiros.

    A mão forte, a idoneidade e a caridade catapultaram a Ordem Templária como sendo uma instituição própria, à parte da Igreja e do Estado, promovendo-lhe sucesso administrativo, financeiro e militar.

     Contudo, a inveja de Felipe o Belo (aliada a dívida enorme contraída através de empréstimos com os templários), Rei da França e a ambição de Clemente V, papa em comando da igreja católica, fez com que um plano fosse elaborado para possuir o patrimônio administrado pelos Templários.

     Em 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira 13, um plano foi executado para prender os Mestres Templários e seus iniciados mas, somente uma parte foi capturada.

     Filipe acusou os cavaleiros de ofensas perversas, visando assim denegrir a ordem perante o público. Entre os perjúrios, estavam cuspir no crucifixo, negar Cristo, idolatrar falsos deuses, blasfêmia e obscenidades. 

     Óbvio que Filipe havia inventado as acusações. Além disso, ele incentivou a população ao ataque e conseguiu chamar a atenção da igreja. Quando o papa Clemente V soube das prisões, ficou furioso, mas não pôde fazer nada. Portanto, em vez de enfrentar o rei, ele optou por manter o orgulho e tomar conta da situação com as próprias mãos.

    Jaques de Molay, o Grão Mestre a época, foi acusado de heresia e torturado, por 7 anos, para confessar onde se encontravam os tesouros.

     Mas suas respostas à Inquisição da Igreja, já amarrado na fogueira no dia 13 de uma sexta feira, foram de que ainda naquele ano o Papa Clemente V e o Rei Felipe, o Belo, estariam entregando suas almas e prestando contas a Deus, e assim se deu, morrendo ambos de causas desconhecidas e acidentes esdrúxulos.

Weber Varrasquim

 2025

sábado, 11 de outubro de 2025

O Maçom, a Lei e a Religião



    Meus irmãos, todo maçom sincero já se perguntou em algum momento sobre a relação da Ordem com a fé e com a religião. Afinal, juramos respeitar as leis dos homens e os princípios maiores da Maçonaria, mas também somos chamados a olhar para dentro de nós, para a centelha divina que nos anima. Surge então a dúvida: seríamos nós, maçons, indiferentes às religiões? Estaríamos alheios à fé que inspira tantos corações?

    Na senda maçônica, aprendemos que a liberdade deve caminhar de mãos dadas com a responsabilidade. Por isso, somos homens cumpridores das leis, respeitando as normas do país em que vivemos. Não é por servilismo, mas por consciência de que a harmonia social depende de ordem, justiça e equidade. O maçom não é um rebelde inconsequente, mas um construtor da sociedade em que vive, erguendo seus alicerces sobre a honestidade e a retidão.

    Não desprezamos a fé nem a religião. A Maçonaria não as combate, mas também não as impõe. Em nossa Loja, cada Irmão tem o direito de cultivar sua espiritualidade de acordo com sua tradição e sua consciência. O que se pede é apenas que reconheça um Princípio Criador, uma Inteligência Suprema, simbolizada pelo Grande Arquiteto do Universo. Assim, respeitamos todas as crenças, sem dogmatismos, sem imposições, sem exclusões.

    A diferença entre nós e as religiões é que não buscamos definir caminhos de salvação, nem impor regras de fé. Buscamos, sim, despertar o homem interior, lapidar a pedra bruta, libertar o espírito da ignorância e do egoísmo. A religião se ocupa do culto e do dogma; a Maçonaria se ocupa da consciência e do simbolismo. Ambas podem caminhar lado a lado, desde que respeitem o espaço e a missão uma da outra.

    Portanto, meus irmãos, não é correto afirmar que a Maçonaria desdenha da fé ou religião. Ao contrário, ela honra todas as expressões do sagrado, sem se prender a nenhuma. Cumprimos as leis da sociedade por dever e consciência, mas acima delas cultivamos a Lei não escrita, gravada no coração de todo verdadeiro iniciado: a lei do amor fraterno, da justiça e da verdade. E é sob essa lei maior que edificamos nosso Templo interior.

    Assim, o maçom não renuncia à fé, mas a respeita em todas as suas formas. Não despreza a religião, mas se mantém livre dela. E, sobretudo, é fiel à sua missão de ser construtor da paz, da luz e da fraternidade no mundo.


Desconheço o autor

2025